"Podemos muito bem perguntar-nos: o que seria do homem sem os animais? Mas não o contrário: o que seria dos animais sem o homem?"Hebbel , Christian





quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Verdades e mentiras acerca da reprodução canina


As cadelas têm de ter uma ninhada a fim de evitar tumores mais tarde
MENTIRA. Ter ou não crias não tem nada a ver com o facto de se desenvolverem tumores mais tarde na vida do animal. O que evitará definitivamente o aparecimento de tumores mamários, problemas uterinos e de ovários, é a castração total ANTES dos 2 anos de idade.

Se uma cadela acasalar com um cão de raça diferente, todas as ninhadas a partir daí saem rafeiras
MENTIRA. A primeira ninhada é mestiça, mas as posteriores serão de raça pura se ambos os progenitores forem da mesma raça. A cadela não fica “estragada”!

 A cadela deve parir pelo menos uma vez para que não fique cega
MENTIRA. A cegueira na fase sénior nada tem a ver com o facto da cadela ser virgem. Ter filhotes não previne nada em termos oculares.

A cadela é agressiva e nervosa. Se acasalar talvez fique mais meiga
MENTIRA. Raramente as cadelas ficam mais mansas após o parto e criar filhos. Por outro lado, a cadela pode transmitir essa característica indesejável à sua descendência (se no caso a agressividade for geneticamente adquirida). Por isso é uma responsabilidade muito grande reproduzir um animal agressivo.

O cão anda muito nervoso e quer namorar. Se lhe arranjar uma cadela ficará mais calmo
MENTIRA. O macho pode eventualmente acalmar o seu libido após acasalar. Mas em breve outra cadela na vizinhança entrará em cio e recomeçará tudo outra vez. A solução definitiva para os cães que “sofrem” por não namorar, é a castração.

A castração evita problemas de saúde mais tarde
VERDADE. Nas fêmeas evita a temida piómetra (situação grave, em que o útero se enche de puz, podendo rebentar ou intoxicar o animal até à morte), quistos ou tumores ováricos, e tumores mamários (neste último caso apenas se a operação for feita antes dos 2 anos de idade). Nos machos evita tumores testiculares, o tumor venéreo transmissível, problemas de próstata e tumores das glândulas anais.

A cadela grávida tem de tomar muito cálcio e vitaminas
MENTIRA. Se exagerarmos, os fetos podem crescer demais e... o parto tornar-se difícil! As cadelas de raça pequena beneficiam-se de um pouco de cálcio administrado via oral 5 a 8 dias antes do parto, para evitar hipocalcémia pós-parto. Durante a amamentação é fundamental dar vitaminas (ou melhor ainda, uma boa ração completa para cadelas em lactação) e cálcio, sobretudo em cadelas de raça pequena.

Uma gravidez não desejada pode ser interrompida por meios cirúrgicos
VERDADE. Se o animal não se destina a fins reprodutivos e possui no seu ventre cachorrinhos não desejados, nada melhor que o médico veterinário castrar a cadela logo que se confirme a gravidez. Permitir que a cadela dê à luz para logo de seguida matar a sua prole é algo muito cruel de se fazer!

Devem-se acasalar dois irmãos que é para a raça ficar mais apurada
MENTIRA. A consanguinidade pode gerar filhotes com graves problemas de saúde ou de comportamento. Procure um cão para a sua cadela que não seja parente muito próximo, embora da mesma raça. E de preferência de tamanho igual ou inferior à fêmea, para que os cachorros não nasçam muito grandes, o que poderia conduzir a complicações de parto.

Não se devem usar meios contraceptivos nas cadelas
MENTIRA. Não se deve abusar deles nem usá-los para o resto da vida (nesse caso é preferível a castração). Todavia uma ou duas vezes pode-se ter de recorrer a meios contraceptivos injectáveis (menos onerosos do que os orais) a fim de adiar cios que calhem em alturas muito indesejáveis.

As cadelas fazem muitas vezes falsas gestações
VERDADE. Certas cadelas não grávidas, 2 meses após o cio apresentam sintomatologia semelhante à de uma cadela que gerou cachorrinhos: criam leite, procuram cachorros, adoptam objectos que defendem com unhas e dentes, escavam e fazem ninho... enfim parecem umas patetas! Isto porque o organismo produz uma hormona (prolactina) que estimula este tipo de comportamento. A administração de um anti-prolactínico por cerca de 1 semana ou a castração definitiva, eliminam este comportamento indesejável.

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