Por Karen Bird, DVM
A capacidade de execução de uma actividade tem três elementos críticos: genética, treino e nutrição.
A genética providencia o atleta canino com capacidade física e disposição mental. A configuração, tamanho do coração e isenção de doenças das articulações são todas influenciadas pela genética.
O treino necessita de ser abordado com senso comum. Se está a treinar um novo cão, uma visita ao veterinário para avaliar o vigor do coração, pulmões e articulações é aconselhável. Mudanças no treino e na dieta devem ser implementadas pelo menos com oito semanas de antecedência em relação ao evento. Começar devagar para aumentar a condição física fará que o treino se torne seguro para o seu cão. Tenha a certeza de que inclui tempo de aquecimento e arrefecimento. Tenha atenção à temperatura e humidade. Usualmente, é melhor treinar de manhã cedo e à tardinha ou noite, quando as temperaturas e humidade baixam.
Conheça o seu cão. Sinais de excesso de aquecimento incluem arquejar, salivar, gengivas vermelhas, diarreia, fraqueza e aumento dos batimentos cardíacos. Um aumento da temperatura corporal em 2-3ºC pode conduzir a uma insolação. Se desconfia que o seu cão aqueceu demais, reduza a sua temperatura com água fria ou morna. A água gelada causará uma contracção dos vasos sanguíneos da pele, aprisionando o excesso de calor no corpo.
Verifique as almofadas dos pés do seu cão. As almofadas endurecem com o trabalho. Este processo pode ser abreviado usando um agente endurecedor disponível no mercado. Uma das funções das almofadas é servir de mecanismo de arrefecimento. Portanto, quando trabalham em superfícies quentes, as almofadas tornam-se menos eficientes em contribuir para a perca de calor. Deve-se também ter cuidado quando se trabalha com tempo muito frio, na proximidade de químicos usados para descongelar estradas, visto que causam irritação nas almofadas.
A altitude é outro aspecto do condicionamento, que não deve ser esquecido. A altitude traz maior preocupação quando se trabalha em elevações superiores a 1,5 Km. Um animal a exercitar-se a grandes altitudes tem menos oxigénio disponível. Estes animais experimentarão ritmos elevados de batimento cardíaco e respiração e cansar-se-ão mais rapidamente. Gravidez, anemia e pneumonia tornarão também a respiração mais difícil a grandes altitudes. O corpo leva 3 a 4 semanas a adaptar-se a mudanças de altitude, aumentando os globos vermelhos no sangue, o volume torácico e a produtividade do coração.
Finalmente, um atleta canino necessita alimentar-se de comida da melhor qualidade para atingir o máximo da performance. Os atletas caninos estão classificados como atletas de velocidade (exercício intenso com menos de 2 min.), média intensidade (exercício que dure de minutos a horas) e de fundo (exercício que dure várias horas). Cada atleta necessita de uma dieta completamente diferente.
As necessidades de energia dos atletas de média intensidade e de fundo são conseguidas aumentando a gordura e proporcionando uma dieta com mais de 80% de digestibilidade. A hora da refeição não deve ultrapassar as 4 horas antes do evento. Porque os níveis de actividade do atleta de média intensidade variam muito, deve-se manter uma grande vigilância na sua condição física.
O aproveitamento das calorias varia muito consoante o tamanho do cão. O calor e a humidade aumentam o uso das calorias. O trabalho a grandes altitudes aumenta o uso das calorias, assim como trabalhar em areia, relva alta ou terreno irregular.
Aumentar a gordura na dieta pode promover danos nas membranas celulares. Suplementos de vitamina E e C podem minimizar este tipo de dano. Alguns nutricionistas caninos sentem que suplementos de vitamina C são necessários para suportar grandes níveis de trabalho. Um autor sugere até 136 mg/kg/dia, divididos em três doses. Suplementar com vitamina C a tais quantidades pode provocar diarreia, se não for introduzido devagar.
Muito importante, tenha sempre a certeza de que o seu cão tem abundância suficiente de água. DIVIRTA-SE!
Tradução Ana Rita Cunha
Fonte: www.casadarinia.web.pt
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