"Podemos muito bem perguntar-nos: o que seria do homem sem os animais? Mas não o contrário: o que seria dos animais sem o homem?"Hebbel , Christian





quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Cuidados Preventivos – Desparasitação (parte II)

Ectoparasitas
1.       Pulgas
A principal espécie de pulga que parasita o cão é a pulga do gato (Ctenocephalides felis). Desde que tenham boas condições de humidade e temperatura, as pulgas (o seu ciclo de vida está representado na imagem ao lado) desenvolvem-se e proliferam rapidamente, nascendo de ovos depositados sobre a pele do cão. Por cada 10 pulgas adultas que vemos no nosso amigo, há cerca de 90 formas larvares no seu meio ambiente e muitos mais ovos que não conseguimos ver. As pulgas produzem lesões diretas na pele do animal afetado, nomeadamente reações alérgicas (D.A.P.P – dermatite alérgica por picada de pulga) ou podem abrir caminho a outras infeções cutâneas por bactérias oportunistas que, em alguns casos, requerem tratamento específico e prolongado.
Para além disso, podem transmitir a ténia Dipylidium caninum, um parasita interno.
São frequentemente encontradas nas zonas mais cobertas por pêlo e nas zonas de pele sobre as quais a luz não incide diretamente.

2.       Carraças
São frequentemente encontradas em torno dos olhos, na base das orelhas, entre o dedos e nas pregas da pele do abdómen, ânus e zona perineal.
É mais provável que o seu amigo se contamine em zonas com vegetação, arbustos ou qualquer planta onde as carraças (adultas, ninfas ou larvas) esperam até poderem saltar para os hospedeiros que passam e aos quais se vão fixar.
A carraças produzem lesões na pele, quer por irritação local, quer permitindo a entrada a bactérias oportunistas que podem originar piodermatites ou lesões autoinfligidas quando o animal se tenta ver livre delas. O consumo de sangue por parte das carraças pode originar quadros de anemia graves, debilidade, mau estado geral e lesões dérmicas, sobretudo se os hospedeiros são jovens. As carraças podem ainda funcionar como vectores para parasitas sanguíneos, muitos dos quais podem infetar também humanos, é o caso da “febre da carraça”, quer por Babesia, Ehrlichia ou Borrelia. Algumas carraças ao alimentarem-se libertam toxinas para o sangue, o que pode originar quadros de paralisia e diversos sintomas a nível do sistema nervoso.

3.       Mosquitos e Flebótomos
Só são visíveis durante o período de alimentação. Tem uma importância moderada no que diz respeito às lesões e à irritação cutânea que podem provocar com a sua picada. Em alguns casos é possível que ocorra uma reação alérgica, mas o mais frequente é o animal tolerar bem a picada.
O principal problema destes insetos é o fato de atuarem como vectores de doenças infeciosas transmissíveis. Quando estes insetos picam, para além de extraírem uma pequena porção de sangue, podem inocular, no hospedeiro, agentes infeciosos ou parasitários que extraíram de outro hospedeiro doente/parasitado. Por norma, cada espécie de mosquito e flebótomo transmite uma infeção diferente. As mais frequentes no nosso país são a Leishmaniose e a Dirofilariose (esquema ao lado representa o ciclo de vida da Dirofilaria immitis).

4.       Moscas
Existem algumas espécies que picam os bordos das orelhas dos cães, podendo originar infeções e provocar feridas.
As moscas alimentam-se de sangue e consomem cerca de 15 µl de sangue por dia.

5.       Ácaros
São os responsáveis pelo aparecimento das sarnas, das quais existem vários tipos sendo os animais de companhia afetados por três tipos, cada uma causada por um ácaro diferente (Otodectes, Sarcoptes e Demodex) e que se distinguem entre si pelas lesões provocadas e pela localização das mesmas.

Endoparasitas
1.       Nemátodes
Frequentemente provocam no hospedeiro pequenas alterações como atraso no crescimento, debilidade ou anemia. Noutros casos, produzem quadros muito mais graves com grande prostração, diarreia, vómitos, desidratação, anorexia, lesões da pele e do pêlo. Nos casos extremos, podem inclusive provocar a morte do hospedeiro. Em casos menos frequentes, podem afetar o sistema respiratório e podem ser causa de fadiga, dificuldade respiratória, intolerância ao exercício físico normal e expetoração frequente. A maioria das lesões provocadas por estes parasitas deve-se às formas larvares, quando ocorrem as migrações no organismo (para o fígado, pulmões, coração, rins e intestino) dos hospedeiros. Alguns destes parasitas podem ser zoonóticos.

2.       Céstodes
Neste grupo encontramos as ténias, sendo a mais comum no cão a Dipylidium caninum, que é transmitida por ingestão de pulgas. As ténias, regra geral, não causam grandes distúrbios nos cães. Quanto muito pode-se observar indisposição, diarreias e perda de condição corporal. A necessidade de tratamento contra as ténias surge devido à sua importância em saúde pública, como é o caso do quisto hidático (forma larvar da ténia Echinococcus granulosus).

3.       Protozoários

Talvez menos conhecidos por não serem visíveis a olho nu, são responsáveis por quadros gastrointestinais (diarreias) em quase todos os cães, em particular nos jovens, e principalmente nos criados em canis sobre lotados e com condições de higiene precárias.

Para saberem mais sobre os parasitas que podem afectar os teus animais visita http://www.livredeparasitas.com/pt/ .

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