Ectoparasitas
1. Pulgas
A
principal espécie de pulga que parasita o cão é a pulga do gato (
Ctenocephalides felis). Desde que tenham
boas condições de humidade e temperatura, as pulgas (o seu ciclo de vida está representado na imagem ao lado) desenvolvem-se e proliferam
rapidamente, nascendo de ovos depositados sobre a pele do cão. Por cada 10
pulgas adultas que vemos no nosso amigo, há cerca de 90 formas larvares no seu
meio ambiente e muitos mais ovos que não conseguimos ver. As pulgas produzem lesões
diretas na pele do animal afetado, nomeadamente reações alérgicas (D.A.P.P –
dermatite alérgica por picada de pulga) ou podem abrir caminho a outras
infeções cutâneas por bactérias oportunistas que, em alguns casos, requerem
tratamento específico e prolongado.
Para
além disso, podem transmitir a ténia Dipylidium
caninum, um parasita interno.
São
frequentemente encontradas nas zonas mais cobertas por pêlo e nas zonas de pele
sobre as quais a luz não incide diretamente.
2. Carraças
São
frequentemente encontradas em torno dos olhos, na base das orelhas, entre o
dedos e nas pregas da pele do abdómen, ânus e zona perineal.
É
mais provável que o seu amigo se contamine em zonas com vegetação, arbustos ou
qualquer planta onde as carraças (adultas, ninfas ou larvas) esperam até
poderem saltar para os hospedeiros que passam e aos quais se vão fixar.
A
carraças produzem lesões na pele, quer por irritação local, quer permitindo a
entrada a bactérias oportunistas que podem originar piodermatites ou lesões
autoinfligidas quando o animal se tenta ver livre delas. O consumo de sangue
por parte das carraças pode originar quadros de anemia graves, debilidade, mau
estado geral e lesões dérmicas, sobretudo se os hospedeiros são jovens. As
carraças podem ainda funcionar como vectores para parasitas sanguíneos, muitos
dos quais podem infetar também humanos, é o caso da “febre da carraça”, quer
por Babesia, Ehrlichia ou Borrelia.
Algumas carraças ao alimentarem-se libertam toxinas para o sangue, o que pode
originar quadros de paralisia e diversos sintomas a nível do sistema nervoso.
3. Mosquitos
e Flebótomos
Só são visíveis
durante o período de alimentação. Tem uma importância moderada no que diz
respeito às lesões e à irritação cutânea que podem provocar com a sua picada.
Em alguns casos é possível que ocorra uma reação alérgica, mas o mais frequente
é o animal tolerar bem a picada.
O principal
problema destes insetos é o fato de atuarem como vectores de doenças infeciosas
transmissíveis. Quando estes insetos picam, para além de extraírem uma pequena
porção de sangue, podem inocular, no hospedeiro, agentes infeciosos ou
parasitários que extraíram de outro hospedeiro doente/parasitado. Por norma,
cada espécie de mosquito e flebótomo transmite uma infeção diferente. As mais
frequentes no nosso país são a Leishmaniose e a Dirofilariose (esquema ao lado representa o ciclo de vida da Dirofilaria immitis).
4. Moscas
Existem algumas
espécies que picam os bordos das orelhas dos cães, podendo originar infeções e
provocar feridas.
As moscas alimentam-se de sangue e consomem cerca de 15 µl
de sangue por dia.
5. Ácaros
São os responsáveis
pelo aparecimento das sarnas, das quais existem vários tipos sendo os animais
de companhia afetados por três tipos, cada uma causada por um ácaro diferente (Otodectes, Sarcoptes e Demodex) e
que se distinguem entre si pelas lesões provocadas e pela localização das
mesmas.
Endoparasitas
1. Nemátodes
Frequentemente
provocam no hospedeiro pequenas alterações como atraso no crescimento,
debilidade ou anemia. Noutros casos, produzem quadros muito mais graves com
grande prostração, diarreia, vómitos, desidratação, anorexia, lesões da pele e
do pêlo. Nos casos extremos, podem inclusive provocar a morte do hospedeiro. Em
casos menos frequentes, podem afetar o sistema respiratório e podem ser causa
de fadiga, dificuldade respiratória, intolerância ao exercício físico normal e
expetoração frequente. A maioria das lesões provocadas por estes parasitas
deve-se às formas larvares, quando ocorrem as migrações no organismo (para o
fígado, pulmões, coração, rins e intestino) dos hospedeiros. Alguns destes
parasitas podem ser zoonóticos.
2. Céstodes
Neste grupo
encontramos as ténias, sendo a mais comum no cão a
Dipylidium caninum, que é transmitida por ingestão de pulgas. As
ténias, regra geral, não causam grandes distúrbios nos cães. Quanto muito
pode-se observar indisposição, diarreias e perda de condição corporal. A necessidade
de tratamento contra as ténias surge devido à sua importância em saúde pública,
como é o caso do quisto hidático (forma larvar da ténia
Echinococcus granulosus)
.
3. Protozoários
Talvez menos conhecidos
por não serem visíveis a olho nu, são responsáveis por quadros
gastrointestinais (diarreias) em quase todos os cães, em particular nos jovens,
e principalmente nos criados em canis sobre lotados e com condições de higiene
precárias.
Para saberem mais sobre os parasitas que podem afectar os teus animais visita http://www.livredeparasitas.com/pt/ .