"Podemos muito bem perguntar-nos: o que seria do homem sem os animais? Mas não o contrário: o que seria dos animais sem o homem?"Hebbel , Christian





quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Mondioring



História
Esta modalidade canina surgiu, nos anos 80, a partir da fusão dos diversos regulamentos de Ring (provas de selecção de cães de utilidade policial sendo a prova de defesa efectuada em fato de protecção completo), que já existiam à cerca de 100 anos em países como a Bélgica. a França, a Holanda, a Suíça, entre outros, em que os exercícios eram executados de forma diferente embora com o mesmo objectivo final
Esta fusão visou uniformizar os regulamentos e permitir realizar um Campeonato do Mundo de Ring em que todos os países pudessem participar, de modo a ser possível seleccionar os cães mais aptos física e psicologicamente a nível mundial para posteriormente servirem de reprodutores das diferentes raças, bem como evidenciar os melhores treinadores de cães a nível mundial.
O Mondioring divide-se   em 3 níveis de dificuldade crescente, Mondioring 1, Mondioring 2 e Mondioring 3. Em cada prova os cães têm que executar exercícios de Obediência, exercícios de Saltos e exercícios de Provas de Coragem.

Composição de uma prova de Mondioring

1.Obediência: o cão tem de executar os seguintes exercícios: recusa de alimento, andar ao lado sem trela, ficar deitado sobre distracções, executar posições (sentar, deitar, de pé) à distância, ir buscar um objecto variado e traze-lo ao dono, enviar em frente com chamada ao dono, diferenciação de um objecto entre iguais pelo odor.

2. Saltos: o cão tem de efectuar um salto vertical de ida e volta, cuja altura pode ser de 1 metro a 1.20 metros; um salto em comprimento que vai desde os 3 metros até aos 4, e transposição de uma palissada (parede vertical lisa) com altura entre 1,70 metros e 2,30metros.

3. Prova de Coragem: o cão tem de efectuar os seguintes exercícios: defesa do dono, guarda de objecto, ataque frontal com bastão (cana Bambu), ataque em fuga com disparos, ataque interrompido, ataque com acessórios, ataque com obstáculos, procura e escolta de malfeitor

Exercicios:
Obediencia

São compostos pelos seguintes exercícios:
  1 - Andar junto ao dono: Neste exercicio o cão tem de andar sempre na lateral do dono, independentemente do percurso definido e dos obstáculos encontrados. O dono não pode dar qualquer ordem a não ser a inicial, e o cão vai sem trela ou coleira.
  2 - Em frente: O cão terá de fazer uma linha recta, que poderá atingir aproximadamente 50 mts, e voltar ao comando do dono.
  3 - Apport: Neste exercício o cão terá que ir buscar, à ordem, o objecto lançado pelo dono e trazê-lo imediantamente.
  4 - Deitado sobre distrações: o cão terá de ficar deitado num determinado local, sem poder alterar o seu posicionamento, sózinho, durante 1 minuto, resistindo a todas as distrações cujo propósito é fazê-lo sair daquele sitio e posição.
  5 - Posições: à distância, o dono comanda o seu cão ordenando-lhe uma sequência de posições (sentado, deitado e de pé) definida pelo juiz.
  6 - Recusa de alimento: sem a presença do dono, o cão tem de recusar os deliciosos alimentos que os figurantes lhe vão oeferecer.
  7 - Blocos: O cão terá de ir reconhecer o bloco de madeira largado pelo seu dono (odor) no meio de outros blocos.

Coragem

São compostos pelos seguintes exercícios:
   1 - Defesa do dono: O cão terá de ver que é que "bate" no seu dono e defendê-lo, independente das distrações ou pressões a que possa ser sujeito.
   2 - Ataque frontal com bastão: O cão terá que, à ordem do dono, neutralizar o homem que, com uma pau o ameaça e tenta dissuadir.
   3 - Ataque em fuga com disparos: Imaginem um bandido em fuga, o dono não o consegue apanhar e dá a ordem ao cão para o neutralizar, tendo que suportar o barulho dos tiros, sem medos.
   4 - Ataque interrompido: um desenvolvimento da anterior, mas com uma nuance, dado que o dono decide que o bandido já não é para ser neutralizado pelo seu cão. Apesar do cão já estar em marcha, à distancia o dono comanda-o para voltar. Quanto mais proximo do suspeito em fuga for dada essa ordem, maior o grau de dificuldade e, obviamente, mais pontos.
   5 -  Ataque com obstáculos: apesar do suspeito poder estar "protegido" por algum obstáculo, o cão tem de o saltar e sem temores, neutralizar o suspeito.
   6 - Procura e escolta do suspeito: No campo encontra-se um homem escondido que o cão tem de procurar. Uma vez encontrado, tem de o escoltar sem comando do dono e sem nunca morder, excepto se este tentar fugir.


O porque de cada exercício?
O Mondioring coloca em primeiro lugar as qualidades genéticas e físicas do cão.
Os saltos no grau três são: 2,30 m na PALIÇADA, No salto em distancia de 4 m. Salto livre de 1,2 m.
Os cães capazes de fazer tais saltos provavelmente não tem displasia e não a transmitirão a seus filhos.
A presença de cães no ring trabalhando há mais de 45 minutos é um animal resistente e rústico.
Você também deve ter um grande equilíbrio e autocontrole. Por exemplo, durante a guarda do condutor o cão deve ter a noção do que é provocação e do que é uma agressão física real.
Deve ter sentido do olfato: Enviar o cão e este encontrar e identificar um objeto deixado por seu condutor no meio de outros.
Deve ter agilidade e destreza para morder o homem assistente (há) em movimento e sem deixá-lo escapar.

Qualidades
O cão para o Mondioring tem que ser robusto, ter reflexos rápidos, ter uma grande resistência à fadiga e ao calor, forte capacidade de impulsão, possuir uma grande elasticidade, ser psiquicamente capaz de permanecer numa atitude de tranquilidade, apesar das fortes provocações a que é submetido e caso necessário rapidamente passar a um estado de acção em segundos. Necessita igualmente de ter espírito de iniciativa, mesmo perante uma situação desconhecida, para saber quando e como actuar e permanecer indiferente ás provocações de que é alvo.

Raças mais utilizadas
São os Pastores Belgas, em especial a variedade Malinois, o Tervueren, alguns Lakenois e Groenendael (muito poucos), que há 100 anos são selecionados pelas modalidades de RING, logo seguidos pelos Pastores Alemães de linhas Francesas que há cerca de 50 anos, são seleccionados por alguns criadores em França, seguidas pelos Pastores de Beauce, pelos Pastores de Brie, entre outros
Para poderem competir nesta modalidade, os exemplares têm que previamente ser considerados APTOS num TESTE DE SOCIABILIDADE, caso mostrem o menor desequilíbrio de carácter, instabilidade ou agressividade, são imediatamente suspensos.

Conselhos úteis
Adquirir um Cão para a prática desta modalidade certifique-se que o cão tem origens de Ring (Francês, Belga, etc...) ou Mondioring e de preferência peça a opinião de alguém que esteja por dentro da modalidade.





terça-feira, 30 de outubro de 2012

Exigências legais e burucracias


Os cães têm três obrigações legais às quais o dono não pode fugir sob pena de coima. Boletim de vacinas actualizado com a vacina da raiva, microchip e licença são o que a lei exige para todos os cães, embora o registo varie conforme a raça, utilidade ou "perigosidade" do cão.

Vacinação Anti-rábica

A única vacina obrigatória por lei é a vacina contra a raiva. Esta vacina tem de ser dada a partir dos 4 meses. A vacina da raiva custa entre 20/30 euros, dependendo das clínicas. Os veterinários dos canis municipais fazem geralmente preços mais acessíveis. Existem associações que também praticam preços mais baratos para sócios.

Microchip

O microchip é uma pequena cápsula que é introduzida sob a pele do animal. Cada microchip tem um número exclusivo que pode ser lido utilizando um aparelho especial.

Associado a esse número estão os dados do cão e do dono. Existem duas bases de dados no nosso país: a SIRA, tutelada pelo Sindicato dos Médicos Veterinários, e a SICAFE, tutelada pela Direcção-Geral de Agricultura. Ao implantar o microchip no veterinário, o cão fica registado na SIRA. O veterinário preenche uma folha em triplicado com os dados do dono e do animal. O original fica com o veterinário, uma cópia é para o dono e a outra deve ser entregue na Junta de Freguesia para registar o cão na SICAFE.

A implantação do microchip é obrigatória para cães nascidos a partir de 1 de Julho de 2008. Cães perigosos ou de raças potencialmente perigosas, cães de caça e exposição com fins lucrativos nascidos a partir de 2004 necessitam também de ter microchip.

O custo da implantação ronda os 20/30 euros conforme os veterinários.

Registo e Licença

A obtenção da licença do cão faz-se na Junta de Freguesia. O registo do cão pode ser feito durante todo o ano. Os procedimentos anteriores, vacina contra a raiva e microchip, são obrigatórios para registar o cão. Uma vez que a vacina da raiva só pode ser dada a partir dos 4 meses, o registo dos cães geralmente é feito no 4º ou 5º mês de vida.

Os cães podem ser considerados animais de companhia, de caça, cães potencialmente perigosos ou perigosos.

Para registar um cão como animal de companhia necessita de:

Boletim de Vacinas actualizado, já com a vacina contra a raiva
Ficha de registo do microchip (entregue pelo veterinário aquando da colocação do chip)
Bilhete de Identidade do proprietário – é necessário ser maior de idade
Número de contribuinte

No caso do registo de um cão de companhia (categoria A), o custo total à data é de 10,34 euros: Taxa de Licença 7,70€, Taxa de Registo 1,10€, Imposto de Selo 1,54€.*

Os cães de raças potencialmente perigosas são considerados animais de companhia e têm um regime especial, independentemente de serem ou não utilizados para a caça. Ao registar o seu cão, não faça confusão entre cães perigosos e cães potencialmente perigosos. Os cães perigosos são animais que já tenham atacado uma pessoa ou outro animal. Os cães potencialmente perigosos são animais que pertencem a uma das seguintes raças ou cruzados de:

-Cão de Fila Brasileiro
-Dogue Argentino
-Pitbull Terrier
-Rottweiler
-Staffordshire Terrier Americado
-Staffordshire Bull Terrier
-Tosa Inu

Para obter a licença para um cão de uma raça potencialmente perigosa (categoria G) deve apresentar também:

-Registo criminal do detentor do cão, livre de crimes contra a vida ou integridade física, contra a saúde pública ou contra a paz pública. Pode pedir o seu registo criminal na Loja do Cidadão. Para isso basta apresentar o Bilhete de Identidade. O preço à data é 3,5 euros
-Termo de responsabilidade, no qual o dono deve declarar o tipo de condições do alojamento do animal; quais as medidas de segurança que estão implementadas; e o historial de agressividade do animal em causa (ver caixa)
-Comprovativo (talão de pagamento) do seguro de responsabilidade civil para o cão - O contrato de seguro tem de possuir um capital mínimo de 50 mil euros. Verifique se o seu seguro da casa pode inclui os danos provocados pelo cão, verificando se abrange a raça do seu animal. Esta solução é geralmente a menos dispendiosa. Caso isso não se verifique, pode fazer um seguro independente que custa em média 40/50 euros anuais. A grande maioria dos seguros de responsabilidade civil não cobre danos causados noutros animais.
-Está ainda prevista a apresentação de um atestado de capacidade física e psíquica para a detenção de um cão de uma das raças listadas, mas o documento ainda não é pedido.
-Os cães não registados no Clube Português de Canicultura, ou seja sem LOP/Pedigree, têm de ser esterilizados. Os preços variam muito conforme as clínicas e os cuidados prestados (medicamentos e/ou pensos incluídos, por exemplo) desde os 100 aos 300 euros.

O custo total é à data 16,94 euros: Taxa de Licença 13,20€, Taxa de Registo 1,10€, Imposto de Selo 2,64€.*

Para registar um cão de caça, para além do que é pedido para os cães de companhia (não potencialmente perigosos) é necessário apresentar a Carta de Caçador do proprietário. No caso do registo de um cão de caça (categoria E), o custo total é à data 9,02 euros: Taxa de Licença 6,60€, Taxa de Registo 1,10€, Imposto de Selo 1,32€.*

A licença pode ser entregue apenas oito dias após apresentação/preenchimento dos papéis. A licença deve ser renovada todos os anos. O valor é o mesmo, exceptuando a parcela da taxa de registo que é paga apenas uma vez.

A falta de licença pode resultar numa coima entre 500 e 3740 euros para pessoas singulares, ou até 44890, para empresas.

*Nota: Os preços não se aplicam a todas as Juntas de Freguesia do país e geralmente há pequenas oscilações. Foram inquiridas várias Juntas de Freguesia e optou-se por publicar os custos da Junta com preços intermédios. Os custos apresentados referem-se aos preços praticados na altura da publicação do artigo.

"Termo de responsabilidade para licença de detenção de animais perigosos e potencialmente perigosos

(Decreto-Lei n.º 312/2003, de 17 de Dezembro)

Eu, abaixo assinado, declaro conhecer as disposições do Decreto-Lei n.º 312/2003, de 17 de Dezembro, bem como assumir a responsabilidade pela detenção do animal infra-indicado nas condições de segurança aqui expressas:

Nome do detentor ..., bilhete de identidade n.º ..., arquivo de ..., emitido em ..., morada ...
Espécie animal ..., raça ...
Número de identificação do animal (se aplicável) ...
Local do alojamento ...
Tipo de alojamento (jaula, gaiola, contentor, terrário, canil, etc.) ...
Condições do alojamento (ver nota *) ...
Medidas de segurança implementadas ...
Incidentes de agressão ...
..., ... de... de ...
Assinatura do detentor ...

(nota *) Ao abrigo do Decreto-Lei n.º 276/2001, de 17 de Outubro, e ... modelo n.º ... da DGV."

Fonte:arcadenoe.sapo.pt

sábado, 27 de outubro de 2012

Provas Praticas para Cão de Agua Português


Objectivos e propostas


As Provas de Trabalho têm como objectivo, fomentar as aptidões naturais dos exemplares a elas concorrentes, tendo em vista o melhoramento dos aspectos funcionais da Raça.
Desenvolver, despertar e expandir nos criadores, proprietários e público em geral, as Provas de Trabalho como uma actividade cultural, desportiva e de utilidade pública, através de acções informativas e educativas durante as Provas.
Estas Provas têm como objectivo dar continuidade ao trabalho efectuado por esta Raça durante muitos anos, no desempenho a bordo dos barcos de pesca, como grande auxiliar do pescador.


Organização

As Provas de Trabalho são organizadas e supervisionadas pela 4ª Comissão – Subcomissão de Cães de Água do Clube Português de Canicultura.
Poderão ser organizadas por uma Entidade Oficial, Clubes da Raça ou Clubes filiados no Clube Português de Canicultura, sob autorização da 4ª Comissão – Subcomissão de Cães de Água.

As Provas Práticas de Trabalho para Cão de Água Português são compostas por:

1 - Provas Práticas de Trabalho – Nível I.



Nível I - Prova A

Natação (Velocidade)

1 - A origem desta prova tem como objectivo recriar uma das funções dos Cães de Água, que era entregarem mensagens de navio para navio, seguindo as ordens dadas. O Juiz avalia nos exemplares as características de temperamento perante a água e de natação, tendo em atenção os seguintes pontos:

a - Comportamento perante a água.
b - Velocidade entre bóias.
c - Estilo e ritmo de natação.
d - Obediência.


2 - Esta avaliação é feita ao longo de um percurso triangular definido pelo ponto de partida/chegada e por duas bóias colocadas a igual distância, mais ou menos 15 m, e distanciadas entre si cerca de 15 m também.

Inicio de prova

- O exemplar inicia a prova partindo da posição de sentado à esquerda do condutor e sem trela. Á sua ordem deve dirigir-se para a água e entrar, efectuando o percurso acompanhado do condutor.
- Para finalizar a prova o condutor dirige-se para o local de partida/chegada e o exemplar vai sentar-se à esquerda do condutor.
- A velocidade pontuada é a efectuada no percurso entre bóias, que será cronometrada.
- O exemplar que não entrar na água ou não contornar a primeira bóia será desclassificado, podendo no entanto continuar em prova, mas será classificado atrás do último exemplar que concluir a primeira prova independentemente da pontuação obtida nas restantes provas.
- O Juiz pontuará os exemplares de acordo com os seguintes critérios:

Comportamento perante a água de 0 a 5 pontos
Percurso Completo de 0 a 5 pontos
Estilo e Ritmo de Natação de 0 a 5 pontos
Obediência de 0 a 5 pontos

-O tempo entre bóias será pontuado conforme o número de exemplares em prova, o primeiro terá a pontuação mais elevada, e o mais lento a mais baixa (1 ponto). 

de 1 a X pontos



Nível I - Prova B

Recuperação de objecto flutuante

1 - A origem desta prova é recriar uma das funções do Cão de Água a bordo dos barcos de pesca que era recuperar os objectos que caiam pela borda fora, peixes que soltavam dos anzóis e salvar vidas humanas. O Juiz nesta prova avalia a forma como o Cão recupera um objecto arremessado para a água, a perícia em nadar com o objecto na boca e a entrega à mão, tendo em atenção os seguintes pontos:
a - Atenção à marcação do ponto de queda.
b - Forma como abocar o objecto.
c - Entrega do objecto.
d - Obediência.

Inicio de prova

- Durante o lançamento do objecto para a água o Cão mantêm-se sentado sem trela à esquerda do condutor. O objecto deve ser lançado pelo condutor, para o meio das bóias e a igual distância. No caso do lançamento não ser correcto, por ser curta a distância, ou fora das bóias, o Juiz deve mandar repetir o lançamento.
- Para recuperar o objecto o cão sai à ordem do condutor, depois deste ter lançado o objecto, e deve nadar directamente para o objecto, sem hesitar ou mudar de direcção, e abocar à primeira tentativa.
- O Cão deve trazer o objecto sempre na boca sem o deixar cair, e nadando directamente para o condutor. Em terra, o Cão, à ordem do condutor entrega-lhe o objecto à mão e vai sentar-se no lado esquerdo do condutor. Quando o Cão sai da água, se deixar cair o objecto para se sacudir, não será penalizado, se de seguida o abocar e entregar ao condutor.
- Os Exemplares que não recuperarem o objecto não serão pontuados nesta prova.
- O Juiz pontuará os exemplares de acordo com os seguintes critérios:

Marcação do ponto de queda do objecto de 0 a 5 pontos
Forma de abocar o objecto de 0 a 5 pontos
Entrega do objecto de 0 a 5 pontos
Obediência de 0 a 5 pontos


Nível I - Prova C

Mergulho com recuperação de objecto submerso

1 - A origem desta prova é de recriar as funções que os Cães de Água tinham a bordo dos barcos de pesca, que era recuperarem os objectos que caíam ao mar e se afundavam. O Juíz nesta prova avalia a forma como o cão prepara o mergulho básico (cabeça submersa) e recupera o objecto submerso no mínimo 0,5 a 1m, tendo em atenção os seguintes pontos:

a - Preparação e forma de mergulhar
b - Resultado da recuperação
c - Forma como entrega à mão
d - Obediência

Início de prova

- O exemplar inicia a prova na posição de sentado a esquerda do condutor. Á sua ordem dirigem-se para a água até o Cão perder pé, o condutor liberta o objecto que deve ficar submerso e afasta-se. O cão para recuperar o objecto deve no mínimo submergir completamente a cabeça.
- O Juiz deve ter em atenção as condições de visibilidade subaquática e a ondulação, que podem ter influência na recuperação do objecto. Nestes casos o Juiz pontua os exemplares que prepararem de forma correcta e mergulharem para tentar recuperar o objecto.
- A entrega do objecto depois da recuperação efectua-se em terra devendo o condutor posicionar-se no local de inicio da prova. O Cão deve trazer o objecto sempre na boca, sem o deixar cair, e nadando directamente para o condutor. Em terra, o Cão, à ordem do condutor entrega-lhe o objecto à mão e vai sentar-se no lado esquerdo do condutor. Quando o Cão sai da água, se deixar cair o objecto para se sacudir, não será penalizado se de seguida o abocar e entregar ao condutor.
- O Juíz pontuará os exemplares de acordo com os seguintes critérios:

Preparação para o mergulho de 0 a 5 pontos
Resultado da recuperação de 0 a 5 pontos
Modo como entrega à mão de 0 a 5 pontos
Obediência de 0 a 5 pontos




2 - Provas de Campeonato Nacional de Trabalho – Nível II.


Nível II - Prova A

Natação (Resistência)

1 - A origem desta prova tem como objectivo recriar uma das funções dos Cães de Água que era entregarem mensagens de navio para navio seguindo as ordens dadas, por vezes os Cães tinham que nadar distâncias consideráveis e tinham que permanecer bastante tempo dentro de água. O Juiz avalia nos exemplares as características de temperamento perante a água e de natação, tendo em atenção os seguintes pontos:
a - Comportamento perante a água.
b - Resistência.
c - Estilo e ritmo de natação.
d - Obediência.

2 - Esta avaliação é feita ao longo dum percurso em que o condutor e o exemplar devem contornar as bóias colocadas, várias vezes, até atingirem o tempo de dois minutos.

Inicio de prova

- O exemplar inicia a prova partindo da posição de sentado à esquerda do condutor e sem trela. À sua ordem deve dirigir-se para a água e entrar, efectuando o percurso acompanhando o condutor.
- O exemplar que não entrar na água, ou não permanecer no mínimo 2 minutos dentro de água a nadar, será desclassificado.
- Para finalizar a prova o condutor dirige-se para o local de partida/chegada e o exemplar vai sentar-se à esquerda do condutor.
Comportamento perante a água de 0 a 5 pontos
Resistência de 0 a 5 pontos
Estilo e Ritmo de Natação de 0 a 5 pontos
Obediência de 0 a 5 pontos


Nível II - Prova B

Recuperação duma linha flutuante com bóias (Simulação de rede)

1 - A origem desta prova tem como base o facto de que nos barcos os cães detectavam e recuperavam as redes que se tinham partido ou perdido e que andavam à deriva nas ondas, ou bocados de rede que se partiam. O Juíz avalia os exemplares, tendo em atenção os seguintes pontos:
a - Atenção à marcação do ponto de queda.
b - Forma como abocar o objecto.
c - Entrega do objecto.
d - Obediência.

Inicio de prova

- Durante o lançamento do objecto para a água o Cão mantêm-se sentado sem trela à esquerda do condutor. O objecto deve ser lançado pelo condutor, para o meio das bóias e a igual distância. No caso do lançamento não ser correcto, por ser curta a distância ou fora das bóias, o Juiz deve mandar repetir o lançamento.
- Para recuperar o objecto o cão sai à ordem do condutor, depois deste ter lançado o objecto, e deve nadar directamente para o objecto, sem hesitar ou mudar de direcção, e abocar à primeira tentativa.
- O Cão deve trazer o objecto sempre na boca, sem o soltar, e nadando directamente para o condutor. Em terra, o Cão, à ordem do condutor entrega-lhe o objecto à mão, e vai sentar-se no lado esquerdo do condutor. Quando o Cão sai da água, se deixar cair o objecto para se sacudir, não será penalizado se de seguida o abocar e entregar ao condutor.
- Os Exemplares que não recuperarem o objecto não serão pontuados nesta prova.
- O Juiz pontuará os exemplares de acordo com os seguintes critérios:
Marcação do ponto de queda do objecto de 0 a 5 pontos
Forma de abocar o objecto de 0 a 5 pontos
Entrega do objecto de 0 a 5 pontos
Obediência de 0 a 5 pontos


Nível II - Prova C

Mergulho profundo com recuperação de objecto submerso

1 - A origem desta prova é recriar as funções que os Cães de Água tinham a bordo dos barcos de pesca, que era recuperarem os objectos que caíam para o mar e se afundavam. O Juíz nesta prova avalia a forma como o cão mergulha, a uma profundidade estimada entre 1 a 1,5 metros e recupera o objecto submerso, tendo em atenção os seguintes pontos:
a - Preparação e forma de mergulhar
b - Resultado da recuperação
c - Forma como entrega à mão
d - Obediência

Início de prova

- O exemplar inicia a prova na posição de sentado à esquerda do condutor e sem trela, à sua ordem dirigem-se para a beira da água, o condutor lança o objecto que deve ficar submerso no mínimo 1 metro, e dá ordem para o cão recuperar o objecto. Este deve mergulhar completamente o corpo.
- O Juiz deve ter em atenção as condições de visibilidade subaquática e a ondulação, que podem ter influência na recuperação do objecto. Nestes casos o Juiz pontua os exemplares que prepararem de forma correcta e mergulharem para tentar recuperar o objecto.
- A entrega do objecto depois da recuperação efectua-se em terra devendo o condutor posicionar-se no local de inicio de prova. O Cão deve trazer o objecto sempre na boca sem o soltar, e nadando directamente para o condutor. Em terra, o Cão, à ordem do condutor entrega o objecto à mão e vai sentar-se do lado esquerdo do condutor. Quando o Cão sai da água, se deixar cair o objecto para se sacudir, não será penalizado, se de seguida o abocar e entregar ao condutor.
- O Juiz pontuará os exemplares de acordo com os seguintes critérios:
Preparação para o mergulho de 0 a 5 pontos
Resultado da recuperação de 0 a 5 pontos
Modo como entrega à mão de 0 a 5 pontos
Obediência de 0 a 5 pontos


3 - Provas de Campeonato Internacional de Trabalho – Nível III.


Nível III - Prova A
Natação, seguindo ordens, entre barco-terra-barco

1 - A origem desta prova tem como objectivo recriar uma das funções dos Cães de Água que era entregarem mensagens de navio para terra e volta, seguindo ordens dadas. O Juiz avalia nos exemplares as características de temperamento perante a água e de natação, tendo em atenção os seguintes pontos:
a - Comportamento perante a água.
b - Estilo, ritmo e velocidade de natação.
c - Transporte e entrega de objecto
d - Obediência.

Início de prova

- Esta avaliação é feita ao longo de um percurso entre um barco ancorado a 20 metros de terra e volta.
- O Exemplar salta do barco à ordem do condutor, nada até terra, senta-se à frente do 2º condutor, aboca o objecto que lhe é entregue, nada até ao barco e faz a entrega do objecto ao 1º condutor.
- O 1º condutor só pode dar ordem ou incentivar o cão no salto para a água e por voz, ao 2º condutor só é permitido dar à boca o objecto e dar ordem verbal para a entrega do objecto ao 1º condutor. Qualquer outro tipo de intervenção pode originar a desclassificação do exemplar.
- Os percursos a percorrer pelo exemplar são cronometrados.
- Juíz pontua os exemplares de acordo com os seguintes critérios:
Salto para a água e ritmo de natação de 0 a 5 pontos
Capacidade para se manter no percurso de 0 a 5 pontos
Entrega do objecto de 0 a 5 pontos
Obediência de 0 a 5 pontos


Nível III - Prova B

Recuperação de objecto flutuante a partir do barco (Rede de pesca)

1 - A origem desta prova: a bordo dos navios os cães tinham a responsabilidade de recuperarem os objectos que caíam pela borda fora. O Juíz avalia a capacidade dos cães de saltarem para a água, recuperarem o objecto e subirem para bordo, tendo em atenção os seguintes pontos:
a - Salto para a água e marcação do objecto
b - Forma de abocar o objecto
c - Entrega do objecto.
d - Obediência.

Início de prova

- Durante o posicionamento do objecto na água o Cão mantêm-se sentado no barco sem trela. O objecto deve ser posicionado pelo Comissário, a uma distância de 10 metros.
- Para recuperar o objecto o cão sai à ordem do condutor, deve nadar directamente para o objecto sem hesitar ou mudar de direcção, e abocar à primeira tentativa.
- O Cão deve trazer o objecto sempre na boca sem o soltar e nadando directamente para o condutor. O Cão entrega o objecto à mão do condutor e sobe a rampa.
- Os Exemplares que não recuperarem o objecto não serão pontuados.
- O Juiz pontuará os exemplares de acordo com os seguintes critérios:
Salto para a água e marcação do objecto de 0 a 5 pontos
Forma como recupera o objecto de 0 a 5 pontos
Entrega do objecto de 0 a 5 pontos
Obediência de 0 a 5 pontos


Nível III - Prova C

Mergulho profundo a partir do barco com recuperação de objecto submerso

1 - A origem desta prova é recriar as funções que os Cães de Água tinham a bordo dos barcos de pesca, que era recuperarem os objectos que caíam para o mar e se afundavam. O Juíz nesta prova avalia a forma como o cão mergulha a uma profundidade estimada entre 1,5 a 2 metros e recupera o objecto submerso, tendo em atenção os seguintes pontos:

a - Salto para a água e forma de mergulhar
b - Resultado da recuperação
c - Forma como entrega à mão
d - Obediência

Início de prova

- O exemplar inicia a prova na posição de sentado. O condutor lança o objecto a cerca de 2 metros de distância e este deve afundar à profundidade mínima de 1,5 metros, o cão mergulha e recupera o objecto.
- O Juiz deve ter em atenção às condições de visibilidade subaquática e a ondulação, que podem ter influência na recuperação do objecto. Nestes casos o Juiz pontua os exemplares que preparem de forma correcta, saltem sem hesitar e mergulhem para tentar recuperar o objecto.
- O Cão deve trazer o objecto sempre na boca sem o soltar, nadar directamente para o barco, entregá-lo à mão do condutor e subir depois a rampa.
Salto para a água e forma de mergulhar de 0 a 5 pontos
Resultado da recuperação de 0 a 5 pontos
Modo como entrega à mão de 0 a 5 pontos
Obediência de 0 a 5 pontos


Fonte:  -Associação para a Protecção do Cão de Água Português
http://casacalado-sport.blogspot.pt/

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Diabetes em cães


Existem dois tipos de diabetes mellitus em cães: a dependente e a não dependente de insulina, ou seja, diabetes insipitus e diabetes mellitus.

A diabetes insipitus é uma desordem muito rara que resulta na incapacidade de regular o conteúdo de água corporal.

A diabetes mellitus é uma doença relativamente comum e aparece mais freqüentemente em cães de 5 ou mais anos. Existe, também, uma forma congênita que ocorre em cães, sendo muito rara (Spinosa, 2001).

Vamos tratar aqui da diabetes mellitus.
São conhecidos dois tipos desta diabetes mellitus: tipo I e tipo II.

A tipo I, ou diabetes mellitus dependente de insulina, com perda progressiva e eventualmente completa da secreção de insulina, pelo pâncreas. Portanto, o paciente com este tipo de diabetes é conhecido
como insulino dependente. A maior parte dos cães diabéticos apresenta-se com este tipo de diabetes (Nelson, 2001).

A tipo II, ou diabetes mellitus não dependente de insulina, caracteriza-se por uma resistência à insulina e/ou células β disfuncional. A secreção de insulina pode ser elevada, baixa ou normal, mas é insuficiente para superar a resistência à insulina nos tecidos. Esta, por sua vez, é de difícil diagnóstico em cães (Cunnighan, 2004).

O Diagnóstico

O diagnóstico de diabetes mellitus baseia-se em três critérios:

1 - 0s quatro sinais clínicos clássicos, os 4P's :
         Poliúria-->  aumento do volume urinário, o animal passa a urinar mais.
         Polidpsia --> sede excessiva, o animal passa a ingerir mais água.
         Polifagia --> aumneto do desejo de comer. Alguns animais começam a atacar até o lixo da casa.
         Perda de Peso --> mesmo o animal se alimentando mais, a glicose não consegue penetrar na célula, então o organismo começa a metabolizar poteína e gordura. Na diabetes tipo II, está manifestação é mais lenta.

OBS: Se tivermos um cão que está emagrecendo, mas comendo muito, bebendo muita água e urinado muito, devemos em primeiro lugar pensar na diabetes.

2- O nível elevado de glicose na corrente sanguínea. O animal deve estar em jejum de 12h, para coleta de sangue. Os níveis normais de glicose em um cão normal  varia de 80-120mg/dl. Qualquer valor acima desse, devemos pensar em diabetes.

3 - A glucosúria (presença de glicose na urina) é um grande indicativo, mas não fecha o diagnóstico pois podemos ter glicosúria renal primária, um defeito que compromete a reabsorção de glicose.

SINAIS CLÍNICOS + HIPERGLICEMIA + GLICOSÚRIA = DIABETES

Outro Sinais da Diabetes

- Catarata Diabética  --> provocada por acúmulo de glicose e de outra substância chamada sorbitol no cristalino do globo ocular. Pode ser o primeiro sintoma que o proprietário percebe. O cristalino fica “azulado” e animal fica cego.


 - Infecção urinária --> a urina rica em glicose é substrato de crescimento bacteriano.

Diabetes e Cadela:
 Se o diagnóstico de diabetes ocorre numa cadela, esta deve ser castrada o mais rapidamente possível. Um dos hormonios femininas (a progesterona) interfere com o metabolismo da glicose, sendo difícil de controlar a diabetes em cadelas não castradas. Por vezes, em animais com diabetes há pouco tempo, a castração pode levar a uma recuperação completa. Após a cirurgia é necessário controlar bem os níveis de glicose no sangue pois, a terapia com insulina pode já não ser necessária.

Diabetes e Obesidade:
 A relação obesidade e diabetes é uma relação perigosa. O aumento da massa gordurosa, principalmente abdominal (visceral) está ligada à resistência à insulina, ou seja, à maior dificuldade da insulina colocar a glicose para dentro das células. O problema se agrava se o paciente tiver predisposição genética para desenvolver diabetes, pois neste caso o pâncreas é mais suscetível à deficiência na produção de insulina.
 Pouco se sabe sobre a patogênese da resistência à insulina causada pela obesidade em cães.



Conclusão:
Suspeitando de um cão diabético, devemos fazer um exame de sangue completo, um exame de glicose e um EAS.
Após fechar o diagnóstico, o tratamento é relativamente simples. O animal diabético, pode levar uma vida normal e uma sobrevida de qualidade. O tratamento se baseia na adiministração de insulina, exercício físicos e ração balanceada. No mercado temos vários tipos de insulina, devemos encontrar uma que apresente uma melhor resposta ao paciente.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Perguntas mais frequentes- Border Collie


É o Border Collie a raça mais inteligente?

A definição de inteligência de um cão é muito subjectiva e depende de muitas variáveis, tais como a treinabilidade, a habilidade de raciocínio, o pensamento independente, a capacidade física para uma determinada tarefa, etc.. Portanto, depende muito do que se entende por “inteligência”. Ainda assim, a maior parte das pessoas considera esta raça como extremamente inteligente. Têm uma treinabilidade muito alta e grande capacidade de raciocínio. É usual um Border aprender um comando em poucos minutos, ou após poucas repetições. No entanto, esta capacidade de aprendizagem faz com que consigam aprender muito rapidamente coisas que não desejaríamos que soubessem! A sua inteligência é uma das razões que os leva a meterem-se em sarilhos com tanta facilidade. Mas é também uma das razões por que se evidenciam em vários desportos como o Agility ou a Obediência.

Mas os Border Collies não nascem ensinados! Para que se salientem na sua ocupação, precisam de um dono que se aplique no treino e saiba como desenvolver as suas capacidades.

Como são com crianças?

Os Border Collies bem socializados crescerão felizes na companhia das crianças, gostando normalmente de brincar com elas - a energia quase inesgotável de uma criança mantém o Border activo e interessado. No entanto, o instinto de pastoreio diz ao animal para manter o “rebanho” junto. Na falta de rebanho, ele pode decidir pastorear as crianças, donde podem resultar pequenos conflitos, principalmente se as crianças não são avisadas ou não sabem como reagir: se tentam fugir, isso pode inclusive resultar em pequenas mordidelas nos tornozelos, o mesmo que o cão faria às ovelhas. Esta poderá ser a atitude de um cão menos habituado a crianças, ou com um instinto de pastoreio extremamente forte.

Como se portam com gatos ou outros animais pequenos?

Depende do cão. Usualmente, o Border Collie dá-se bem com os gatos da família, mas perseguirá todos os outros. Se forem apresentados quando o cão ainda é pequeno, não haverá grandes problemas. Mas se o instinto de pastoreio de um exemplar específico for muito forte, poderá estar sempre a maçar o gato, tentando pastoreá-lo com o olhar. Ao princípio, ou se não se tiver a certeza, é melhor não os deixar sozinhos.

Os Border Collies são hiperactivos?

O Border Collie é uma raça muito energética, intensa e que precisa de ocupação. Há exemplares mais activos que outros - como não podia deixar de ser - e alguns podem ser considerados hiperactivos (há linhagens que são criadas para que os cães o sejam, sobretudo na de Obediência de Competição, em que os cães devem parecer excitados com o trabalho. No entanto, não concordamos com este critério de selecção: achamos que os cães devem trabalhar de uma maneira calma e controlada). Os exemplares que trabalham no pastoreio costumam ser calmos - têm que o ser, ou serão inúteis para o trabalho, pois estarão demasiado excitados para ouvirem as ordens do pastor. O mesmo deve acontecer nos que frequentam as exposições de beleza. Mas mesmo estes os cães são intensos, pelo que, se não lhes for dado trabalho, eles acabam por o procurar sozinhos, a maior parte das vezes roendo tudo o que lhes vem à boca: sapatos, livros, carpetes, armários, paredes... ou cavando buracos por todo o quintal. Os Borders não costumam exercitar-se sozinhos – precisam e gostam da sua companhia.

Ao fim do dia, os Border Collies que têm trabalho (nem que seja jogar à bola ou com um freesby regularmente) - embora sendo cães muito energéticos quando brincam ou trabalham - estarão calmos em casa.

De que quantidade de exercício necessitam?

Mais uma vez, depende do cão. Planeie duas saídas de pelo menos meia hora, com qualquer tempo. Pelo menos 20 minutos devem ser de exercício intenso sem trela, como brincar a ir buscar uma bola, ou correr consigo. Para além disto, deve treiná-lo 10 a 15 minutos por dia (obediência, truques, etc). Considere inscrever-se numa escola de obediência canina (que use métodos positivos, por favor!). Se ainda assim o seu cão precisar de mais, dê-lhe mais exercício mental, e não físico: o Border Collie foi criado para trabalhar e correr todo o dia, pelo que será mais fácil cansá-lo com exercício mental do que com mais 20 minutos de correrias.

Os Border Collies gostam de nadar?

Adoram, se encorajados desde pequenos. Nadar é um excelente exercício para os cansar nos meses mais quentes de Verão. É também um excelente exercício para todos os cães que tenham displasia, porque fortalece os músculos que suportam a anca, sem colocar peso nas articulações.

Os Border Collies escapam-se com facilidade? Saltam cercas?

Os Borders são muito ágeis. Se deixados muito tempo sozinhos, poderão achar que fora do quintal há coisas muito mais interessantes para fazer. Se o decidirem, podem saltar até 2 metros de muro! Também são bons escavadores... se não dá por cima, talvez dê por baixo... Muitos também aprendem a abrir portas e trincos!

De que tamanho fica um Border?

Esta raça tem também uma grande diversidade de tamanhos. Em princípio, um Border é um cão médio (entre os 14 e os 21 kg), com cerca de 50 cm de altura (máx. 53 cm). Mas existem cães maiores (e bem mais pesados) e cães bem mais pequenos, sem que isto faça com que o cão deixe de ser um Border Collie. Se lhe interessa muito o tamanho do cão, tente ver os pais, ou peça conselhos ao criador.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Cães Potencialmente Perigosos - Legislação


Legislação sobre Cães Potencialmente Perigosos

Animal Perigoso:
 “...qualquer animal que se encontre numa das seguintes condições:
- Tenha mordido, atacado ou ofendido o corpo ou saúde de uma pessoa;
- Tenha ferido gravemente ou morto um outro animal fora da propriedade do detentor;
- Tenha sido declarado, voluntariamente, pelo seu detentor, à junta de freguesia da sua área de residência, que tem um carácter e comportamento agressivo
- Tenha sido considerado, pela autoridade cpmpetente como um risco para a segurança de pessoas ou animais, devido ao seu comportamento agressivo ou especificidade fisiológica;”

Animal Potencialmente Perigoso:
Foram definidas sete raças que, pelas suas características, comportamento agressivo, tamanho ou potência da mandíbula são consideradas como potencialmente perigosas (podem causar lesão ou morte de pessoas ou outros animais): cão de fila brasileiro, dogue argentino, pit bull terrier, rottweiller, staffordshire terrier americano, staffordshire bull terrier e tosa inu. Nesta lista, incluem-se também os descendentes destas raças, quando há cruzamento com outra raça ou com animal de raça indeterminada.

Normas para a detenção de animais perigosos ou potencialmente perigosos:
Se o seu animal é considerado perigoso ou se enquadra numa das raças potencialmente perigosas, tem de obter uma licença especial. Tal como a licença para os outros cães, este documento é emitido pela Junta de Freguesia da área da residência e deve ser renovado anualmente. Para isso, o dono tem de ser maior de idade e apresentar vários documentos: 
- Termo de responsabilidade, na qual é identificado o detentor do animal, as características do animal, o tipo e condições de alojamento do animal, as medidas de segurança que estão implementadas e o historial de agressividade do animal em causa. 
- Registo criminal do dono, a comprovar que não foi condenado por crimes contra a vida ou integridade física, contra a saúde pública ou contra a paz pública
- Atestado de capacidade física e psíquica para a detenção de cães perigosos ou potencialmente perigosos, em termos regulamentados pelo Governo.
- Não ter o interessado sido privado, por sentença transitada em julgado, do direito de detenção de cães perigosos ou potencialmente perigosos.  
- Boletim sanitário e comprovativo de que foram realizadas as vacinas obrigatórias (vacina da raiva); 
- Documento que certifique a formalização de um seguro de responsabilidade civil com um capital mínimo obrigatório de 50 mil euros
- Comprovativo da identificação electrónica: 
- A identificação electrónica é obrigatória para todos os cães entre os 3 e os 6 meses, perigosos ou potencialmente perigosos, animais utilizados na caça, em exposições e concursos/provas. A partir de 1 de Julho de 2008, esta obrigação alarga-se a todos os cães nascidos a partir dessa data.

Se o cão morrer ou desaparecer ou se houver alteração da morada deve comunicar este facto à Junta de Freguesia no prazo de 5 dias. Se mudar de dono, deve ser o novo proprietário a tratar da alteração da morada do animal. Para tal, tem de apresentar o boletim sanitário na Junta de Freguesia no prazo de um mês.

Medidas de  segurança especiais no alojamento
Para não colocar em risco a integridade de pessoas, animais e bens, o proprietário é obrigado a afixar,  de forma bem visível, uma placa de aviso da presença e perigosidade do animal. O detentor do animal tem de criar condições de segurança que impeçam a fuga do animal e que devem acautelar de forma eficaz a segurança de pessoas, outros animais e bens.

Medidas de  segurança especiais na circulação
Os animais potencialmente perigosos não podem circular sozinhos na via pública ou em lugares públicos, devendo sempre ser conduzidos por detentor maior de 16 anos acompanhado pela licença de detenção. Sempre que circulem devem fazê-lo com meios de contenção adequados à espécie e raça, nomeadamente caixas, jaulas ou gaiolas ou açaimo funcional e, neste caso, devidamente seguro com trela curta até 1m de comprimento, que deve estar fixa a coleira ou peitoral 

Treino
Os detentores de cães perigosos ou potencialmente perigosos devem promover o treino do mesmo com vista à sua domesticação e socialização e nunca com vista à sua participação em lutas ou a estimular a sua agressividade.

Raças de cães potencialmente perigosas:



                                                                 

O despacho 10819 de 14 de Abril de 2008 veio acrescentar as normas estabelcidas anteriormente a obrigatoriedade da esterilização dos cães destas raças, não inscrito no Livro de Origens, ou dos provenientes de cruzamento entre si ou destas com outras, no prazo de 4 meses após a publicação do despacho. 
Também proíbe a entrada no território nacional, por compra, cedência ou troca directa, de cães desta raça ou provenientes dos seus cruzamentos, não inscritos em Livro de Origens. A entrada de cães com L.O. para fins de reprodução obriga a autorização prévia da autoridade competente (D.G.V.) 
Não obstante a referida proibição e tendo em vista não penalizar os animais que venham de férias, em companhia dos seus detentores, foi decidido permitir a entrada dos cães das raças constantes no parágrafo anterior enquanto companhia dos legítimos detentores. A permanência destes animais no território nacional por período superior a quatro meses determina a sua esterilização nos termos do nº 6 do Despacho. 

Os médicos veterinários que realizem a esterilização devem emitir uma declaração desse facto, que serve de comprovativo e acompanha o detentor do animal, nos termos da alínea a) do nº 3 do artigo 14º do DL 315/2003, de 17 de Dezembro. A DGV está a ultimar um modelo de declaração, que disponibilizará em breve. 

O incumprimento das obrigações impostas pelo Despacho incorre em coima cujo montante mínimo é de 500€ e determina a recolha do animal ao centro de recolha, onde fica a aguardar a decisão final do processo de contra-ordenação, considerando-se perdido a favor do Estado. 

Nota: Para mais informação consultar os decretos de lei:
- nº 276/2001 de 17 de Outubro
- nº 312 e 313/2003 de 17 de Outubro
- nº 49/2007 de 31 de Agosto
- nº10829 de 14 de Abril de 2008

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Insectos Amestrados

Já tinha ouvido falar de muitos animias amestrados mas agora insectos, já vi de tudo por agora xD



segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Carta de um trabalhador de um Canil Municipal

Depois de ler esta carta passei algum tempo com a imagem na cabeça, talvez porque adore cães, talvez porque conheça monte de criadores, talvez, talvez...

"Carta de um trabalhador de um Canil Municipal
Um lugar onde as almas dos animais são destruídas. Um lugar onde a esperança não existe. Um lugar stressante também para quem trabalha ali e são os responsáveis por fazer a limpeza da cidade, acabando com a vida dos cães abandonados. Um trabalhador espanhol deu seu testemunho sobre como é o dia a dia em um canil municipal em Madrid, na Espanha. Para lá, além dos animais de rua recolhidos pelos serviços municipais, as pessoas levam diariamente os seus animais de companhia quando já não os querem mais.

Acredito que é preciso chamar a atenção da nossa sociedade. Como responsável de uma Perrera [canil municipal], vou partilhar uma coisa com vocês, um olhar ‘de dentro’ se me permitem.

Em primeiro lugar, todos os vendedores/criadores de animais deveriam trabalhar pelo menos um dia num canil destes. Talvez se pudessem ver o olhar triste, perdido, confuso dos animais, mudariam de opinião sobre criar e depois vender a pessoas que nem sequer conhecem. Esse cachorrinho que acaba de vender terminará, possivelmente, no meu canil quando deixar de ser um cachorrinho fofo. Então, como se sentiria se soubesse que há uma probabilidade de 90% de que este cão nunca saia do canil quando vai parar ali? Seja de raça ou não. Pois 50% dos cães que entram no meu centro, abandonados ou de rua, são de raça pura.


As desculpas mais comuns que oiço são: 

• Mudamo-nos e não podemos levar o nosso cão/gato. Verdade? Para onde se vai mudar, onde não permitem animais de estimação? E porque escolheu viver num lugar assim em vez de outro onde seja permitido?

• O cachorrinho cresceu mais do que esperávamos. E que tamanho acha que tem um Pastor Alemão?

• Não tenho tempo para ela. Verdade? Eu trabalho de 10 a 12 horas por dia e ainda assim tenho tempo para os meus 6 cães.

• Estraga o jardim todo. E por que não o deixa ficar dentro de casa?

• Dizem sempre: Não queremos insistir para que procure um lugar para ele, porque sabemos que será adoptado certamente, é um bom cão.

O triste é que o seu animal de companhia NÃO será adoptado! E consegue imaginar o quão stressante é um canil municipal?

Bom, deixe que eu conto:

O seu animal tem 72 dias para encontrar uma nova família a partir do momento que você o deixa aqui. Às vezes um pouco mais, se o canil não estiver cheio e se ele conseguir não adoecer. Se pegar um resfriado, morre.

Os gatos nunca se livram de uma morte certa.



O seu animal permanecerá confinado em uma box pequena, rodeada por barulhos, choros, latidos e uivos de outros 25 animais. 

Ficará deprimido e chorará constantemente pela família que o abandonou. Se tiver sorte, um bom voluntário talvez pode levá-lo para passear ocasionalmente. Se não, o seu animal não receberá nenhuma atenção, além de um prato de comida deslizado por debaixo da porta da boxe, jactos de água de mangueira, da limpeza da gaiola.

Se o seu cão é negro, grande ou alguma raça “bull”, como Pitbull, Mastin etc.. você deu-lhe o seu atestado de morte a partir do momento que cruzou a porta do canil. Esses cães não são adoptados. Não importa o quão 'doce' seja ou 'ensinado' esteja.

Se o seu animal não for adoptado em 72 horas desde sua entrada e o canil estiver cheio, será sacrificado.

Se o canil não estiver cheio e o seu cão estiver suficientemente saudável e de uma raça atractiva, é possível que se atrase a sua execução, ainda que não por muito tempo.

Os cães, em sua maioria , são postos em boxes de protecção e imediatamente sacrificados se demonstram qualquer tipo de agressão. Inclusive o cão mais tranquilo é capaz de mudar de comportamento neste ambiente.

Se o seu cão se contagiar com a tosse canina (traquebronquite infecciosa canina) ou qualquer outra infecção respiratória, será sacrificado imediatamente, apenas porque nos canis não temos recursos para pagar os tratamentos necessários.

Sobre a eutanásia, para aqueles que nunca foram testemunhas de como um animal perfeitamente saudável será sacrificado:

• Em primeiro lugar, tiram-no da box com uma guia. Os cães sempre pensam que vão passear, saem felizes, abanam o rabo… Até que chegam ao quarto, ali todos os cães param de repente. Devem sentir o cheiro ou captar a morte ou sentir as almas tristes que ficaram por ali. É estranho, mas acontece com todos e cada um deles.

• O seu cão ou gato será examinado por um veterinário ou dois, dependendo do tamanho e do quão nervoso estiver. Depois, um especialista em administrar a eutanásia ou um veterinário inicia o processo

• encontra uma veia na sua pata dianteira e injecta uma dose de uma substância rosa.

• Esperamos que o seu animal não se assuste ao sentir o que está para acontecer. Já vi alguns que arrancaram a agulha e acabaram cobertos do seu próprio sangue, ensurdecidos pelos seus próprios latidos e gritos.

• Nenhum dorme imediatamente. Muitas vezes, sofrem espasmos durante um tempo, sufocam-se e defecam.

• Quando terminar, o cadáver do seu animal será empilhado como uma lenha em um grande congelador traseiro, com todos os outros animais à espera de serem recolhidos como lixo.

• O que acontece depois? Será cremado? Levam-no para o depósito do lixo? Servirá de comida para cachorros? Isso nunca vai saber e nunca poderá imaginar. Era só um animal e sempre se pode comprar 
outro, não? 

• Acho que, se leu até aqui, poderá imaginar e não será capaz de tirar da cabeça as imagens que eu vejo todos os dias quando volto para casa do trabalho. 

• Odeio o meu trabalho, odeio que exista e odeio saber que sempre vai existir, a menos que vocês, as pessoas, mudem de atitude e se dêem conta das muitas vidas que são prejudicadas, além das que são deixadas no canil.

• Entre 9 e 11 milhões de animais morrem todos os dias nos canis e somente você pode acabar com isso. Eu faço todo o possível para salvar todas as vidas que posso mas os refúgios protectores estão sempre cheios e todos os dias há mais animais que entram do que saem.

• Não crie ou compre cães enquanto há milhões a morrer nos canis.

• Odeie-me se quiser. A verdade dói e a realidade é essa. Só espero que, com isso, alguém possa ter mudado de ideia sobre criar ou comprar um cão e de abandonar o seu animal num canil.

• Desejo que um dia, alguém entre no meu trabalho e diga: ‘eu li isto e quero adoptar’. Isso sim valeria a pena!

Fonte:apaae

domingo, 21 de outubro de 2012

Cadela reconhece mais de 1000 palavras, simplesmente fenomenal :D



Esta cadela consegue identificar imensas palavras por causa da associação que faz do som da palavra e do cheiro dos muitos brinquedos, além de vocabulário que corresponde a verbos e a ordens da obediência básica!! Sem dúvida um exemplo de como podemos tornar um cão, não só um amigo como um companheiro com um génio fantástico! :D


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O que são exercícios de auto controle e para que servem


Exercícios de auto controle são aqueles que ensinam o cão a controlar-se e manter os seus níveis de excitamento e ansiedade sob controle. Muitos cães não são ensinados a controlar os seus níveis de excitamento e quando ultrapassam os seus limites oferecem comportamentos que chamamos de “displacement behaviours” tais como correr pela sala, ladrar, movimentos copulatórios,  mordiscar a roupa, braços ou pernas, agredir outros cães ou animais que estejam presentes, etc..

Todos estes comportamentos normalmente são confundidos com agressão, mas na realidade não passam de comportamentos típicos de cães que quando confrontados com uma situação que lhes sucita muita excitação e ansiedade, não sabem o que fazer.

Treinar um cão com métodos positivos ajuda o mesmo a lidar com esses níveis de frustração e excitação, mas não é o suficiente. É necessário que integremos estes exercícios de auto controle no dia-a-dia e aproveitemos as situações diárias e que normalmente são muito excitantes para um cão, em oportunidades de ensinar o cão a controlar-se.

Este ensino faz-se com o uso de castigo negativo, isto é, algo que o cão quer é-lhe retirado ou impedido o acesso até que ele ofereça um comportamento apetecível.

Exercícios de auto controle podem ser praticados por exemplo na altura de levar o cão à rua para um passeio. Normalmente o simples facto de pegarmos na trela já faz com que o cão desate num arrail de comportamentos excitáveis, tais como ladrar, pular, arranhar a porta, etc.. Uma forma de treinar auto controle é esperar pacientemente que o cão se acalme antes de lhe colocarmos a trela. É possível que das primeiras vezes que façamos este exercício não consigamos nem colocar a trela. Se assim fôr e o cão não acalmar, pouse a trela e tente mais tarde. A chave para este tipo de treino é consistência e a sua o seu próprio controle sob a situação.

Estabeleça o critério que pedirá ao seu cão. Algumas pessoas apenas querem que o cão não ladre nem salte antes de ir à rua, outras quererão que o cão se sente e permaneça sentado até que digamos um OK, que é o meu caso. Depois de estabelecer o que espera do seu cão, seja consistente. Até que ele lhe ofereça aquilo que espera dele, não ceda. Ele rapidamente vai aprender que permanecer sentado e quieto em frente à porta enquanto pegamos na chave e colocamos a trela e coleira é a forma mais rápida que ele tem de aceder à rua. Se ele se levantar, então esse acesso ser-lhe–á negado.

Pratique este exercício diariamente até que seja automático. Estes exercícios são muito importantes e extremamente úteis para a nossa convivência com os nossos cães.

Em baixo deixo dois vídeos de exemplos de auto controle, um à porta antes de ir passear e outro a colocar a comida no chão.

Bons treinos!

Fonte: Escrito por Claudia Estanislau da Its All About Dogs
Fonte:itsallaboutdogsforum.net

terça-feira, 16 de outubro de 2012

O sono dos cachorros



Sono, é o período de repouso para o corpo e a mente, em que a consciência esta em activa parcialmente ou completamente. É caracterizado tanto no ser humano como em animais superiores, pela suspensão temporária da actividade perceptivas, sensoriais e motoras voluntárias.

Sono dos cães
Assim como as pessoas, os cães também precisam dormir. No período de sono, o cão pode descansar e o sistema imunológico pode atingir seu melhor índice de actividade e funcionamento.

Os cães apresentam 2 etapas distintas que ocorrem durante período de sono:

Sono Superficial:
Durante este estágio o cão fica quieto porém alerta, tem uma respiração profunda e ritmada, sua pressão sanguínea, seu metabolismo e sua actividade cerebral diminuem. O estágio superficial dura de 10 a 20 minutos e basta um pequeno estímulo para acordá-lo.

Estágio REM:
Durante este segundo estágio do sono, as pálpebras do cão  movem-se. A respiração torna-se irregular, rápida e superficial ou às vezes o cão parece não respirar, é um sono profundo. Também ocorrem movimentos nas patas, músculos da face e orelhas e pode até mesmo rosnar e latir. Esse estágio inicia-se logo após o período de sono superficial.

Duração do sono
Os cães dormem muito, em média 9 horas diárias, mas esse tempo pode aumentae se eles ficam muito  tempo sozinhos, sem a companhia do dono, longe de agitação e do convívio com outros animais ou pessoas.

Sonho dos cães
Foi cientificamente constatado  que algumas actividades cerebrais caninas durante o sono são semelhantes as de  uma pessoa quando esta a sonhar. Assim, e quase certo que os cães também sonham, porém o que nossos amigos caninos sonham é praticamente um mistério.

Uma hipótese, seria a maneira de se relacionarem com o mundo, com pessoas e outros cães.

Distúrbios do sono
Os cães também podem apresentar alguns distúrbios de sono, como a apneia, que é uma paragem respiratória devido a obstrução das vias respiratórias, comum em cães da raça Boxer e Buldogue, devido aos seus focinhos achatados.

A narcolepsia, também pode ser lembrada como um distúrbio, uma vez que o cão repentinamente entra em um estado de sono profundo. Este mal é bastante comum em cães da raça Doberman, Labrador, Caniche, Beagle e Dachshound, porem esses distúrbios podem controlados através de medicamentos.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Mau Hálito no cão: Sintoma de doença?



A Halitose, designação cientifica para mau hálito, pode ter várias causas. Ao contrário do vulgar "cheiro a cão", que acompanha com maior ou menor intensidade qualquer exemplar canino e não é sinal de doença, a Halitose não deve ser encarada tão despreocupadamente pois é sempre sinal de alguma alteração.

Causas Orais
Contrariamente ao que vulgarmente se crê, o odor proveniente de um aparelho respiratório ou digestivo saudável não é desagradável. 
O mau hálito provém quase sempre da boca (normalmente de uma boca em más condições). A causa mais comum de problemas orais que produzem mau hálito é a Doença Periodontal, uma inflamação dos tecidos que envolvem o dente. Já a Cárie Dentária, um problema relativamente comum nos humanos, é rara nos cães devido à composição da sua saliva (maior concentração de amoníaco  que neutraliza os ácidos responsáveis pela formação de cárie). 
Aproximadamente 85% dos cães com mais de 3 anos apresentam algum grau de Doença Periodontal. É mais frequente e mais precoce em cães de porte pequeno, porque os seus dentes estão mais juntos e talvez porque os seus donos têm tendência para os "mimar" mais com alimentação incorrecta.
Se suspeitar que a causa do mau hálito do seu cão é de origem oral/dentária, recorra ao seu Médico Veterinário assistente. Ele examinará minuciosamente a cavidade oral, identificará eventuais problemas dentários ou gengivais e procederá ao tratamento especifico  que pode passar por uma limpeza completa dos dentes (destartarização, polimento, tratamento das gengivas), normalmente sob anestesia geral.

Se o seu cão é novo, os seus dentes brancos e as suas gengivas saudáveis, mas mesmo assim apresenta mau hálito, a causa pode ser apenas de origem alimentar:

Utilização de dietas pastosas que deixam resíduos que entram em decomposição e começam a libertar um odor putrefacto. Opte por uma ração seca de boa qualidade, que não deixa partículas residuais nos dentes.

Hábitos de coprofagia (comer fezes); é relativamente comum em cachorros e pode não ter qualquer significado especial para além do "esconder a prova do crime" quando são sujeitos a castigo por defecção em local não apropriado. Consulte o seu Médico Veterinário para investigar qualquer outra possível causa, nomeadamente carências nutricionais.

Alimentação pontual com comida putrefacta ou com mau odor. Exemplo típico: "foi roubar ao lixo ou comeu algo do chão inadvertidamente". Resolva o problema para que não o volte a repetir, e não se preocupe quanto ao mau hálito, pois será temporário.
Se nenhuma destas situações se aplica e se o mau hálito teve início há pouco tempo, o seu cão pode ter um corpo estranho na boca (um osso, aglomerados de pêlos, ervas...). Neste caso ele poderá estar a salivar mais que o normal ou a tentar colocar as patas na boca. Examine a sua boca e se for esse o caso e a extracção for fácil, pode tentar fazê-lo. Se a extracção exigir actuação profissional ou se não conseguir identificar qualquer corpo estranho, consulte o Médico Veterinário para um exame completo da boca, eventualmente sob sedação.
Não exclua de imediato um problema dentário só porque o seu cão é novo e os seus dentes aparentemente saudáveis: o desenvolvimento da Placa Bacteriana é rápido, assim como o desenvolvimento de bactérias produtoras de mau cheiro, e o Tártaro forma-se numa questão de dias: podem-se observar depósitos de Tártaro a partir dos 8-9 meses de idade. Institua hábitos de higiene oral o mais precocemente possível.

Doença Periodontal
Uma boca sã apresenta gengivas rosadas ou com o pigmento normal da boca, sem inchaço nem odor desagradável. Se o local de contacto da gengiva com o dente se apresentar mais avermelhado, já existe inflamação (Gengivite), que é a primeira fase da Doença Periodontal.
A Gengivite é causada pela acumulação de Placa Bacteriana na superfície dos dentes e rebordo das gengivas. A Placa é constituída por uma película de substâncias próprias da saliva do cão e bactérias que aderem a essa película  e é invisível a olho nu. Só uma boa escovagem ou a utilização de substâncias com forte efeito anti-placa a eliminam, temporariamente, contudo (em 12 horas restabelece-se).
à medida que a placa bacteriana se vai desenvolvendo e mineralizando por acção do cálcio presente na saliva do cão, vai-se formando Tártaro Dentário, cuja superfície rugosa promove ainda mais a adesão e proliferação de bactérias. A formação de Tártaro é mais precoce e intensa nos pré-molares e molares, particularmente no dente carniceiro (4° pré-molar, o mais robusto dos dentes posteriores), que se situa na proximidade do local onde é secretada a saliva. Por esta razão deve dar-se especial atenção à higiene oral desta zona da boca. Uma vez formado, o Tártaro só poderá ser eliminado através da intervenção do médico veterinário.
À medida que a Gengivite progride com o desenvolvimento do Tártaro, começam a formar-se espaços ocos entre o rebordo da gengiva e os dentes. Estas bolsas acumulam resíduos alimentares e proporcionam um óptimo local para proliferação de bactérias que produzem muito mau cheiro, agravando a Halitose.

Higiene Oral
Alguns advogam que a escovagem dos dentes é essencial nos cães. Contudo, é praticamente impossível de realizar. Porquê? Porque para ser eficaz exige que seja feita de 12 em 12 horas, com uma inclinação da escova de 45°. Imagina-se a efectuar esse procedimento no seu cão ou gato durante toda a sua vida?
As barras de higiene oral complementam a escovagem ou substituem-na nos casos em que o animal não tolera o procedimento (o que acontece quase sempre). A acção mecânica e abrasiva da sua mastigação auxilia a eliminação da Placa Dentária. Aconselhe-se e adquira-as junto do seu médico veterinário. Barras com princípios activos anti-placa funcionam como uma escovagem, permitindo assim substitui- la. É o caso das Barras Dental-B, que contêm o anti-agregante RF2.
Uma dieta à base de ração seca evita a acumulação de resíduos e tem uma acção de limpeza natural pois é mais abrasiva. Evite guloseimas açucaradas ou moles, e para recompensa ou treino comportamental utilize barras de higiene oral.

Outras causas de Halitose
Outras causas menos comuns de problemas orais que originam halitose, e cujo diagnóstico passa obrigatoriamente por exame Médico-Veterinário, incluem:

Estomatite Periodontal Ulcerativa Crónica, que causa úlceras na mucosa oral e léngua. Pensa-se que seja uma reacção alérgica à Placa Bacteriana. Raças predispostas: Cocker Spaniel, Cavalier King Charles Spaniel.
Tumores da boca e gengivas. As raças braquicéfalas (“focinho achatado”), principalmente os Boxers, são predispostas para um tipo especifico de tumor benigno das gengivas denominado Epulis, que exige extirpação cirúrgica.
Se bem que muito menos frequentes, existem outras causas extra-orais que poderão causar mau hálito, e cujo diagnóstico passa também e obrigatoriamente por exame médico-veterinário:

Insuficiência Renal (mais frequente em cães idosos): o hálito adquire odor a amoníaco  e o cão pode apresentar úlceras na boca, para além de outros sintomas gerais, que podem ir desde uma pequena perda de apetite até vómitos, diarreia ou mesmo convulsões e coma. Procure imediatamente assistência médico-veterinária.
Diabetes complicada: o hálito adquire odor a acetona, e o animal apresenta-se gravemente doente, eventualmente com vómitos e hipotermia. Procure imediatamente assistência médico-veterinária.
Problemas do Aparelho Respiratório: Rinite e Sinusite.
Problemas do esófago: Megaesófago (dilatação do esófago – canal que conduz a comida da boca até ao estômago – com acumulação e estagnação de comida, que vai apodrecendo); Corpo Estranho alojado no esófago.
Dermatite Perioral: infecção bacteriana da pele nas proximidades da boca, que provoca odor desagradável. Dermatites no interior de pregas de pele (Intertigo) em raças com pregas junto à boca ou ao focinho (ex. Boxer, Bulldog, Shar-Pei) podem ter um odor extremamente pestilento, que o dono pode julgar erradamente ser mau hálito proveniente da boca.
Doenças Auto-imunes: Lúpus Eritematoso, Pemphigus (podem provocar ulcerações na mucosa oral, lábios ou ao longo do focinho; com o tempo podem infectar e libertar mau odor). São doenças pouco comuns.
Concluindo, o mau hálito não é aceitável num cão e pode ser sintoma de graves problemas.



Ficou a conhecer com este artigo as possíveis causas, em que situações deve recorrer ao seu Médico Veterinário, e quais as formas de evitar o mau hálito de origem dentária. Uma higiene oral regular e bem realizada, através do fornecimento de barras orais palitáveis com princípios activos anti-placa evitam problemas futuros.

Rita Baptista
(Médica Veterinária)