"Podemos muito bem perguntar-nos: o que seria do homem sem os animais? Mas não o contrário: o que seria dos animais sem o homem?"Hebbel , Christian





segunda-feira, 11 de junho de 2012

Laika




Quase toda a gente sabia até há uns 20 anos qual foi a primeira cadela no espaço. Mas poucos sabem enfim qual a verdadeira história desta cadela e dos outros cães no espaço, inicialmente todos cães recolhidos nas ruas de Moscovo.


A primeira utilização de cães  na história da conquista do espaço foi a 15 de Aosto de 1951 com Dezik e Tzygan, que efectuaram com sucesso um vôo sub-orbital.Dezik e Lisa efectuaram outro vôo em Setembro do mesmo ano mas não sobreviveram, foram as primeiras vítimas da exploração espacial. Com sucessos e fracassos numerosos vôos sub-orbitais são levados a cabo até 1960, cabendo o recorde de sucessos a uma cadela chamada Otvazhnaya  com 5  lançamentos.

Todos estes nomes no entanto cairam no esquecimento, somente um sobreviveu. Laika.
A sua histórias começa em 4 de Outubro de 1957 quando o Sputnik I, o primeiro satélite artificial é colocado em órbita. durante 22 dias o orgulho da União Soviética orbita a terra. Dez dias após o lançamento Nikita Krutschev ordena que se lance um novo satélite desta vez com um ser vivo a bordo. a fim de celebrar o quadragéssimo aniversário da revolução, que terá lugar em 7 de novembro. Serguei Korolev, o director do programa espacial em Baikonur, a cidade das estrelas, diz ser impossivel antes de Dezembro. Assim o Sputnik II não é preparado sem desenho preliminar e sem testes de fiabilidade, uma preocupação que normalmente por si seria fatal.


Assim no Dia de 3 Novembroàs 22 horas e 28 minutos, é lançado o novo satélite tendo a bordo a cadela Laika.

Laika uma pequena cadela meiga de pêlo branco e negro de dois anos de idade, pesa 6 quilos. È fixa por correias ao habitáculo e alimenta-se de uma ração à base de àgar-agar,pãp em pó, carne e gordura. Antes de ser seleccionada  teve de passar diversos testes de vôo que incluem  suportar vibrações, forças G através de um exigente simulador de vôo. Um reservatório na base do seu facto recebe as suas urinas e excrementos.Diversos instrumentos medem a sua pressão arterial, ritmo cardíaco, frequência respiratória e atividades motoras.


Aquando do lançamento, devido ao barulho ensurdecedor e às vibrações Laika começa a uivar incessantemente.Durante a aceleração encontra-se fixada ao chão da cabina com um ritmo cardíaco quase 3 vezes superior ao normal. Em imponderabilidade quando  deixa de  sentir a atracção da terra, o seu ritmo cardíaco estabiliza.

Sempre se soube que Laika não deveria voltar viva à terra, pois o Sputnik II não possuia forma de o fazer. Várias versões correram desde  se referir que após 7 dias uma dose de veneno seria automáticamente adicionada à sua ração diária.Outra ainda refere que morreria  por asfixia ou por emissão de um gás mortal. A verdade soube-se somente em 2002.

Existiam graves problemas de regulação térmica, o satélite aqueceu em excesso devido a má separação do foguete propulsor e  a inexistente  protecção contra as radiações solares . Após 4 a 5 horas de vôo Laika faleceu pelo calor. Igor Ushakov, chefe da administração médico-militar do Ministério da Defesa russo, afirmou que "O voo de Laika permitiu mostrar a possibilidade de que um animal altamente organizado pode sobreviver em condições de falta de gravidade, e obter informação sobre o estado de seu organismo durante o voo orbital". Contráriamente à versão oficial, o lançamento da primeira cadela no espaço foi um fracasso. 

A 14 de Abril de 1958, após percorrer 100 milhões de quilómetros, 2570 revoluções  de 104 minutos à volta da terra o Sputnik II consome-se na atmosfera com os restos mortais de Laika.

 A 14 de Abril de 1958 Strelka e Belka, dois outros cães partem ao espaço e regressam à terra sãos e salvos após 18 revoluções.

No total 14 cães  estiveram em órbita durante os anos 60, sendo que quatro encontraram a morte.

Os soviético a homenagearam com uma participação no Monumento aos conquistadores do espaço em Moscou, Laika e Lenin são os únicos dois personagens do monumento identificáveis pelo nome. O seu nome também consta na placa comemorativa aos astronautas mortos na “cidade espacial” em Moscou.


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