"Podemos muito bem perguntar-nos: o que seria do homem sem os animais? Mas não o contrário: o que seria dos animais sem o homem?"Hebbel , Christian





quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Cadela Gestante: Quando procurar um médico?

Sinais que justificam a procura de assistência veterinária imediata:

• Qualquer sinal de doença numa fêmea em fim de tempo.

• História de distócias anteriores.

• Mais de 70 dias de gestação.

• Mais de 24 horas desde que a temperatura rectal desceu, sem inicio de parto.

• Mais de 24 hora de anorexia numa fêmea em fim de tempo.

• Mais de 3 horas na fase 2 do parto sem que nasça o 1º cachorro.

• Mais do que 30 minutos de contrações ativas entre cachorros, sem que nasça nenhum.

• Mais do que 2 horas de contrações fracas sem expulsão de nenhum feto.

• Cadela com quadro doloroso.

• Sinais radiográficos de mau posicionamento fetal.


• Quando o fim do parto ocorre sem que tenham nascido todos os cachorros.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Cadela Gestante: Cuidados a ter

As necessidades nutricionais da cadela gestante

Durante as seis primeiras semanas de gestação não se verifica um aumento considerável das exigências nutricionais da cadela.
 O crescimento dos fetos é reduzido, a mineralização dos esqueletos ainda não se inicioue o seu volume não restringe as capacidades gástricas da cadela. Em contrapartida, o considerável desenvolvimento dos fetos a partir da 6ª semana de gestação conduz a um aumento progressivo das necessidades proteicas, energéticas e minerais da cadela. Além disso, durante a última semana de gestação, é frequente a cadela perder o apetite. Assim, nesta fase, a cadela deverá ser alimentada com um alimento muito palatável, com elevado teor energético e excelente digestibilidade, que deverá ser fracionado em diversas pequenas refeições ao longo do dia. Este alimento, adequado também ao período de lactação, permitirá preparar o sistema digestivo da mãe para uma transição progressiva entre o final da gestação e o início da lactação, duas etapas com exigências nutricionais semelhantes.

Cuidados puerperais

Os cuidados rotineiros puerperais à cadela incluem o controlo da temperatura rectal e a inspeção regular do corrimento vaginal, o exame de todas as glândulas mamárias, alerta para a presença de pus, odor fétido e glândulas mamárias avermelhadas e doloridas.

Cuidados perinatais

É sempre importante relembrar que o melhor plano de ação é deixar a fêmea dar à luz tranquilamente e supervisionar apenas de uma forma discreta, por forma a ter a certeza de que tudo corre bem. A mãe irá geralmente libertar-se das restantes membranas fetais dos recém nascidos, lavá-los e secá-los de forma correta. Este procedimento estimula os sistemas cardiovascular e respiratório, e mais tarde estimulará também a micção e a defecação dos filhotes. Caso a mãe esteja muito cansada para poder realizar da forma correta estas operações, o dono deverá intervir secando e esfregando os filhotes com uma toalha limpa e macia. Na maioria dos casos a mãe normalmente corta o cordão umbilical com os dentes. Caso ela não o tenha feito após 5 a 10 minutos, deverá fazer dois nós com fio dental e cortar o cordão que se encontra entre eles, e após esse corte deverá desinfetar a superfície de corte com uma solução iodada (a porção de cordão umbilical que ficar agarrada ao corpo do recém nascido deverá ter no mínimo 2 a 3 cm).

É muito importante que os recém nascidos mamem o leite materno nas primeiras horas a seguir ao nascimento, pois esse leite especial (denominado colostro) é rico não só em nutrientes mas também em componentes que conferem as defesas imunológicas. Recomenda-se que se encoraje os filhotes a aproximarem-se dos mamilos da mãe. Por vezes, caso a fêmea não produza uma quantidade de leite suficiente, e especialmente em ninhadas grandes, poderá haver a necessidade de recorrer ao leite de substituição, utilizando sempre fórmulas adaptadas a cachorros. O leite de vaca não é o indicado para suplementar ou substituir o leite materno em cachorros.

Algumas cadelas, especialmente as de raças pequenas, podem apresentar episódios de dificuldades motoras, incluindo paralisia dos membros, como resultado de uma grande baixa dos níveis de cálcio no sangue a seguir ao parto. Esta situação, denominada eclampsia requer uma intervenção rápida e urgente do Médico Veterinário.

A lactação é o período mais exigente em termos de necessidades de energia e de nutrientes. Tanto as cadelas como as gatas podem aumentar as suas necessidades em nutrientes em até 3 – 4 vezes do que quando estão em manutenção. Sendo assim, a fêmea lactante deverá receber um alimento (normalmente seco) com uma elevada densidade nutritiva, e recomenda-se que se divida a quantidade de alimento a administrar em várias refeições ao longo do dia.

Deverá também ter em conta que nos primeiros dias de vida a temperatura corporal do cachorro é baixa (cerca de 36ºC), pelo que o deverá ter em ambiente aquecido. Se necessário, poderá utilizar botijas de água quente ou lâmpadas de aquecimento, mas evite sempre o seu contacto direto com a pele por forma a evitar o aparecimento de queimaduras. Por volta de 1 semana de idade o cachorro já conseguirá manter a temperatura corporal normal. Os recém nascidos não irão abrir os seus olhos até à segunda ou terceira semana de vida.

O peso corporal aumenta entre 5-10% por dia, comparado com o peso que têm ao nascimento, e poderá iniciar o seu desmame por volta dos 21 a 28 dias de vida. Deverá introduzir de forma gradual o alimento sólido por volta dos 21 dias de vida, mas sempre humedecido com água morna e deverá administrar-lhe um alimento especificamente formulado para animais em crescimento. De uma forma gradual deverá ir reduzindo a quantidade de água adicionada ao alimento.

Fonte: Centro Hospitalar Veterinário

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Cadela Gestante: Parto

Momentos que antecedem o parto

Vinte e quatro horas antes dos trabalhos de parto, a temperatura rectal da cadela desce abaixo de 37,8°C e por vezes abaixo de 37,3°C. Esta descida de temperatura é causada pela quebra repentina de progesterona, essencial à manutenção da gravidez na cadela. O declínio da temperatura bem como o relaxamento palpável na musculatura pélvica e abdominal são os sinais mais fiáveis de que o parto está iminente. O início da lactação é bastante variável.

As fases do parto

Fase 1: É a mais longa etapa dos trabalhos de parto; é caracterizada por contrações uterinas e dilatação do cérvix. Os únicos sinais externos são inquietude e respiração ofegante. Durante essa fase a cadela ocasionalmente poderá vomitar, ter tremores ou procurará isolar-se num canto. Esta fase dura em média seis a doze horas.


Fase 2: É a etapa da passagem do feto pelo cérvix e sua expulsão. O registo do tempo em que se sucedem os fenómenos desta fase, tais como as contrações e movimentos, são essenciais para um bom controlo. Quando a cabeça do feto chega ao cérvix, um reflexo neuro-endócrino inicia a libertação da hormona oxitocina; as contrações subsequentes poderão ser observadas externamente, revelando ao proprietário que a cadela se encontra na segunda fase do parto.

Devem ser evitados quaisquer distúrbios ambientais, já que a cadela, se assustada, poderá inibir voluntariamente as contrações. A membrana corioalantóica externa rompe-se ao movimento do feto pelo canal de nascimento e ele nasce envolto apenas pelo saco amniótico. Cerca de 40% dos cachorros nascem de nádegas. Os cachorros nascem normalmente de meia em meia hora ou de hora a hora até terminarem os trabalhos de parto, não obstante os intervalos serem irregulares.


Fase 3: Nesta fase ocorre a expulsão das placentas. Pode ocorrer após cada nascimento ou após o nascimento de dois ou três cachorros. As placentas devem ser contadas; não obstante as placentas retidas poderem ser diluídas e expelidas com os lóquios - corrimentos sanguíneos que se verificam após o parto - elas podem contribuir para uma metrite pós-parto.

Fonte: Centro Hospitalar Veterinário

domingo, 13 de outubro de 2013

Cadela Gestante: Como ter a certeza?

A gestação na cadela dura cerca de 63 a 65 dias a partir do primeiro acasalamento. Contudo, devido às variações do momento de ovulação, os acasalamentos múltiplos e duração variada do estro (cio) dificultam a identificação do dia de fecundação e portanto da data exata do parto. Assim sendo, é mais correto considerar um período de gestação de 56 a 70 dias a partir da primeira cobrição.

A educação e informação do proprietário são fundamentais no maneio de uma cadela gestante. É aconselhável examinar a cadela com suspeita de gestação por volta das 4 semanas, altura em que se estabelece o diagnóstico de gestação. Todas as cadelas que mostrem sinais de doença devem ser criteriosamente avaliadas.

Diagnóstico da Gestação

O diagnóstico de gestação pode ser feito de 3 formas diferentes:

·         Palpação abdominal: é um método mais útil após o primeiro mês de gestação, mas pode não ser muito fiável no caso da fêmea se encontrar obesa.

·         Ecografia abdominal: este método auxiliar de diagnóstico permite realizar um diagnóstico de gestação precoce (após os 21 dias de gestação). É muito útil também para avaliar a saúde e os batimentos cardíacos dos fetos. Por outro lado permite saber qual o tamanho da ninhada.

·         Radiografia abdominal: pode utilizar-se este meio de diagnóstico após os 45 dias de gestação, uma vez que o esqueleto do feto não é visível antes deste tempo. Os raios X são também muito úteis por forma a determinar o número de fetos, a sua posição e a eventual possibilidade de morte fetal.


Não devemos esquecer que os Raios X são inofensivos após os 45 dias de gestação, uma vez que o desenvolvimento embrionário já está completo após esta fase.

Fonte: Centro Hospitalar Veterinário

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Cuidados Preventivos – Desparasitação (parte III)

A desparasitação é uma medida profilática sanitária muito importante,
que consiste na eliminação dos parasitas do organismo do hospedeiro. A desparasitação pode ser interna (endoparasitas – parasitas intestinais, pulmonares e urinários) ou externa (ectoparasitas – pulgas, carraças, mosquitos, ácaros e piolhos). Os animais devem estar desparasitados antes da primeira vacina.
Ao desparasitar o seu animal está não só a dar-lhe uma melhor qualidade de vida, aumentado a resistência às doenças em geral, mas está também a evitar um grande número de situações clínicas desagradáveis e a atuar em termos de saúde pública. Alguns dos parasitas intestinais, que “redondos” (lombrigas), quer “achatados” (ténias), podem afetar humanos (zoonoses). O contato direto com animais parasitados, com as zonas ondem habitam ou fazem as suas necessidades fisiológicas ou com objetos com os quais os animais brincam, podem originar o contágio das pessoas. O risco é maior para crianças, pessoas com problemas a nível do sistema imunitário e pessoas idosas.
Os seres humanos podem sofrer as consequências destas parasitoses de maneira semelhante aos animais, apresentando desde dores abdominais, problemas digestivos de pouca gravidade, dermatites, a lesões oculares severas; outras vezes sofrem de anemia, diarreias e/ou vómitos, lesões nervosas graves e, no caso de algumas ténias, podemos assistir à formação de quistos hidáticos que podem afetar desde o fígado até aos pulmões ou cérebro.
Para evitar problemas para si e para o seu cão é conveniente que o desparasite regularmente e se tiver vários animais em casa é fundamental que faça as desparasitações em simultâneo a todos eles. Evite, também, zonas onde habitualmente vagueiam animais abandonados e lembre-se sempre de apanhar os dejetos que o seu amigo faz, seja na vida pública, seja no seu jardim.
Em virtude dos parasitas constituírem um risco para a saúde do seu cão e da sua família, recomenda-se a adoção de um esquema de desparasitação adequado (dependendo do risco parasitológico a que os cães estão expostos – estilo de vida). Para tal deve utilizar produtos de largo espectro que eliminem vermes adultos e as suas formas larvares.

Como pode o seu animal, que vive em casa, ficar parasitado?

Existem várias formas de contágio:
  •   Através da mãe pelo útero (via transplacentária) e pelo leite (via transgalactogénea);
  •      Por ingestão de ovos ou larvas que se encontrem no meio ambiente, ao ingerir pulgas, ao comer carne ou vísceras de animais parasitados (via oral);
  •          Através da pele (via transcutânea);
  •          Ao ser picado por insectos ou carraças (vectores).


Regras Gerais de Desparasitação Interna

·  Cães recém-adquiridos: desparasitar imediatamente, repetir passadas 2 semanas;
·   Cachorros: às 2 semanas e de 15 em 15 dias até aos 3 meses; até aos 6 meses a desparasitação deve ser mensal;
·      Adultos: tratar regularmente de 3 em 3 meses.;
·      Cadelas Lactantes: desparasitar juntamente com a ninhada.

Medicamentos Desparasitantes
Há diferentes produtos no mercado para desparasitar os cães interna e externamente:

·  Desparasitantes Internos: apresentação em comprimidos ou pastas para administração oral e pipetas de aplicação tópica;

·     Desparasitantes Externos: apresentação em comprimidos para administração oral, sprays, pipetas de aplicação tópica e coleiras.

Para escolher a melhor opte sempre por aconselhamento especializado, quer por um médico ou um enfermeiro veterinário.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Onyx, um cão herói que luta pela vida

Às duas horas da madrugada do dia 26 de setembro, uma jovem família de Tallahassee, Florida, foi acordada por um latido alto que vinha do quintal, segundo informações do Care2.

Onyx, o pitbull da família, de apenas 9 meses de idade, fazia o que podia para alertar a sua família, um casal e os dois filhos, de que um incêndio havia começado.
O dono correu para o quintal, onde o fogo havia iniciado, e encontrou Onyx em chamas, depressa pegou numa mangueira e tentou apagar as chamas que queimavam o cão; enquanto a restante família saía para um local seguro.

Honestamente, eu lamentaria se o Onyx não estivesse lá fora, ainda que seja triste, qualquer coisa ainda pior poderia ter acontecido", disse Sierra Plair, dona de Onyx, ao Tallahassee.com. “Quando o fogo subiu para o quarto dos meus filhos, não teríamos sido capazes de ir até lá e trazer as crianças para fora.

Embora os bombeiros tenham conseguido apagar o fogo na varanda e no quintal da casa, o cão ficou em estado grave, apresentando queimaduras em 25 a 30% do corpo. Inicialmente, a família levou Onyx para um hospital veterinário em Tallahassee mas nessa instituição recusaram-se a tratar do cão por ser um tratamento demorado e dispendioso, para o qual a família não dispunha de dinheiro para suprir os custos.

Estávamos no limite de nossas condições de julgamento”, disse Sierra Plair, ao Tallahassee.com. “Nós íamos desistir dele porque não tínhamos dinheiro para o tratamento.”

Felizmente, as equipas do Centro de Serviço Animal e do Hospital Veterinário Northwood, do Condado de Tallahassee-Leon, pensaram de maneira diferente e com uma campanha conseguiram arrecadar fundos para o tratamento do cão, que pode ser enviado para um tratamento na Universidade da Flórida.

Onyx agora junta-se à lista dos muitos heróis animais que a Care2 já homenageou.


Fonte: http://www.anda.jor.br/09/10/2013/cao-salva-familia-incendio-luta-sobreviver

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Cuidados Preventivos – Desparasitação (parte II)

Ectoparasitas
1.       Pulgas
A principal espécie de pulga que parasita o cão é a pulga do gato (Ctenocephalides felis). Desde que tenham boas condições de humidade e temperatura, as pulgas (o seu ciclo de vida está representado na imagem ao lado) desenvolvem-se e proliferam rapidamente, nascendo de ovos depositados sobre a pele do cão. Por cada 10 pulgas adultas que vemos no nosso amigo, há cerca de 90 formas larvares no seu meio ambiente e muitos mais ovos que não conseguimos ver. As pulgas produzem lesões diretas na pele do animal afetado, nomeadamente reações alérgicas (D.A.P.P – dermatite alérgica por picada de pulga) ou podem abrir caminho a outras infeções cutâneas por bactérias oportunistas que, em alguns casos, requerem tratamento específico e prolongado.
Para além disso, podem transmitir a ténia Dipylidium caninum, um parasita interno.
São frequentemente encontradas nas zonas mais cobertas por pêlo e nas zonas de pele sobre as quais a luz não incide diretamente.

2.       Carraças
São frequentemente encontradas em torno dos olhos, na base das orelhas, entre o dedos e nas pregas da pele do abdómen, ânus e zona perineal.
É mais provável que o seu amigo se contamine em zonas com vegetação, arbustos ou qualquer planta onde as carraças (adultas, ninfas ou larvas) esperam até poderem saltar para os hospedeiros que passam e aos quais se vão fixar.
A carraças produzem lesões na pele, quer por irritação local, quer permitindo a entrada a bactérias oportunistas que podem originar piodermatites ou lesões autoinfligidas quando o animal se tenta ver livre delas. O consumo de sangue por parte das carraças pode originar quadros de anemia graves, debilidade, mau estado geral e lesões dérmicas, sobretudo se os hospedeiros são jovens. As carraças podem ainda funcionar como vectores para parasitas sanguíneos, muitos dos quais podem infetar também humanos, é o caso da “febre da carraça”, quer por Babesia, Ehrlichia ou Borrelia. Algumas carraças ao alimentarem-se libertam toxinas para o sangue, o que pode originar quadros de paralisia e diversos sintomas a nível do sistema nervoso.

3.       Mosquitos e Flebótomos
Só são visíveis durante o período de alimentação. Tem uma importância moderada no que diz respeito às lesões e à irritação cutânea que podem provocar com a sua picada. Em alguns casos é possível que ocorra uma reação alérgica, mas o mais frequente é o animal tolerar bem a picada.
O principal problema destes insetos é o fato de atuarem como vectores de doenças infeciosas transmissíveis. Quando estes insetos picam, para além de extraírem uma pequena porção de sangue, podem inocular, no hospedeiro, agentes infeciosos ou parasitários que extraíram de outro hospedeiro doente/parasitado. Por norma, cada espécie de mosquito e flebótomo transmite uma infeção diferente. As mais frequentes no nosso país são a Leishmaniose e a Dirofilariose (esquema ao lado representa o ciclo de vida da Dirofilaria immitis).

4.       Moscas
Existem algumas espécies que picam os bordos das orelhas dos cães, podendo originar infeções e provocar feridas.
As moscas alimentam-se de sangue e consomem cerca de 15 µl de sangue por dia.

5.       Ácaros
São os responsáveis pelo aparecimento das sarnas, das quais existem vários tipos sendo os animais de companhia afetados por três tipos, cada uma causada por um ácaro diferente (Otodectes, Sarcoptes e Demodex) e que se distinguem entre si pelas lesões provocadas e pela localização das mesmas.

Endoparasitas
1.       Nemátodes
Frequentemente provocam no hospedeiro pequenas alterações como atraso no crescimento, debilidade ou anemia. Noutros casos, produzem quadros muito mais graves com grande prostração, diarreia, vómitos, desidratação, anorexia, lesões da pele e do pêlo. Nos casos extremos, podem inclusive provocar a morte do hospedeiro. Em casos menos frequentes, podem afetar o sistema respiratório e podem ser causa de fadiga, dificuldade respiratória, intolerância ao exercício físico normal e expetoração frequente. A maioria das lesões provocadas por estes parasitas deve-se às formas larvares, quando ocorrem as migrações no organismo (para o fígado, pulmões, coração, rins e intestino) dos hospedeiros. Alguns destes parasitas podem ser zoonóticos.

2.       Céstodes
Neste grupo encontramos as ténias, sendo a mais comum no cão a Dipylidium caninum, que é transmitida por ingestão de pulgas. As ténias, regra geral, não causam grandes distúrbios nos cães. Quanto muito pode-se observar indisposição, diarreias e perda de condição corporal. A necessidade de tratamento contra as ténias surge devido à sua importância em saúde pública, como é o caso do quisto hidático (forma larvar da ténia Echinococcus granulosus).

3.       Protozoários

Talvez menos conhecidos por não serem visíveis a olho nu, são responsáveis por quadros gastrointestinais (diarreias) em quase todos os cães, em particular nos jovens, e principalmente nos criados em canis sobre lotados e com condições de higiene precárias.

Para saberem mais sobre os parasitas que podem afectar os teus animais visita http://www.livredeparasitas.com/pt/ .

sábado, 5 de outubro de 2013

Cuidados Preventivos – Desparasitação (Parte I)

O que é um parasita?

Um parasita é um ser vivo que habita, durante um certo período de tempo ou durante toda a sua vida, no interior ou no exterior de outro ser vivo de espécie diferente, a que chamamos hospedeiro. Apesar de o parasita necessitar que o hospedeiro permaneça vivo, é inevitável que lhe provoque danos de menor ou maior gravidade, uma vez que se alimenta nos/dos seus tecidos. Os parasitas procuram no hospedeiro não só o alimento mas também proteção e condições ideais para se reproduzirem. Os principais parasitas que afetam os animais pertencem aos “grupos” dos protozoários, helmintes e artrópodes; e podem ser divididos em 2 grupos:
  •     Parasitas externos ou ectoparasitas;
  •        Parasitas internos ou endoparasitas.

Os parasitas externos são os que vivem durante toda a sua vida, ou parte dela, na superfície externa do animal, seja na pele, pêlo ou no canal auditivo externo.
Podem ser classificados como microscópicos ou macroscópicos. Os primeiros não são visíveis a olho nú e, como tal, só conseguimos ver as lesões por eles provocadas (por exemplo, ácaros Demodex e Sarcoptes).
Analogamente, os parasitas externos macroscópicos são visíveis à vista desarmada embora por vezes possa ser um pouco difícil observá-los porque são demasiado pequenos, encontram-se em número reduzido, estão bem camuflados ou mudam constantemente de sítio. Dentro deste tipo de parasitas temos os que podem viver permanentemente sobre o hospedeiro (pulgas, carraças, ácaros do ouvido e piolho) ou os que estão apenas presentes por breves períodos (mosquitos, flebótomos e moscas).
                Os parasitas internos são aqueles que vivem no interior do corpo do seu cão, nomeadamente, a nível do aparelho digestivo (esófago, estômago, intestino, fígado, vesícula biliar), no aparelho respiratório (traqueia ou pulmões), no sistema circulatório (coração) na bexiga e no tecido muscular. Os mais frequentes são os do aparelho digestivo.
Tal como os parasitas externos, este podem ser classificados como microscópicos ou macroscópicos.
                Os parasitas internos microscópicos não podem ser observados à vista “desarmada” e por isso o seu médico veterinário poderá fazer o diagnóstico precoce destes parasitas intestinas através dos seus ovos, que podem ser identificados com análises coprológicas às fezes. É importante referir que há alguns parasitas como as coccídeas e a giardia só se detetam através de análises e técnicas específicas.
                Os parasitas internos macroscópicos geralmente só são observados quando o animal está muito parasitado ou posteriormente à toma de um desparasitante. Alguns destas parasitas podem aparecer nas fezes ou no conteúdo gástrico dos animais, especialmente se estes apresentarem um quadro de gastroenterite com diarreia e vómito.

O tamanho dos parasitas pode ir de alguns milímetros, como os proglótides de ténia que aparecem nas fezes ou junto ao ânus do hospedeiro, a vários centímetros como é caso dos tricurídeos ou dos ascarídeos que aparecem nas fezes lembrando um novelo de cabelos. Algumas fêmeas adultas destes parasitas podem chegar a produzir cerca de 200.000 ovos diários, o que nos dá uma ideia da potencial contaminação do meio ambiente e da capacidade de infetar vários animais. Geralmente, dividimos estes parasitas em dois grandes grupos: os céstodos (parasitas “achatados”) e os nemátodos (parasitas “redondos”).