"Podemos muito bem perguntar-nos: o que seria do homem sem os animais? Mas não o contrário: o que seria dos animais sem o homem?"Hebbel , Christian





sábado, 5 de outubro de 2013

Cuidados Preventivos – Desparasitação (Parte I)

O que é um parasita?

Um parasita é um ser vivo que habita, durante um certo período de tempo ou durante toda a sua vida, no interior ou no exterior de outro ser vivo de espécie diferente, a que chamamos hospedeiro. Apesar de o parasita necessitar que o hospedeiro permaneça vivo, é inevitável que lhe provoque danos de menor ou maior gravidade, uma vez que se alimenta nos/dos seus tecidos. Os parasitas procuram no hospedeiro não só o alimento mas também proteção e condições ideais para se reproduzirem. Os principais parasitas que afetam os animais pertencem aos “grupos” dos protozoários, helmintes e artrópodes; e podem ser divididos em 2 grupos:
  •     Parasitas externos ou ectoparasitas;
  •        Parasitas internos ou endoparasitas.

Os parasitas externos são os que vivem durante toda a sua vida, ou parte dela, na superfície externa do animal, seja na pele, pêlo ou no canal auditivo externo.
Podem ser classificados como microscópicos ou macroscópicos. Os primeiros não são visíveis a olho nú e, como tal, só conseguimos ver as lesões por eles provocadas (por exemplo, ácaros Demodex e Sarcoptes).
Analogamente, os parasitas externos macroscópicos são visíveis à vista desarmada embora por vezes possa ser um pouco difícil observá-los porque são demasiado pequenos, encontram-se em número reduzido, estão bem camuflados ou mudam constantemente de sítio. Dentro deste tipo de parasitas temos os que podem viver permanentemente sobre o hospedeiro (pulgas, carraças, ácaros do ouvido e piolho) ou os que estão apenas presentes por breves períodos (mosquitos, flebótomos e moscas).
                Os parasitas internos são aqueles que vivem no interior do corpo do seu cão, nomeadamente, a nível do aparelho digestivo (esófago, estômago, intestino, fígado, vesícula biliar), no aparelho respiratório (traqueia ou pulmões), no sistema circulatório (coração) na bexiga e no tecido muscular. Os mais frequentes são os do aparelho digestivo.
Tal como os parasitas externos, este podem ser classificados como microscópicos ou macroscópicos.
                Os parasitas internos microscópicos não podem ser observados à vista “desarmada” e por isso o seu médico veterinário poderá fazer o diagnóstico precoce destes parasitas intestinas através dos seus ovos, que podem ser identificados com análises coprológicas às fezes. É importante referir que há alguns parasitas como as coccídeas e a giardia só se detetam através de análises e técnicas específicas.
                Os parasitas internos macroscópicos geralmente só são observados quando o animal está muito parasitado ou posteriormente à toma de um desparasitante. Alguns destas parasitas podem aparecer nas fezes ou no conteúdo gástrico dos animais, especialmente se estes apresentarem um quadro de gastroenterite com diarreia e vómito.

O tamanho dos parasitas pode ir de alguns milímetros, como os proglótides de ténia que aparecem nas fezes ou junto ao ânus do hospedeiro, a vários centímetros como é caso dos tricurídeos ou dos ascarídeos que aparecem nas fezes lembrando um novelo de cabelos. Algumas fêmeas adultas destes parasitas podem chegar a produzir cerca de 200.000 ovos diários, o que nos dá uma ideia da potencial contaminação do meio ambiente e da capacidade de infetar vários animais. Geralmente, dividimos estes parasitas em dois grandes grupos: os céstodos (parasitas “achatados”) e os nemátodos (parasitas “redondos”).

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