"Podemos muito bem perguntar-nos: o que seria do homem sem os animais? Mas não o contrário: o que seria dos animais sem o homem?"Hebbel , Christian





sábado, 29 de setembro de 2012

O PERIGO da humanização do CÃO


A humanização dos animais é algo muito perigoso, pois tem a tendência de tornar o relacionamento unilateral, assim trazendo benefícios apenas para o ser humano. Pessoas adquirem animais de estimação sem se preocuparem com as reais exigências e responsabilidades que o bicho em questão necessita. Seguem tendências de modismo, impulsos consumistas e acabam esquecendo que estão lidando com seres vivos de características próprias.

Percebo os tutores, em sua grande maioria, tratando seus animais como se fossem eternas crianças humanas, ou pior, não se preocupam em buscar informações de como é a real exigência do animal, e os mimam em excesso. O resultado disso são animais extremamente estressados, e os pobres dos cães são as principais vítimas devido sua popularidade maior como animal de estimação.

O que é melhor? Seu cão ser presenteado com uma roupinha da moda ou levá-lo em um local onde possa correr livre pela natureza? Esses tipos de questões deveriam ser mais refletidas, pois talvez levassem as pessoas a enxergarem seus cães como animais predadores que são, e não como”bibelôs” ou criancinhas.

As pessoas deveriam fazer outro seguinte questionamento: Gosto de cão? Gosto. Então antes de me responsabilizar por esse ser vivo vou estudar suas reais necessidades e se tenho condições de respeitá-las. Nos E.U.A. existem estudos que apontam os problemas comportamentais como o maior motivo que levam as pessoas a abandonarem animais, seja em abrigos ou nas ruas. E isso é devido ao desconhecimento e as falsas expectativas em relação ao comportamento do animal.

Transtornos Comportamentais

A grande maioria dos transtornos comportamentais estão ligados a humanização, já que nossos animais de estimação não são humanos. Denominá-los de filho, neto, afilhado, ou outro tratamento humanizado qualquer não tem problema, a questão é respeitá-los levando em conta seus instintos e reais necessidades.

Posso citar os transtornos de comportamentos mais comuns nos cães humanizados de uma forma muito resumida e generalizada: agressividade, distúrbios compulsivos diversos, ansiedade generalizada, comportamentos de chamar atenção, vocalizações excessivas, medos diversos, entre outros. Destaco o transtorno denominado Ansiedade de Separação, esse é um dos principais distúrbios que tenho atendido. Se caracteriza por o cão ter um forte apego ao tutor, por reforços inadvertidos do próprio, mas a pessoa não tem tempo suficiente para suprir esse vínculo social, então o animal não consegue ficar sozinho e faz tudo para ir atrás do tutor. Late e uiva exageradamente como forma de comunicação, comportamentos de fuga o levando a risco de vida, destruição de portas e janelas com intuito de fuga, salivação excessiva entre outros.

Um Fenômeno Recente

Quanto a humanização, acredito que seja um fenômeno recente devido aos nossos espaços físicos cada vez menores, pois estamos nos verticalizando e morando em espaços progressivamente reduzidos. Com isso o “cão do quintal” e o cão de trabalho de décadas atrás está se tornando um membro da família. A proximidade entre o cão e o humano aumentou bastante com isso, e com certeza contribui para a humanização. Outro fator é a nossa distância cada vez maior da natureza, pois estamos cada vez mais urbanos, e acredito que seja um fator contribuinte já que trazemos os cães para essa realidade. Importante destacar a falta de tempo também, não temos tempo nem para nós mesmos, e então resolvemos trazer para nossos lares um animal, como o cão, que possui características sociais, por exemplo.

Saúde Afetada Pela Humanização

Quando o animal chega ao ponto de desenvolver distúrbios de comportamento o estresse geralmente está envolvido. E já se sabe que o animal estressado tem a imunidade afetada e se torna suscetível a doenças diversas. Existem distúrbios compulsivos entre os cães que os levam a auto-mutilação, e nesse caso a humanização também está envolvida. Outro fator é oferecer alimentos utilizados na alimentação humana para os animais de estimação. O argumento dos tutores sempre é o da expressão irresistível que eles fazem quando querem algo. Penso que nesses casos as pessoas deveriam refletir antes sobre o que é amar. Quem ama cuida. Cuidar nesse caso significa se interessar sobre a saúde do animal e os cuidados que o envolve. Toda clínica veterinária sabe o quanto os consultórios ficam lotados na páscoa com cães intoxicados por ingerirem chocolate, e não acredito na falta de informação hoje em dia, e sim no descaso.

Fonte: Dr. Paulo F. de O. Deslandes - Médico Veterinário especializado em Comportamento Canino e Felino

Fonte:
http://artigoscao.blogspot.pt/
http://www.ccanimal.com.br/

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Cães Hipoalergénicos?

Existe a ideia que os cães com barbas ou os cães sem pelo, são hipoalergenicos - os primeiros por não fazerem mudas e, como tal, não haver pelo espalhado pela casa, e os segundos por não terem pelo ou terem apenas quantidades mínimas. Mas isto não corresponde a realidade.
As alergias não são normalmente devidas apenas ao pelo, mas a saliva e principalmente, às "caspas" (escamas e poeiras de pele morta) que se libertam do corpo do animal. E estas caspas ocorrem em qualquer animal, independentemente do seu tipo de pelo.
Porém, desde o Labradoodle foi criado e, mais recentemente, desde o empolamento pelos media da aquisição de um Cão de Agua Português pelo presidente norte-americano devido aos problemas alérgicos das suas filhas, têm surgido numerosos "criadores" a alegar que os seus cães são seguros para pessoas com alergias, devido ao tipo de pelagem que apresentam.
No entanto, estudos cientificos têm evidenciado que casas com cães "normais" e cães de raças normalmente associadas a serem "hipoalergénicas" apresentam níveis ambientais de alergénios semelhantes.
Ou seja, não é por o animal pertencer a uma raça "hipoalergénica" que não vai sensibilizar uma pessoa alérgica.
Como tal, se sofre de alergias, informe-se bem junto do seu médico e seleccione o seu companheiro numa base individual, averiguando se esse exemplar específico lhe causa ou não alergia, em vez de ser influenciado pela propaganda errónea de que há raças que garantidamente não causam problemas!
Em baixo Labradoodle  


Texto de Carla Cruz, no artigo sobre as bases genéticas dos diferentes tipos de pelagem nos cães (edição de Setembro/2012)
Fonte: Revista Cães & Companhia


terça-feira, 25 de setembro de 2012

O meu cão está gordo ou magro?


Para qualquer dono de um cão esta é uma pergunta a que normalmente não conseguem responder porque não sabem qual será o peso ideal do seu animal em particular. Devido à variabilidade de tamanho e conformação corporal das muitas raças de cães e seus cruzamentos não é fácil definir como “gordo” ou “magro” um cão com base apenas no peso.

Existem vários pequenos “truques” que nos permitem avaliar se um cão está com o peso ideal independentemente da raça ou tipo corporal. Definem-se com o termo genérico de “condição corporal” e pode variar do extremamente magro (termo técnico “emaciação” ou “miséria orgânica”) até ao extremamente obeso.
Aqui esta um teste rápido de pode realizar: guia-S-H-A-P-E-

1. Verificar a zona das costelas. Se pela simples observação visual se conseguem ver  o formato de todas as costelas sob a pele e a zona que as separa está em depressão então o cão está magro. O peso ideal ocorre quando passamos os dedos pela parede costal na zona das costelas e conseguimos senti-las com uma ligeira pressão. Se passarmos os dedos ao de leve não devemos sentir as costelas. Esta é a situação óptima. Para o caso de um cão obeso, passando os dedos na zona torácica não conseguiremos sentir as costelas mesmo fazendo muita pressão pois elas estão cobertas por uma camada de tecido adiposo muito espesso.

2. A zona da base da cauda é também de utilidade para determinar a condição corporal. A base da cauda é a zona em que a cauda se junta ao lombo. Na sua zona dorsal (na parte de cima) existe uma pequena almofada de gordura. Se por acaso se virem e sentirem a proeminência óssea das vértebras então o cão está magro. Em situação de peso ideal deverá existir a tal almofada de gordura que tapará as vértebras e só as deixará sentir com uma ligeira pressão dos dedos. Caso não se consigam sentir mesmo com pressão forte dos dedos então existe obesidade.
3. Outras proeminências ósseas úteis para avaliar a condição corporal segundo a técnica acima são as vértebras, as ancas, os ossos da escápula. Estes são mais avaliáveis pelos veterinários pois têm mais noção da sua localização e anatomia.

4. Poderá avaliar também a condição corporal do seu cão observando-o desde cima quando ele está me pé. O equivalente a uma vista aérea. A zona a observar atentamente é a zona onde acabam as costelas e começa o abdómen. Em condições ideais deverá haver uma ligeira “cintura” isto é a zona das costelas é larga e quando começa a zona da parede abdominal deve haver um muito ligeiro estreitamento. Caso esse estreitamento seja acentuado existe magreza ou no caso contrário o abdómen é mais largo ou mesmo muito mais largo que o tórax então existe obesidade.

5. No último método teremos de avaliar os contornos do seu cão mas numa visão de lado. Igualmente a zona a observar será a zona onde acabam as costelas e começa o abdómen na zona ventral (na parte de baixo). Deverá existir uma descontinuidade. A “barriga” deve estar muito ligeiramente “encolhida”. Esta é a condição corporal ideal. Os extremos são ou abdómen muito recolhido para o caso da magreza ou abdómen muito volumoso e pendular.

Uma última palavra para o caso de algumas situações de doença em que o abdómen pode ter dilatação como no caso da ascite vulgo “barriga de água” e que por vezes existe simultâneamente magreza. É assim importante avaliar a condição corporal por todos estes métodos em conjunto.

Avaliada a condição corporal e detectado qualquer desvio do normal é fundamental que haja avaliação por um veterinário para determinar as suas causas e minimizar as suas consequências. Qualquer dieta a efectuar deverá ser estabelecida por um veterinário.

As tabelas em baixo estão organizadas de  1 a 5 ou de A a E sendo o 1/A magro e o 5/E obeso.


Podemos mais técnicamente calcular o indíce de massa corporal dos cães, o IMCC

IMCC =  peso corporal (kg)
               ______________
               (estatura em m)²

O pontos de referência a extensão entre a base da nuca (articulação atlanto-occipital) e o solo imediatamente atrás dos membros posteriores, passando e apoiando a fita sobre a base da cauda (última vértebra sacral), ficando a fita exatamente medial às tuberosidades ilíacas, sobre o dorso do animal.
Observem o desenho:


A linha preta representa o trajeto da fita métrica sobre a coluna até o limite plantar do membro posterior

Depois de fazermos o cálculo, comparamos com a tabela abaixo.

1 - Abaixo do peso -->  (abaixo de 11,7)
2 - Peso ideal --> (entre 11,8 e 15)
3 - Acima do peso --> (entre 15,1 e 18,6)
4 - Obeso --> (acima de 18,7)

* Resultados obtidos pelo programa SAS SYSTEM (BARR et al., 1979).



Opinião do Autor:

O índice elevado de gordura, ou seja, o peso em excesso, está relacionado com problemas cardiovasculares, infertilidade, diabetes, artrite, dificuldade em se locomover ou respirar e prejuízos na cicatrização de feridas.
Por isso, devemos saber como avaliar nossos cães para saber se estão dentro dos padrões.
Com a alimentação correta e pequenos cuidados, seu cão vai ter uma vida muito mais incrível e saudável.


Fonte:
doutordebichoveterinaria.blogspot.pt
www.maniacanina.com.br/
www.pedigree.com.br
blogdoveterinario.com

domingo, 23 de setembro de 2012

Sinais de Calma de Turid Rugaas


Já falei dos sinais de calma e não se pode falar deles sem falar de Turid Rugaas mas agora venho dizer que
O livro "Sinais de calma" da Turid Rugaas já está à venda em português. Aconselho vivamente a toda a gente que tenha um cão.
Acabei agora de o ler e achei fantástico, super fácil de ler, acessível e com montes de imagens. Apeteceu-me ir para a rua e observar os cães, mas como estava a chover torrencialmente fiquei em casa e via videos.
Posso dizer agora que estava atento, e a tentar observar os sinais a quantidade que os cães transmitem é enorme, e com já diz o ditado " só não vê quem não quer..."



Podes comprá-lo AQUI

"Muito já foi escrito sobre cães, como comunicam, o treino de cães… o que parece incrível é que ainda possam surgir livros tão interessantes e, de alguma forma, tão originais como este.
A leitura deste livro é interessante e divertida. É como redescobrir, de uma forma intuitiva, o que sempre soubemos."

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Mitos e verdades sobre a castração



A castração ainda é um assunto bastante polémico para os proprietários de animais de estimação. Está associada à imagem de cães gordos e letárgico, "cirurgia cruel", "mutilação do animal", etc.. É preciso desvendar o que há de falso e verdadeiro sobre a castração.

"Os machos deixam de guardar a casa" 
Falso.Um cão seleccionado artificialmente com o propósito de ser um cão de guarda e defesa jamais vai perder essa característica da raça só porque foi castrado. Ele é treinado para essa função e vai exercê-la até melhor do que os não castrados, uma vez que tende a respeitar mais o seu dono. 

" O meu cão vai engordar "
Falso. A castração pode causar aumento do apetite, mas se a ingestão de alimento for controlada e o dono não ceder às vontades do animal, o peso poderá ser mantido. Observa-se que animais castrados quando jovens, antes de completar 1 ano de vida, apresentam menos sinais de aumento de apetite e menor tendência a se tornarem obesos. A obesidade pós castração é causada, na maioria das vezes, pelo dono e não pela cirurgia.
Castrados ou não, deve-se proporcionar, especialmente a essas raças com propensão à obesidade, uma vida mais activa, além de alimentação balanceada.
  
"Meu cão vai ficar um “pastelão”"
Falso.Grande mentira! Cães castrados tendem a ficar mais relaxados e brincalhões, nunca paspalhões. Eles tornam-se cães mais camaradas, amigáveis e companheiros dos demais cães e mais descontraídos para poder sociabilizar com outros de sua espécie sem riscos nem sustos. 

"Acasalar deixa o macho emocionalmente mais estável." 
Falso.Dependendo das disputas, o acasalamento pode até causar instabilidade emocional. 

"Cão castrado é mais propenso a problemas de saúde." 
Falso.A probabilidade de contrair doenças não aumenta com a castração. Antes pelo contrário: a retirada de útero e dos ovários, ou testículos, acaba com a possibilidade de infecções e tumores naqueles órgãos, e de complicações ligadas à gravidez e ao parto. Sem acasalamentos, as doenças sexualmente transmissíveis deixam de representar risco. Diminui a incidência de tumores mamários. 

"A fêmea precisa ter crias para manter o equilíbrio emocional." 
Falso.Não há relação entre os dois factos. O equilíbrio emocional fica completo com a maturidade, que ocorre por volta dos dois anos nos cães castrados. Se uma cadela se mostrar mais calma e responsável depois da primeira ninhada, é porque amadureceu devido a ter avançado na idade e não porque se tornou mãe.

"A falta de prática sexual causa sofrimento." 
Falso.O que leva o cão à iniciativa de acasalar é exclusivamente o instinto de procriar, e não o prazer nem a necessidade afectiva. O sofrimento pode atingir machos não castrados. Por exemplo, se vivem com fêmeas e não podem cruzar, ficam mais agitados, agressivos, não comem e perdem peso.

"A castração deixa o animal bobo"
Falso. O animal ficará letárgico após a castração apenas se adquirir muito peso. Gordo, cansa-se facilmente e não terá a mesma disposição. A letargia é consequência da obesidade e não da castração em si. Os animais na fase adulta vão, graduadamente, diminuindo a actividade. Muitos associam erroneamente este fato à castração.

"A castração mutila o animal, é uma cirurgia cruel!"
Falso. A cirurgia de castração é simples e rápida e o pós-operatório bastante calmo, principalmente em animais jovens. É utilizada anestesia geral e o animal já estará activo 24 horas após a cirurgia. Não há nenhuma consequência maléfica para o animal que continuará a ter vida normal. 

"A castração evita cancro na fêmea"
Verdadeiro. As fêmeas castradas antes do 1 ano de idade, têm uma hipotese bastante reduzida de desenvolver cancro da mama na fase adulta, quando comparado às fêmeas não castradas. A possibilidade de cancro da mama é praticamente zero quando a castração ocorre antes do primeiro cio. A remoção do útero anula a chance de problemas uterinos bastante comuns nas cadelas após os 6 anos de idade, cujo tratamento é cirúrgico, com a remoção do órgão.

"Os macho castrados não tem interesse pelas fêmeas"
Falso. Muitos machos castrados continuam a ter interesse por fêmeas, embora ele seja menor quando comparado a um animal não castrado. Se o macho é castrado e há uma fêmea no cio em casa, pode até cruzar-se com ela normalmente, sem que haja o perigo de fecundação.

" Ao Castrar os machos eles deixam de fazer xixi pela casa"
Verdadeiro. Uma característica dos machos é demarcar o território com a urina. Se o macho, cão for castrado antes de um ano de idade, ele não demarcará território na fase adulta. A castração é indicada também para animais adultos que demarcam território urinando pela casa. Nesse último caso, pode acontecer de animais continuarem a demarcar território mesmo após a castração, pois já adquiriram o hábito de urinar em todos os lugares.

"Macho castrado perde a masculinidade" 
Falso.Machos castrados não se tornam homossexuais. Os animais só copulam 
para procriação e não por prazer. Apenas acaba o instinto de procriar.

"Só se pode castrar a fêmea após a primeira ninhada"
Falso. Ao contrário do que se pensa, a cadela não fica "frustrada" ou "triste" por não ter tido crias. Essa é uma característica humana que não se aplica aos animais. Se considerarmos a prevenção de cancro nas glândulas mamárias, ela será 100% eficaz, segundo estudos, se realizda antes do primeiro cio. O ideal é castrar o quanto antes. 

"Animal castrado perambula menos"

Verdade.Muitos cães fogem de casa a procura de fêmeas no cio. Com a esterilização os animais têm menos ânsia de perambular e, portanto, menos chances de sofrerem acidentes, serem maltratados, roubados ou ficarem perdidos.

Razões alegadas para não castrar e contra-argumentos explicativos

Mas o meu cão tem pedigree !!!
Um Pedigree não é uma indicação de qualidade, nem mesmo a presença de campeões no seu pedigree. Alguns animais são excelentes representantes de sua raça, mas não geram filhotes de boa qualidade. Além disto determinadas raças possuem características indesejáveis que passam para seus descendentes, não sendo aconselhável seu cruzamento. Pesquise os problemas de saúde comuns em sua raça e sugira uma avaliação de seu veterinário com relação aos defeitos genéticos que seu animal possa vir a passar para seus filhotes.

Minhas crianças gostariam de ver um parto
Primeiro é improvável que isso aconteça. Os partos, normalmente, ocorrem à noite; e na maioria deles a cadela se isola.
Além disso, lembre-se que o parto é uma situação delicada para a cadela. Ela precisa de tranqüilidade nesta hora, sem muito falatório ou confusão; algumas fêmeas, inclusive, ficam agressivas, não permitindo que muitas pessoas se aproximem. 
E se a sua cadela que está parindo começar a ter complicações e correr risco de vida? Isto não  seria nada interessante para as crianças. Ao invés disso, você deveria explicar às suas crianças que o real milagre da vida é sabermos prevenir nascimentos não desejados, de forma que não tenhamos que arcar com conseqüências depois. 

Mas eu gostaria de um filhote igualzinho ao meu !
Você pode dizer: "Mas meu cachorro é tão especial, eu quero um cachorrinho (ou gatinho) como ele".
Seu cachorro ou gato pode ser um animal muito especial. Mas isso não garante a você que seus filhotes vão ser iguais a ele. Até porque temos que levar em consideração também as características do outro parceiro; não sabemos se a ninhada sairá parecida com o pai ou com a mãe. 
Mesmo que você tenha o casal, e queira um filhote parecido com os dois, devemos levar em conta todos os antecedentes. O filhote pode se herdar as características de algum avô ou bisavô que possua alguma degeneração, que você nem saiba.


Vantagens da castração

Para que castrar os machos?
1. Evitar fugas. 
2. Evitar o constrangimento de cães "agarrando" em pernas ou braços de visitas.
3. Evitar demarcação do território (xixi fora do lugar).
4. Evitar agressividade motivada por excitação sexual constante.
5. Evitar tumores testiculares.
6. Controle populacional, evitando o aumento do número de animais de rua.

7. Evitar a perpetuação de doenças geneticamente transmissíveis como epilepsia, displasia coxo-femural, catarata juvenil, etc.. (em animais que tiveram o diagnóstico dessas e outras doenças transmissíveis aos descendentes).

Se levarmos em conta quantas vezes um animal macho terá oportunidade de acasalar durante toda a sua vida reprodutiva, seria mais conveniente diminuir sua atração sexual pelas fêmeas através da castração. O animal "inteiro" excita-se constantemente a cada odor de fêmea no cio, sem que o acasalamento ocorra, ficando irritado e bastante agitado, motivando a fuga de muitos. O dono precisa vencer o preconceito, algo que é inerente aos humanos apenas, e pensar na castração como um benefício para seu animal.

Para que castrar as fêmeas?
1. Evitar acasalamentos indesejáveis, principalmente quando se tem um casal de animais de estimação.
2. Evitar cancro em glândulas mamárias na fase adulta.
3. Evitar piometra (grave infecção uterina) em fêmeas adultas.
4. Evitar episódios frequentes de "gravidez psicológica" e suas conseqüências como infecção das tetas.
5. Evitar cios.
6. Controle populacional, evitando o aumento do número de animais de rua. 
7. Evitar a perpetuação de doenças geneticamente transmissíveis como epilepsia, displasia coxo-femural, catarata juvenil, etc.. (em animais que tiveram o diagnóstico dessas e outras doenças transmissíveis aos descendentes). 
É errado o conceito de que a castração só deve ser feita em cadelas de rua. Se o proprietário não tem intenção de acasalar sua fêmea, seja ela de raça ou não, é desnecessário enfrentar cios a cada 6 meses, riscos de gravidez indesejável e, principalmente, de doenças como câncer de mama e piometra. A castração garante uma vida adulta bastante saudável para as fêmeas e bem mais tranquila para os donos.


Opinião do Autor:



A castração devia deixar de ser vista como cruel, indigno, que anulava a verdadeira essência do animal.
Devia ser visto sim como algo positivo que pode melhorar a vida do animal e do dono. Visto que pode prevenir doenças, e "problemas" comportamentais, digamos antes reduzir comportamentos não desejados pelos donos.

Agora essa decisão vai caber sempre ao dono, com este post pretendi acabar com alguns dos mitos inerentes a castração. 
Agora se alguém desejar não castrar, não julgo que deva ser julgada, acho que deve SABER a responsabilidade que tem e não deixar o seu cão anda a deambular e a fazer ninhadas que provavelmente vão parar ao canil...

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Parque Canino (Dog Park)


Ontem estava a ver uns vídeos na internet e vi uma coisa que me agradou muito eram os Dog Park.




Já agora sabes o que é um Dog Park? Para muitos de nós este é um conceito totalmente desconhecido... mas se procurar-mos na Wikipedia por Dog Park vem-nos a seguinte descrição: Local feito propositadamente para cães exercitarem e brincarem sem trelas, num ambiente controlado e sob a supervisão dos seus donos (A dog park is a facility set aside for dogs to exercise and play off-leash in a controlled environment under the supervision of their owners).Mas para os americanos é algo tão natural como um parque infantil, em todas as cidades, vilas, jardins existe um....mais pequenos ou de maiores dimensões faz parte do dia a dia dos patudos americanos e dos seus donos.



Um parque para cães ( Dog Park) é uma instalação destinada aos cães e ao exercício e socialização com outros da mesma espécie e pessoas diferentes sem trela,  num um ambiente controlado, sob a supervisão de seus proprietários. 


O Parque Canino deve ter cercas, para segurança dos animais e das pessoas, drenagem adequada, bancos para os donos, sombras para os dias mais quentes, caixotes dos lixo cobertos, sacos...parece-vos muito complicado?  O 1º Parque canino apareceu em 1979 na california nos EUA em 1979, com o nome de Ohlone park, , e rapidamente  se espalharam por todos as cidades e jardins americanos hoje existem mais de 1.100 nos EUA ( DogPark.com). O Resultado, pessoas mais satisfeitas, cães menos problemáticos tanto a nível comportamental como social, menos agressivos tanto com outros animais como com pessoas desconhecidas... MENOS ABANDONOS! 




 Os parques podem ser variados mas normalmente são constituídos por um gradeamento com pontos de entrada e saída com portas, drenagem adequada, bancos para os donos, local com sombra para os dias mais quentes, agua, material para se poder apanhar os dejectos caninos e caixas do lixo tapadas para conter os dejectos. Em alguns parques dos Estados Unidos até existe lagos onde os cães podem nadar assim como separação de espaços para cães mais pequenos e circuitos de agility..




 
Não era isto uma óptima ideia? Uma pessoa sair do trabalho, da escola e ir para um dog park estar com os conviver com os amigos, e enquanto o nosso cão andava num sitio seguro e controlado?
Um sitio onde o cão podeia estar a vontade sem haver o problema de estar sempre com trela, preso ao dono?
Um sitio onde ninguém se queixaria por causa dos cães a correr, a ladrar, a ser cães.
Um sitio onde os cães pudessem brincar sem incomodar ninguém.
Um sitio onde se podiam trocar ideias, e fazer novas amizades, enquanto se poderiam diminuir problemas comportamentais em animais?

Porque será que não existe nenhum em portugal?
Por falta de dinheiro do estado? 
...

O que seria necessário para existir?
  • Talvez que existisse uma maior consciência da importância sociabilização e treino canino?
  • Uma maior preocupação com a segurança dos cães?
  • Um jardim ou pavilhao?




sábado, 15 de setembro de 2012

O Condicionamento do Atleta Canino


Por Karen Bird, DVM

A capacidade de execução de uma actividade tem três elementos críticos: genética, treino e nutrição.

A genética providencia o atleta canino com capacidade física e disposição mental. A configuração, tamanho do coração e isenção de doenças das articulações são todas influenciadas pela genética.

O treino necessita de ser abordado com senso comum. Se está a treinar um novo cão, uma visita ao veterinário para avaliar o vigor do coração, pulmões e articulações é aconselhável. Mudanças no treino e na dieta devem ser implementadas pelo menos com oito semanas de antecedência em relação ao evento. Começar devagar para aumentar a condição física fará que o treino se torne seguro para o seu cão. Tenha a certeza de que inclui tempo de aquecimento e arrefecimento. Tenha atenção à temperatura e humidade. Usualmente, é melhor treinar de manhã cedo e à tardinha ou noite, quando as temperaturas e humidade baixam.

Conheça o seu cão. Sinais de excesso de aquecimento incluem arquejar, salivar, gengivas vermelhas, diarreia, fraqueza e aumento dos batimentos cardíacos. Um aumento da temperatura corporal em 2-3ºC pode conduzir a uma insolação. Se desconfia que o seu cão aqueceu demais, reduza a sua temperatura com água fria ou morna. A água gelada causará uma contracção dos vasos sanguíneos da pele, aprisionando o excesso de calor no corpo.

Verifique as almofadas dos pés do seu cão. As almofadas endurecem com o trabalho. Este processo pode ser abreviado usando um agente endurecedor disponível no mercado. Uma das funções das almofadas é servir de mecanismo de arrefecimento. Portanto, quando trabalham em superfícies quentes, as almofadas tornam-se menos eficientes em contribuir para a perca de calor. Deve-se também ter cuidado quando se trabalha com tempo muito frio, na proximidade de químicos usados para descongelar estradas, visto que causam irritação nas almofadas.

A altitude é outro aspecto do condicionamento, que não deve ser esquecido. A altitude traz maior preocupação quando se trabalha em elevações superiores a 1,5 Km. Um animal a exercitar-se a grandes altitudes tem menos oxigénio disponível. Estes animais experimentarão ritmos elevados de batimento cardíaco e respiração e cansar-se-ão mais rapidamente. Gravidez, anemia e pneumonia tornarão também a respiração mais difícil a grandes altitudes. O corpo leva 3 a 4 semanas a adaptar-se a mudanças de altitude, aumentando os globos vermelhos no sangue, o volume torácico e a produtividade do coração.

Finalmente, um atleta canino necessita alimentar-se de comida da melhor qualidade para atingir o máximo da performance. Os atletas caninos estão classificados como atletas de velocidade (exercício intenso com menos de 2 min.), média intensidade (exercício que dure de minutos a horas) e de fundo (exercício que dure várias horas). Cada atleta necessita de uma dieta completamente diferente.

As necessidades de energia dos atletas de média intensidade e de fundo são conseguidas aumentando a gordura e proporcionando uma dieta com mais de 80% de digestibilidade. A hora da refeição não deve ultrapassar as 4 horas antes do evento. Porque os níveis de actividade do atleta de média intensidade variam muito, deve-se manter uma grande vigilância na sua condição física.

O aproveitamento das calorias varia muito consoante o tamanho do cão. O calor e a humidade aumentam o uso das calorias. O trabalho a grandes altitudes aumenta o uso das calorias, assim como trabalhar em areia, relva alta ou terreno irregular.

Aumentar a gordura na dieta pode promover danos nas membranas celulares. Suplementos de vitamina E e C podem minimizar este tipo de dano. Alguns nutricionistas caninos sentem que suplementos de vitamina C são necessários para suportar grandes níveis de trabalho. Um autor sugere até 136 mg/kg/dia, divididos em três doses. Suplementar com vitamina C a tais quantidades pode provocar diarreia, se não for introduzido devagar.

Muito importante, tenha sempre a certeza de que o seu cão tem abundância suficiente de água. DIVIRTA-SE!  

Tradução Ana Rita Cunha

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Tag teach

TAG teach ou "teaching with acoustical guidance" (ensino com orientação acústica) é o uso do clicker  e dos mesmos princípios da psicologia da aprendizagem aos humanos. E já sabia que era usado em ginastas mas nunca pensei que seria usado em pessoas com deficiencias, doenças cronicas, e fobias.

Neste caso ginastas com o clicker têm a oportunidade de marcar e comunicar com as suas colegas quando estas executam movimentos correctos numa rotina. Assim a ginasta sabe exactamente quando faz o movimento correcto e é reforçada pelo som, tal qual uma professora estar constantemente a dizer "óptimo esse movimento foi perfeito!" sempre que ginasta o fizesse. Este método já está activo há bastante tempo nos EUA e tem tido muito sucesso no treino de ginastas e começa a ser testado na educação de crianças noutras áreas.



Ou na ajuda para ultrapassar fobias, como por exemplo nesta crianca que tinha medo da agua e ja tinha sido tentada ajudar por varios psicologos, e que ninguem ainda ninguem tinha conseguido ajudar
Não se vê muito bem mas ele vai buscar m&m sempre que ouve o click :P



Ou ensinar um rapaz com autismo a apertar os atacadores


E aqui vai mais um video a demonstrar algumas das varias aplicações



Pessoalmente acho fantástico que se façam trabalhos assim e ao que parece o clicker veio para ficar xD

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Tabela de mordida do Dr. Ian Dunbar

Esta tabela foi desenhada pelo veterinário/treinador/especialista em comportamento canino Dr. Ian Dunbar para descrever o nível de mordidas dos cães. Esta tabela é reconhecida mundialmente, sendo referida em universidades e usada em tribunais. Esta tabela permite a que profissionais possam avaliar a gravidade da agressão e do tipo de mordida com que trabalham.


E decidi coloca-la pois estive num seminário com o Dr. Ian Dunbar que adorei, só tenho pena que não volte cá tão cedo outra vez. E lá foi referida esta tabela que acho que todas as pessoas que trabalham com cães deviam saber. Acho interessante a tabela não ter qualquer referencia a raças, sexo, tipo de pelagens ou outras características, que tanto se usam para definir os cães.



TABELA DE MORDIDA DO DR. IAN DUNBAR

Nível 1 - Cão rosna, atira-se, mostra os dentes mas não toca na pela da pessoa. A maioria do seu comportamento, é intimidativo

Nível 2 - Os dentes tocam na pele mas não furam. Pode ficar com marcar vermelhas ou pisado, alguns arranhões das patas. Algumas feridas na pele.

Nível 3 - Perfurações com cerca de metade do tamanho do canino do cão, cerca de uma a quatro perfurações, uma só mordida. Não existem rasgões ou cortes profundos horizontais. A vítima da mordida não é abanada de um lado para o outro. Pisaduras

Nível 4 – Um a quatro perfurações, um dos buracos mais fundo do que metade do tamanho do canino, tipicamente as perfurações são feitas por mais dentes do que o canino. Pisaduras graves e rasgões. O cão mordeu e abanou a vítima.

Nível 5 – Múltiplas mordidas de nível quatro. Um ataque repetido.

Nível 6 – Qualquer tipo de mordida que resulta na morte de uma pessoa.

Acho que era importante isto ser referido nas noticias (Tv, jornal, radio,etc) de mordidas/ataques de cães, porque muitos deles não são mais que mordidas de nível um a dois na minha opinião (90%). Existindo alguns casos raros dos níveis acima. Mas provavelmente  assim acabavam as noticias sensacionalistas dos cães super maus assassinos de pessoas...

Tabela traduzida por:
Claudia Estanislau
Its All About Dogs

Fonte:its all about dogs

domingo, 9 de setembro de 2012

Jogo tug-of-war


Ainda hoje ouço pessoas fazerem alguns comentários acerca do jogo tug-of-war:

 “Jogar tug-of-war incentiva a agressividade nos cães.”
 “Jogar tug of war faz os cães dominantes. “ 
 “Jogar tug of war faz os cães bons cães de guarda.”
 “Quando jogamos ao tug of war, temos que ganhar senão descemos na hierarquia e o cão fica a pensar que manda em nós” 
 “Tug of war é um jogo para ser feito apenas por alguns profissionais muito experientes em treino de protecção”

Se perguntarem às pessoas que dizem esta frase, o porquê de ser assim? Ou de onde tiraram esta informação, a maioria não sabe explicar. Como a grande maioria das coisas no mundo dos cães, esta é mais uma daquelas que “sempre se ouviu dizer” e por isso deve ser verdade. 

Muitas pessoas começam a descrever experiências pessoais de como o seu cão quis comer a vizinha do lado depois de ter puxado numa corda durante 5 mnts. Cómico? Nem tanto, muitas pessoas vão jurar de pés juntos que é assim mesmo. Mas é, ou não é?
Tug of war o que é?

Ao contrário do cabo-de-guerra (tug of war) praticado pelos humanos que tem como intuito um jogo competitivo cujo objectivo é ver quem ganha e tem mais força, o tug of war praticado com os nossos cães não assenta no mesmo princípio.

Não faz sentido pensar que um homem adulto que puxa numa corda com um Yorkshire Terrier está a tentar estabelecer quem tem mais força ou quem ganha. Da mesma forma que pensar que um BullMastif puxa num pau que uma criança segura “para lhe mostrar que domina uma estrutura hierárquica qualquer”. 

Estes antropomorfismos distorcidos levam a um sem fim de tonterias profanadas por aqueles que se munem de autoridade baseada no “diz que dissse porque sempre foi dito”.

O que faz um cão pegar numa corda e puxar ao mesmo tempo que outro cão ou pessoa que puxa do outro lado, não é um desejo de saber quem tem mais força, muito menos um desejo secreto de querer subir numa hierarquia social e ser o que agora manda e vai ter que ir ao supermercado comprar a ração diária. O que faz um cão pegar num pedaço de corda e puxar é uma das partes é um comportamento que assenta na cooperação.

SÃO PRECISOS DOIS PARA DANÇAR 

Começamos pelo raciocínio mais básico. O Tug of war só funciona se estiverem dois a puxar. Se alguma vez ensinou ou viu um cão a brincar ao Tug of War de forma apropriada, irá entender que o jogo só funciona e só é divertido se dois estiverem a puxar. Se por acaso você largar o brinquedo, este deixa de ter interesse.
Aqueles cães que aprenderam que o brinquedo só funciona quando alguém segura do outro lado mas ninguém perdeu tempo a ensinar “as regras”, tentam todo o tipo de estratégia para conseguir que você interaja e entre no jogo novamente. Passam por você a correr a passar tangentes pelas suas pernas, envergando o brinquedo orgulhosamente na boca como que a dizer “vem cá puxar anda estou aqui!”. Outros largam o brinquedo perto das pernas dos donos, apenas para no último segundo o agarrarem e fugirem com ele - e lembre-se que correr atrás uns dos outros antes de iniciar um bom jogo de tug faz parte da diversão – e outros chegam mesmo a dar marradas nas pernas e braços dos donos com os brinquedos e a colocarem aqueles olhos de carneiro mal morto para ver se conseguem a vossa cooperação.

Seja qual for a estratégia são tudo comportamentos normais e saudáveis nos cães, que só se tornam problemáticos aos olhos dos donos que visionam um comportamento específico e não entendem porque é que o cão não sabe fazê-lo (apesar de nunca terem ensinado ao cão o que pretendem dele).

Mas o que é que tudo isto tem a ver com agressão está para lá de qualquer raciocinio lógico.

A excepção à regra

Se o seu cão é um que apresenta comportamentos de agressão por possessão, não se admire se ele não só não lhe devolve o brinquedo como lhe mostra os dentes quando você se aproxima do mesmo. Mas isto continua a não estar relacionado com o jogo do tug of war em si. O cão que tem agressão por possessão também fará o mesmo com a taça da comida ou com o seu sofá favorito por exemplo. O problema do cão que não lhe demonstra agressão quando você vai buscar o brinquedo do Tug não está relacionado com o jogo do Tug em si, está relacionado com o instinto de possessão inato a todos os cães e que no seu não foi devidamente controlado e colocado sob auto controlo.
Então a regra para esses cães é, primeiro ensine o cão a deixar de ser agressivo e possessivo com os seus objectos e só depois pense que este jogo é adequado ao seu cão. Esta é a única excepção a jogar-se tug com um cão.

Regras

As regras são simples:

 O cão só pode pegar na corda do tug quando o dono dá sinal, mesmo que o brinquedo esteja ali distraidamente na mão ao alcance do cão

 Sempre que o dono dá um sinal específico o cão deve imediatamente largar o brinquedo

Portanto se pensar bem, precisa apenas de duas coisas. Ensinar o cão o “pega” sinal que usará para que o cão saiba que agora sim posso agarrar e puxar no brinquedo. E o “larga” que usará quando quer que o cão pare de puxar no brinquedo e o largue.

Eu até costumo ensinar um outro sinal. O “chega” que basicamente diz aos meus cães que acabou a brincadeira e que o brinquedo vai ser arrumado.

E sim, é muito importante que reserve um brinquedo específico para jogar ao Tug e que este esteja guardado e que saia só quando for hora de brincar ao Tug, faz-se isso por variados motivos, entre eles: ensinar o cão controlo, motivar o cão, e poder usar o brinquedo como recompensa para treino e ensino de comportamentos adequados. 


Muitos treinadores extrapolam nos motivos pelos quais o dono “tem que manter controlo” do brinquedo. “Senão o cão pensa que ganha”. Mas issso é uma grande patetice que não faz sentido nenhum. Os cães como as crianças, se têm um brinquedo à disposição o tempo todo, das duas uma, ou aprendem a requisitar que o jogo começe sempre que o dono esteja presente (pegam no brinquedo e vão “chatear” o dono) ou ignoram o brinquedo porque este perde o interesse e passa a ser um objecto inanimado que está para ali atirado.

Se o cão aprende ele mesmo a pedir que o jogo comece fica difícil ele perceber quando o pode fazer. O dono não lhe ensina nenhum sinal específico e logo o cão vai tentanto começar o jogo em diversas ocasiões, contextos, locais e com diversas pessoas. Isso pode-se tornar complicado porque as pessoas têm tendência para reforçar os comportamentos intermitententemente, ou seja, de vez em quando estão com paciência e até acham piada à insistência do cão e respondem brincando com o cão, outras vezes estão cansados e consideram o comportamento irritante e problemático e não respondem, muitas vezes até punindo o cão.

Esta inconsistente pode gerar muitos outros problemas coletarais. Por isso é que é importante manter as regras do jogo claras, e ensiná-las de forma concisa e precisa ao seu cão ANTES de exigir seja o que for ao mesmo.

Vocalização

Quando vejo o meu pai assistir a um jogo de futebol em conjunto com os amigos no sofá lá de casa, por vezes dá-me a sensação que vão começar todos à bulha uns com os outros, com a tv e com quem passar perto. Desde urros, a berros, insultos, palmas e manifestações de alegria ou indignação o visionamento de um jogo de futebol se retirado fora do contexto pode ser entendido como uma guerra prestes a começar.
O mesmo se passa com o jogo do tug. Alguns cães quando jogam o Tug sentem-se extremamente excitados ( no bom sentido ) e adoram o jogo e exprimem-no com vocalizações. Rosnam, ladram, fazem todo o tipo de barulho. Punir um cão por vocalizar a alegria que sente quando joga Tug seria o mesmo que desatar à chapada ao meu pai sempre que ele gritasse golo durante um jogo de futebol. Sim claro que um cão agressivo rosna, mas se você acha que rosnar significa uma coisa apenas (que um ataque está iminente) então nunca observou dois cães a brincar….

Portanto o facto de o cão rosnar quando joga ao tug não quer de todo dizer que está a ficar agressivo quer apenas dizer que está a festejar um golo, partilhe dessa alegria e experimente fazer barulho ao mesmo tempo que brinca ao tug com o seu cão e verá como ele fica contente com a partilha!

Resumindo e Brincando

O jogo do tug é usado muito no treino de cães polícia por exemplo e sabia que os cães de busca e salvamento são na sua grande maioria (para não dizer todos) treinados com base nesse jogo? E sabia que o tug é usado para treinar cães de assistência, cães para cegos e cães que detectam bombas? Os desportistas de agility são fãs de um bom jogo de tug e os grandes campeões de obediência usam o jogo de tug com a trela para recompensar performances excelentes.

O tug quando bem usado é não só uma recompensa fenomenal e muito valiosa que pode ser usada com bastante frequência em qualquer lugar, como se bem aplicada pode ajudar no treino de comportamentos complexos e/ou cadeias de comportamentos.

O Tug bem aplicado também ensina o cão a auto controlar-se, a aprender comportamentos muitos importantes como “pega”, “larga” e “chega”. É uma forma de construir um relacionamento saudável e duradouro com o seu amigo de quatro patas, uma forma magnífica de dispender energias e de exercitar o cão fisica e mentalmente. 
Se por acaso alguém lhe descrever o jogo do tug de outra forma, é porque não sabe usar o jogo apropriadamente e não é porque o jogo em si tem algo de “mau” inerente ao mesmo. Lá porque alguém não sabe condicionar e ensinar apropriadamente cães a jogarem tug de forma controlada e colocar esse controlo ao serviço da obediência e educação do cão, não quer dizer que não é possível, apenas quer dizer que essa pessoa não o sabe fazer.

Agora que sabe os factos, porque não experimenta? 




Fonte: Escrito por Claudia Estanislau da Its All About Dogs
 caosciencia.blogspot.pt

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Digestor Transforma Resíduos dos Cães em Energia.


Olha aqui esta uma boa ideia para ser usado nos jardins portugueses assim poupasse na conta da luz e os jardins sempre ficavam mais limpos :)

Um novo projeto foi instalado num pequeno parque na cidade de Cambridge, no estado de Massachusetts (EUA), projetado pelo designer Matthew Mazzotta o “Park Spark” transforma os resíduos dos cães em energia (metano).

Através de um digestor de metano, que é alimentado pelos resíduos dos cães que frequentam o parque, essa intervenção urbana interage com o usuário, que é peça fundamental para o equipamento funcionar.

A energia gerada pelo gás metano proveniente dos resíduos é utilizada em lâmpadas a gás do parque.

Fonte: Garimpo Verde

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Diga não as lutas de cães!!

Porque as lutas de cães sempre foram algo que nunca percebi o porque de algumas pessoas gostarem...




quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Os Potenciais Perigosos


Artigo de Opinião – Os Potenciais Perigosos
Mónica Roriz
3 de Setembro - 2012
Mónica Roriz, médica veterinária especialista em comportamento animal e membro do Conselho Editorial da Veterinária Atual, analisa a atual polémica relacionada com os cães de raças perigosas.


Neste clima de semi-inquisição aos cães de raças ditas potencialmente perigosas, fui várias vezes abordada para dar a minha opinião sobre o tema. Existem sempre, como na maior parte dos assuntos polémicos, quem defenda o oito e quem defenda o oitenta. Neste caso específico, temos os que defendem que os cães das raças reconhecidas como potencialmente perigosas (em território luso) devam pura e simplesmente desaparecer do mapa, e os outros que defendem que perigosos não são os cães, mas sim sempre e exclusivamente os donos. 

Para tentar perceber um pouco melhor as coisas decidi recorrer a analogias. Lembrei-me de duas. Para quem defende que os cães são seres irracionais, pré-programados desde o nascimento, proponho compara-los a veículos. Para quem acredite (insiro-me nesse grupo e tenho a certeza que a maioria dos leitores também o farão) que os cães são animais sociais, com temperamentos individuais, sentimentos, e com histórias de vida irei compara-los a pessoas. Não sou uma grande entendida em carros, mas posso imaginar que um carro desportivo consiga atingir velocidades extremas e possa, pelas suas características, ser “potencialmente mais perigoso” que um carro utilitário. Também é fácil imaginar, e cito um amigo meu, que ‘ser atropelada por uma bicicleta não terá as mesmas consequências do que o ser por um camião’.

Mas nem sempre os acidentes rodoviários mortais ocorrem com carros desportivos, nem todos os condutores de carros desportivos conduzem de forma perigosa, nem todas as mortes por atropelamento são feitas por camiões, nem todos os condutores de carros utilitários conduzem cautelosamente. Como tal, seria descabido promulgar uma lei que proibisse a produção de carros desportivos ou a circulação de camiões nas estradas. Até porque os acidentes não ocorrem sempre por defeito de fabrico dos ditos veículos, mas podem ocorrer por descuido do condutor, por condução inadequada e/ou até possivelmente por uma série de condições específicas, alheias ao condutor e ao veículo que poderão ser fatais. Em qualquer dos casos, um pré-requisito obrigatório é que o condutor, independentemente do carro que venha a conduzir, tenha formação adequada, aulas de condução e passe a carta para poder fazê-lo.

Se tentar imaginar e descrever um potencial criminoso, talvez a primeira imagem que me venha à cabeça seja um retrato semelhante à dos “irmãos metralha”: grande, abrutalhado e com ar de poucos amigos. Parece-me, no entanto, completamente absurdo condenar, até porque não existe o delito de “má figura”, qualquer pessoa com características físicas que irão de acordo com o meu imaginário de “mau da fita” ou condenar familiares ou sósias de criminosos porque afinal, quem sabe, talvez a aparência esteja intimamente ligada à existência do gene “potencialmente perigoso”.

A genética explica apenas cerca de 20% do temperamento dos cães, o restante será feito pelo meio ambiente (rico ou não), pelas experiências precoces (positivas ou não), pela educação dada pelos donos, pela oportunidade que os cães vão ter em se socializar corretamente tanto intra e interespecificamente. Qualquer cão com mais de 15 kg com falhas no período de socialização ou que seja futuramente inserido num meio inapropriado, com falhas graves de comunicação entre ele e o(s) seu(s) dono(s), poderá ser “potencialmente perigoso”, e isso independentemente da raça ou dos cruzamentos.

Para evitar a “produção” de cães com mais apetência a desenvolver patologias comportamentais, ou simplesmente cães mais frágeis e menos adaptados, deveríamos proporcionar-lhes, desde cachorros, o máximo de estímulos positivos com humanos de todas as faixas etárias. Deveríamos proibir que sejam separados fisicamente da mãe (ou de outros adultos caninos educadores) e dos irmãos antes das oito semanas de vida. Deveríamos exigir que eles possam viver em meios adequados e adaptados às necessidades básicas da espécie, usando e abusando das escolas de cachorros e de obediência básica (com métodos de reforços positivos). Outro ponto importante seria nós, como médicos veterinários, moderarmos o discurso de “redoma de vidro” e permitir que os cachorros tenham contacto com outros seres quanto antes, e isso antes do protocolo vacinal estar em dia (pois os quatro meses de vida necessários para que este ocorra coincide com o final do período de socialização). Deveríamos preocuparmo-nos em dar formação adequada aos donos sendo este, talvez, um dos itens primordiais que tenha de ser contemplado na lei, além da responsabilidade civil e criminal.

Quando, no caso trágico da morte da bebé de 18 meses pelo dogue argentino, foi dito na comunicação social que os cães até estavam habituados às crianças em questão estando, na realidade, colocados na varanda sempre que estas apareciam, parece-me que existe uma grande confusão sobre o que é uma boa habituação e socialização. E, se isso acontece com indivíduos informados e de formação “dita superior”, imagino o grau de confusão que poderá existir junto de pessoas com formação dita “inferior”. Acredito que a maioria dos donos desses animais não sejam delinquentes ou jovens inconscientes que apenas querem assustar a vizinhança com cães de grande porte. Alias, custa-me a crer que a proprietária dos dois dogues argentinos, referidos em cima, os tivesse para fins ilegais, tais como lutas de cães, ou para impor respeito às amigas. Existem realmente muitas situações em que os donos, tendo animais pujantes, e não sabendo comunicar corretamente com eles, ou não respeitando as necessidades básicas próprias da espécie, ficam com bombas relógios nas mãos. Não acredito que os donos desses cães sejam, na sua maioria, donos inconscientes, antes apenas pessoas mal informadas. Cabe-nos a nós, ou a quem criar as leis, criar condições para que elas possam ser alertadas e educadas convenientemente por profissionais da área.

A lista das raças potencialmente perigosas varia não só de país para país, como também ao longo do tempo. Os cães apontados como potenciais perigosos de ontem não são os mesmos de hoje e não serão os mesmos de amanhã. Quem não se lembra do medo incutido no que diz respeito aos cães de raça Dobermann? Era certo e sabido: esses cães eram extremamente perigosos pois com a idade o “cérebro crescia” e isso desencadeava uma agressividade de tal forma que eles se transformavam em monstros incontroláveis em que a única solução era o abate. O desaparecimento das raças "ditas perigosas" de hoje só fará com que raças já existentes sejam as futuras raças "ditas perigosas" de amanha. Não existem raças perigosas; existem, isso sim, características morfológicas que podem provocar mais danos em caso de condições ideias para o aparecimento de agressões, sejam estas por falhas de socialização ou falhas de comunicação (pondo de parte qualquer patologia orgânica).

Texto de Mónica Roriz

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Estimulação mental: video

Fica aqui um excelente video feito pela Cristina Araujo da Equipa Tudo de Cão do Brasil. Estimulação mental é das formas de interacção e estimulação mais importantes e muitas vezes negligenciadas por falta de conhecimento :D A Cristina explica direitinho como existem tantas formas divertidas de estimular mentalmente os vossos cães.


Texto e video retirado do facebook da Itsallaboutdogs

domingo, 2 de setembro de 2012

Raça: Border Collie


A próxima raça que vou falar e que vem mesmo a calhar visto que o ultimo post foi sobre pastoreio, é o Border Collie. Não vou dizer que não fiquei fascinado por estes cães aparecerem em todo o lado, em quase todo o tipo de competições e trabalhos.
Mas o que mais me agradou foi quando observei de perto um a interagir com o dono, aquele a olhar penetrante, aquela concentração, a dedicação, a felicidade e o parecer que o o que o faz feliz é mesmo estar ali a trabalhar com o dono...  Simplesmente adorei :)
E adorei a pelagem era blue merle :P

História

O Border Collie é originário das terras fronteiriças entre a Escócia e a Inglaterra. É uma raça muito antiga, com referências literárias que datam de, pelo menos, 1570. Crê-se que o nome "collie" possa derivar de uma palavra gaélica que significava útil. Outros autores afirmam que "collie" vem da palavra "colley", uma raça de ovelhas. Existe ainda a palavra "coolie" que, em inglês, quer dizer trabalhador. "Collie" designava assim o preto (como eram quase todos) e útil cão do pastor.

Durante séculos, os cães dos pastores serviram o seu mestre com muito pouco reconhecimento. Foi a introdução dos primeiros concursos de pastoreio, que tiveram lugar em Bala, no País de Gales, a 9 de Outubro de 1873, que mostraram esta raça aos olhos do público. Ao longo dos anos, a popularidade da raça como ajudante do pastor foi aumentando rapidamente, juntamente com a indústria da lã. À medida que mais e mais pastores tinham mais e mais rebanhos, tornou-se impossível a pastores solitários cuidarem dos seus rebanhos sem ajuda. Por volta de 1800, os Border Collies tinham-se tornado uma visão normal nas quintas inglesas.

Pouco depois de 1860, a Rainha Vitória viu um Border Collie e se tornou uma grande entusiasta da raça. A partir daí divergências entre nosso Collie moderno e o tradicional cão Pastor começaram. De qualquer maneira o atual Border Collie continua sendo um verdadeiro cão de trabalho com muito poucas mudanças em tipo.
Em 1876 Mr. R. J. Lloyd Price fez uma demonstração mostrando a capacidade desses pastores. De cem ovelhas levadas a um Palácio em Londres, três foram separadas do rebanho e levadas a uma área remota do Parque, e lá abandonadas. A inteligência desses cães para leva-las de volta a um pequeno curral, atendendo gestos e assobios de seus mestres, deixou a todos atônitos. É essa extrema habilidade que os criadores sérios de Border Collies querem perpetuar.

Em Julho de 1906, a International Sheep Dog Society (ISDS) foi fundada por alguns pastores que se distinguiam como treinadores. Estes encontravam-se insatisfeitos com o Kennel Club, pois achavam que este se preocupava mais com o aspecto exterior dos cães do que com as suas capacidades de trabalho. A ISDS é ainda hoje a proprietária do Stud Book que regista os cães de trabalho e que organiza os Sheepdog Trials, os campeonatos de pastoreio.

Em 1918, James Reid, secretário da ISDS, acrescentou pela primeira vez a palavra "Border" ao que então era conhecido apenas como "collie", fixando assim o nome da raça: "collie da fronteira". 


Características e Temperamento

A característica mais espectacular do Border Collie é o seu desejo de trabalhar acima de todas as coisas. Ele pastoreia com a cabeça baixa, olhando fixamente as ovelhas. Percebe todos os movimentos do gado e reage movendo-se, às vezes imperceptivelmente, para tirar vantagem ou contrariar o mesmo movimento.  O movimento, tanto do gado como do cão, deve ser calmo e firme. Estes cães são a melhor raça de pastores de ovelhas do mundo e são conhecidos pela sua agilidade, resistência, inteligência e uma firme ética de trabalho. 

O Border Collie é um cão condutor ou colector de rebanho, por oposição a guardador: o seu instinto é correr à volta do rebanho, juntar os animais e conduzi-los de volta ao pastor. O Border Collie pode (e é) ensinado a conduzir o rebanho para longe do pastor, mas não o faz normalmente por instinto.       

O típico Border Collie é viciado no trabalho. É mais feliz quando tem trabalho para fazer, quer esse trabalho seja pastorear, obediência de competição, agility, ou outra ocupação ou desporto canino, nos quais se destingue. É um cão extremamente rápido, energético, atarefado e necessita de muito exercício. É criado para não se cansar: um Border Collie de trabalho é capaz de correr muitos quilómetros por dia sobre terrenos difíceis e, no dia seguinte, voltar a fazê-lo. Uma corrida de um ou dois quilómetros é um mero aquecimento para esta raça atlética. Uma pessoa sem tempo para dar ao cão muito e vigoroso exercício todos os dias, fica normalmente mais contente com uma raça mais calma. Um Border Collie sem trabalho pode ficar neurótico, obsessivo e destrutivo.

O Border Collie pastoreia gado, outros cães, pássaros, gatos, crianças, esquilos, coelhos, veados, insectos e, muitas vezes, corta-relvas, aspiradores, vassouras, ancinhos e qualquer outra coisa que se mexa. Apesar de o Border Collie pastorear com “olho” em vez de morder nas pernas do gado, alguns exemplares têm ainda instinto para mordiscar, e mordiscarão as pernas das pessoas se elas correrem. As crianças são alvos comuns desse comportamento porque não sabem como o controlar. Têm também tendência para perseguir automóveis, e muitos Border Collies têm perdido a vida debaixo das rodas de um.

O Border Collie está sempre debaixo dos seus pés. Este cão vigia-o constantemente (como se você fosse o gado) e precipita-se para a sua frente se pensa que algo vai acontecer. Adora atenção e é muito afectuoso e orientado para as pessoas. No entanto, é importante sociabilizá-lo bem desde cachorro: se isso não acontecer, os adultos podem ficar reservados com pessoas que não conhecem e agressivos com outros cães. O Border Collie é muito inteligente e aprende depressa, mas amadurece tarde – é “cachorro” até aproximadamente aos 2 ou 3 anos (ou mais velho) e muitos cães com 10 a 12 anos de idade são ainda muito vivos e cheios de energia. Não espere que um Border Collie se comece a portar com maturidade e dignidade aos 3 ou 4 anos!

Temperamento 

O Border entrega-se incondicionalmente ao seu dono e respectiva família. É muito sensível aos seus desejos ou ordens, mas estes devem ser dados em voz baixa, pois os modos agressivos ou rudes não são do seu agrado.

As suas características caninas têm-se tornado cada vez mais pronunciadas, o que é facilmente observável nos passeios com a família: um Border tem prazer em andar à volta dos membros da família, mantendo-se sempre junto destes.

Muito disciplinado e com uma inteligência acima da média, tem uma tal necessidade de estar activo que precisa permanentemente de tarefas e ocupações. Precisa, portanto, para ser feliz, de alguém sensível que o mantenha ocupado.


Cores, pelagem e orelhas


Estalão da Raça

Aspecto Geral
Cão de trabalho de dimensão média, bem proporcionado, com contornos suaves mostrando qualidade, graciosidade e equilíbrio perfeitos, combinados com substância suficiente para lhe dar uma sensação de resistência.  
          Cabeça
Crânio largo, crânio plano. Bochechas sem serem cheias ou redondas. Focinho estreitando até ao nariz, moderadamente curto e forte. Focinho aproximadamente do mesmo comprimento que a cabeça. Stop pronunciado. Nariz preto, excepto nos cães castanhos ou chocolate, onde pode ser castanho. Nos azuis, o nariz deve ser cinzento. Narinas bem pronunciadas.
Olhos
Ovais, de dimensão média, castanhos. Em cães azuis-merle um ou ambos os olhos podem ser parcialmente ou totalmente azuis. Expressão afectuosa, atenta, vigilante e inteligente.
Boca
Dentes e  maxilares fortes, com mordedura em tesoura, perfeita e regular. 
Pescoço
O pescoço deve ser de boa dimensão, forte e musculado, ligeiramente arqueado e alargando para os ombros.
Corpo
Constituição atlética, tórax profundo e bastante largo; costelas bem arqueadas; quadril musculoso, mas não em demasia; a garupa é larga e musculosa até ao início da cauda. O corpo deverá ser ligeiramente mais comprido do que a altura do garrote. 
Orelhas
De dimensão média, afastadas uma da outra, erectas ou semi erectas.
Cauda
Moderadamente longa, com a última vértebra a atingir a articulação tibiotársica. Implantação baixa, com um movimento ascendente na ponta. A cauda pode levantar com a excitação, mas nunca andar enrolada sobre o dorso.
Membros anteriores
Paralelos, vistos de frente. Quartelas ligeiramente inclinadas quando vistas de lado. Osso forte, mas não pesado, ombros para trás, cotovelos junto ao corpo.
Membros posteriores
Coxas longas, possantes e musculosas, com as articulações dos joelhos bem anguladas e jarretes baixos e fortes . Forte estrutura óssea desde as articulações tibiotársicas até ao chão. Paralelos vistos de trás.
Patas
Ovais, com os dedos arqueados e muito juntos. Almofadas espessas e fortes. Unhas curtas e fortes.
Locomoção
Livre, suave e incansável, sem os pés erguerem muito, dando a impressão de habilidade para se mover com grande discrição e velocidade.
Pelagem
São reconhecidas duas variedades de pelo: uma longa e outra mais compacta. Em ambos os casos, o pêlo exterior é denso, algo forte, e o subpelo macio e compacto dando uma boa resistência às intempéries. Na variedade de pêlo longo desenvolve-se uma crina de pêlo, "meias" (pêlo na coxa, na metade superior da articulação tibiotársica) e pêlo na cauda. Na cara, nas orelhas e membros anteriores, desde a articulação tibiotársica até à pata, o pêlo deve ser curto e liso. 
Dimensões
Altura das espáduas: machos 53 cm, fêmeas um pouco menos.
Faltas
Algum desvio dos pontos acima, deve ser considerado uma falta, e a seriedade dessa falta deve ser na proporção exacta ao grau do desvio.
Nota: Os machos devem ter ambos os testículos bem descendentes no escroto.
  
Cores:

PretoAzul (e Diluição)Vermelho
Preto (Beagold Stanalone prop. Paul and Nid Shevenels)Azul (Macey)Vermelho (Ben)
ChocolateTricolorMerle
Chocolate (Eyes of the World Ally McBeal prop. Paul and Nid Shevenels)Tricolor (Dover - prop. Elisabeth Kotschy)Azul Merle (Makker)
SableSaddlePintas, Sardas 
SableSaddlePintas, Sardas



Pelo
Comprido










Curto


Orelhas

Os Border Collies podem ter orelhas erectas, semi-erectas (dobradas só nas pontas ou até quase à base), ou uma de cada.

Saúde e Higiene


Seleccionada tendo como base o trabalho, a saúde da raça nunca foi sacrificada em detrimento da beleza. O Border Collie é considerado um cão bastante saudável, com uma esperança de vida relativamente longa para o seu porte. Alguns dos problemas mais comuns na raça são a displasia da anca. A surdez, devido à cor branca presente no manto, alergias e problemas oculares são menos comuns mas ainda assim têm alguma incidência na raça.

A pelagem do Border Collie necessita de manutenção bissemanal. A regularidade deve ser aumentada na altura da muda de pêlo. Os cães largam bastante pêlo.

Como são animais de campo, a pelagem deve ser frequentemente inspeccionada para garantir de que não há pulgas.



Border Collies famosos

Dois Border Collies tiveram uma grande influência na criação do Border Collie moderno: o primeiro foi Old Hemp e o segundo, Wiston Cap.
Old Hemp era um cão tricolor que nasceu em 1893 e morreu em 1901. Foi criado por Adam Telfer e tinha como pai um cão preto e castanho chamado Roy. A mãe era uma cadela chamada Meg, toda preta, com um "olho" muito forte. Old Hemp era um cão calmo, poderoso, a quem as ovelhas respondiam com facilidade. Foi usado largamente como cão de cobrição e o seu estilo de trabalho ficou o estilo de trabalho do Border Collie. Acredita-se que o sangue de Old Hemp corre nas veias de quase todos os Border Collies actuais.

Wiston Cap é o cão que a ISDS tem no seu emblema, na pose característica de trabalho. Foi o mais usado e popular cão de cobrição na história da raça e aparece em muitos pedigrees de hoje. Criado por W. S. Hetherington e treinado e conduzido por John Richardson, Cap era um cão respeitador e de bom carácter. Wiston Cap foi pai de três Supreme Champions e avô de três outros, um dos quais Bill, de E. W. Edwards, que ganhou o campeonato duas vezes.

Curiosidades:




Fontes:arcadenoe.sapo.pt
www.casadarinia.web.pt
www.bordercollieclub.com