"Podemos muito bem perguntar-nos: o que seria do homem sem os animais? Mas não o contrário: o que seria dos animais sem o homem?"Hebbel , Christian





sábado, 30 de junho de 2012

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Timing do clicker (Video)

Este vídeo aborda o tema da importância do uso do clicker e de o usar no tempo correcto. E acho que se percebe muito melhor que um texto :)



Video Realizado por:
Claudia Estanislau
Its All About Dogs


Fonte:caosciencia.blogspot.pt

terça-feira, 26 de junho de 2012

Os 4 Quadrantes do condicionamento Operante


Ouvimos falar diariamente em positivo e negativo de uma maneira passível de ser mal interpretada. Podemos dividir o ensino em quatro quadrantes - reforço positivo, reforço negativo, castigo positivo e castigo negativo. Os reforços aumentam a frequência de um comportamento enquanto que os castigos a diminuem. Portanto:

Reforço positivo (+) - Reforça o comportamento certo oferecendo (+) ao animal algo que este deseja.
Por exemplo, ensinamos o cão a sentar - o cão senta-se e é-lhe dado um biscoito, dar a bola cada vez que vem ter connosco depois de o chamarmos.

Castigo negativo (-) - é negado ao cão o acesso a algo que deseja por apresentar o comportamento errado. Por exemplo, deixar o cão sozinho durante um período de tempo se ele nos mordiscar as mãos com demasiada força quando é cachorro.


Para melhor se perceber esta variante do castigo vou associar estas duas últimas num exemplo prático: 
Ao chegarmos a casa o nosso cão salta para cima de nós e ladra entusiasmado, a sua motivação é querer atenção. Queremos mudar este comportamento usando reforço positivo e castigo negativo. Logo, ao entramos em casa e o cão apresentar o comportamento errado ignora-mo-lo (castigo negativo - ele quer atenção por isso, ao apresentar o comportamento errado, estamos a negar-lha) até que ele sossegue, altura em que o cumprimentamos (reforço positivo - recompensamos o cão com aquilo que deseja por apresentar o comportamento certo).

Castigo positivo (+) - Diminui a frequência do comportamento errado aplicando (+) uma punição cada vez que é apresentado. 
Por exemplo, dar uma jornalada ou palmada no cão cada vez que ele faz as necessidades no local errado


Reforço negativo (-) - É retirada (-) a punição assim que o cão apresenta o comportamento certo.
Por exemplo, chamar o cão e dar um choque na coleira de choques até ele virar na nossa direcção


Exemplo da aplicação de ambas para uma melhor compreensão:
O cão puxa durante todo o passeio arrastando-nos. Queremos resolver este problema aplicando castigo positivo e reforço negativo logo: cada vez que o cão puxa leva um esticão na estranguladora (castigo positivo) e, ao deixar de puxar, a pressão na estranguladora desaparece (reforço negativo).




No Treino Positivo apenas usamos a parte verde da ilustração, o Reforço Positivo e Castigo Negativo, por uma questão de ética e respeito e porque está mais que estudado que os outros dois quadrantes só trazem coisas más consigo.

Fonte: cheshirecatwaslost.blogspot.pt

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Treino de Clicker ou treino com clicker? por Katy Sdao


Este artigo foi traduzido do website clickertraining.com escrito por Katy Sdao, todos os direitos reservados à autora.


Eu comecei a ensinar as pessoas em como treinar os seus cães com clicker em 1996. Ness altura, a maioria dos donos de cães nunca sequer tinham ouvido do treino de clicker, e poucos treinadores levavam este método a sério. O meu anúncio nas páginas amarelas era o único que mencionava a palavra “clicker”. Eu tinha que persuadir os estudantes a tentarem este novo objecto.
Uma dácada mais tarde, e os clicker são mais comuns nas aulas de treino. Mas o treino de clicker não é.
Eu acredito que o treino de clikcer é um termo pouco feliz para descrever o que fazemos. Isto porque não explica dois pontos essenciais:

1. Que se pode fazer treino de clicker sem usar o clicker. Eu fiz isto quando treinei animais marinhos. Durante 11 anos usei vários marcadores de comportamento, incluindo um apito (com as baleias “beluga”), um som subaquático (com golfinhos da marinha dos EUA em mar alto), a palavra “muito bem” dita com um específico tom de voz (uma foca chamada ET) e bater as palmas uma só vez e finalmente um marcador visual (com golfinhos na Universidade do Hawai).

2. Pode usar o treino com clicker e estar a fazer uma coisa completamente diferentes do que treino de clicker. Conheço treinadores que não acham nada estranho ter um clicker numa mão e um remoto controle de uma coleira de choques na outra. Claramente isto não é treino de clicker.

Então somos levados a tentar definir o genuíno “treino de clicker” de forma a distingui-lo do treino com clicker. 

Antes que eu tente explicar isto, deixem-me esclarecer algo:
    
- Definições claras são importantes. Elas permitem-nos falar acerca de ideias abstractas com o mínimo de ambiguidade possível.
    
- Definições são constructos sociais. Não são obtidas do nada e escritas em granito. Nós – todos os que usam a linguagem -  criamo-los, através de discussão e consistência do seu uso, apesar da opinião dos experts terá sempre mais “peso”.

- O treino de clicker é um poderoso processo de modificação comportamental. Admite delinear-se de outras aproximações ao treino.

E assim quando usar o clicker para treinar o seu animal está a fazer treino de clicker, ou esta a treinar com o clicker? Para responder a esta questão considere as seguintes questões (TDC – Treino de Clicker/ TCC – Treino com Clicker):
    
É o clicker um marcador?

TDC: O clique marca o instante em que o comportamento ocorre, o momento em que o músculo mexe.

TCC: O clique é uma usado de uma forma não precisa, é usado como uma sinal geral de que o cão vai receber uma recompensa.

O som do clique é o término do exercício?

TDC: O som do clique informa o animal que o seu movimento é exactamente o que o treinador quer. O seu comportamento foi suficiente para ganhar um reforço.

TCC:  Após um clique, o treinador espera que o animal ofereça mais comportamentos antes de receber a recompense (por exemplo, após o clique o treinador não dá uma recompensa porque o animal não ficou onde devia ou não terminou o exercício).

O clique tem significado?

TDC: É essencial que o animal reconheça o clique como um sinal com um significado próprio. Por isso é tido muito cuidado para assegurar que o som do clicker ocorre isolado de outros estímulos.

TCC:O clicker é muitas vezes bloqueado por outros estímulos dados ao animal e que ocorrem simultaneamente ao som do clicker (por exemplo, comida no nariz do cão). Como resultado o animal torna-se desensitizado ao som do clicker e não responde ao mesmo, respondendo apenas ao estímulo visual da comida.

O clicker prevê um forte reforço positivo?

TDC:  O clicker é associado a vários reforços primários (tudo o que o cão deseje e goste). Comida, brincadeira, brinquedos, interacção social, etc.

TCC: O clicker é normalmente associado a reforços fracos tais como reforço verbal “muito bem”.

A recompensa é dada na posição?

TDC: O enfase está no dar a recompensa o mais rapidamente possível após o clique (mas nunca simultaneamente). A recompensa é dada independentemente da posição que o cão possa ter após o som. O treinador saber que comunicou ao animal com o som do clicker qual a posição que vai ser reforçada.

TCC: É dado ênfase a dar a recompensa quando o animal está na posição desejada. As recompensas muitas vezes não são dadas se o cão se mexer da posição quando ouve o som do clicker.

Quem é que está a trabalhar mais o treinador ou o animal?

TDC: O animal é o participante mais activos, que se mexe mais, o treinador é relativamente passivo. O trabalho do cão é oferecer comportamentos, o trabalho do treinador é observar o cão e comunicar eficazmente , frequentemente e com consistência a entrega de reforços.

TCC: O treinador é o participante mais activo, mexendo-se mais do que o cão que permanece mais passivo. O treinador foca-se em forçar que os comportamentos aconteçam e usa comida, coerção física para “ajudar” o animal.

Será a velocidade de aquisição de um comportamento, o objectivo mais importante no processo de aprendizagem?

TDC: Cada sessão de treino é um investimento nas capacidades futuras do animal em aprender. Ao saber isto, o treinador, sacrifica os comandos efectuados instantaneamente (muito rapidamente) em detrimento de ganhar momentum em direcção a uma aprendizagem acelarada. Quando o animal aprende a aprender, e o treino se torna virtualmente simples e rápido então o treinador trabalhar na velocidade deixando que o cão sózinho descubra o que o treinador requer.

TCC: A prioridade é que o animal ofereça um determinado comportamento imediatamente. Para isso são usados antecedentes ao comportamento tais como, moldar o comportamento fisicamente (por exemplo empurrar o rabo do cão para o chão de modo a obter o senta), usar comida ou puxar com a trela. O cão pode até aprender o comportamento e até eficazmente, no entanto, no futuro o cão poderá estar sempre á espera dessas tais “dicas” do treinador para poder aprender novos comportamentos.

Os 4 quadrantes do condicionamento operante são usados de forma igual?

TDC: O treino de clicker é uma forma de uso do condicionamento operante parcial. Tem uma preferência pelo uso dos quadrantes do castigo negativo e reforço positivo como formas de ensino. Os treinadores de clicker, livram-se de comportamentos indesejados através da extinção, o ensino de comportamentos alternativos, gestão do ambientes e castigo negativo.

TCC: Os quatro quadrantes são usados no ensino do cão. Uso do castigo positivo como puxões nas enforcadoras ou coleira de bicos, manipulação física, reprimendas verbais e reforço negativo são usados para se verem livres de comportamentos indesejados e para lidar com o facto do cão não “obedecer” prontamente. Estes aversivos são usado em conjunto com o clicker e a comida.

Qual é o ênfase, controlo ou comunicação?

TDC: O treino de clicker é elegante e um método eficaz de comunicar com os animais. Desafia os humanos a despirem-se da linguagem verbal humana e entrosarem-se numa forma de comunicar mais universal. O controlo do comportamento do cão flui naturalmente depois como produto da consistência, comunicação clara e motivação eficaz.

TCC: O controlo é o principal objectivo do treino.

Claro que o clicker em si não tem significado absolutamente nenhum. Pode ser usado de todas as formas imagináveis, quer no treino quer fora dele. A minha esperança é que o treino de clicker seja compreendido pelo que realmente é, e aqueles treinadores com clickers, chamem ao método deles, algo diferente.



Traduzido por:
Claudia Estanislau
Its All About Dogs

domingo, 24 de junho de 2012

Wendy, a Incrível Whippet


O Whippet (muito conhecidos por galgos) é bem conhecido por sua forma aerodinâmica, o que o torna um dos cães mais velozes do mundo. Segundo estudos realizados pelo The National Institute of Health, um gene aumenta o tamanho dos músculos de cães da raça Whippet, possibilitando que consigam correr até 60 Km/h. Curiosamente, alguns exemplares dessa raça desenvolvem uma musculatura anormal, causada por uma mutação genética que ocorre, sobretudo quando se cruza dois cães velozes.

A Whippet Wendy representa um caso ainda mais peculiar porque possui duas cópias deste mesmo gene, e neste caso a matemática aplica-se: tornando-se um cão duplamente mais musculoso do que um portador de apenas uma cópia do gene, que só por si já causaria efeitos… Este gene foi visto antes em humanos, ratos, bovinos e ovinos, diz o estudo. Muitas pessoas comparam Wendy com um pitbull com uma cabeça de alfinete ou a apelidam de Incrível Hulk.

Wendy pesa 27 quilos, sendo a maior parte de pura massa muscular…
Esqueça a chamado "barriga de tanquinho", Wendy tem um robusto abdome e os músculos em torno de seu pescoço são tão espessos que parece uma juba de leão. "As pessoas se referem a ela como Arnold Schwarzenegger", diz a proprietária coruja Ingrid Hansen, afagando sua lustrosa pelagem negra.

Um whippet super musculoso é chamado de Bully Whippet, não por causa de sua natureza agressiva, mas devido ao seu tamanho. Windy tem cerca de duas vezes o peso de um whippet, mas com a mesma altura e a cabeça um pouco mais estreita, coração e pulmões do mesmo tamanho, o que significa que ela provavelmente não vai viver tanto quanto os whippets normais.


Ingrid Hansen adquiriu Wendy aos 8 meses de idade. Agora ela tem quatro anos e convive bem com outros cães e cavalos.  Segundo sua dona, as pessoas frequentemente sentem medo quando o  "saco de músculos" corre até elas, mas logo percebem que, apesar de sua aparência, ela é amigável e se revela o animal mais dócil do mundo.






sábado, 23 de junho de 2012

Reflexão


Tenho-me posto a pensar...

Será que não abordo demasiados temas no blog? Treino, Cães Famosos, Estudos, Curiosidades, Raças, Testes, etc. Não seria melhor cingir-me a poucos temas, mas por outro lado este mundo dos cães fascina-me como poucas coisas o fazem e por isso penso e falo de tantos temas e provavelmente ainda irei arranjar mais para juntar...

Também me pergunto se não deveria ser eu a desenvolver/ escrever os posts que publico, mas existem textos tão melhor escritos por pessoas que sabem muito mais que eu, textos onde eu me perco tempos a ler, e agradeço a essas pessoas  tempo que perder a escreve-los ( podem ler alguns deles nos blogs e sites que tenho assinalados no lado direito). E sinceramente não acho que tenha assim tanto jeito para escrever.
No inicio a ideia era escrever só sobre as minhas aventuras, mas agora penso e espero que este blog seja uma ajuda para aquelas pessoas que esperam ou vão ter um cão e gostariam de saber mais sobre os mais diversos temas,e que como eu os gostariam de ter o máximo de informação  no mesmo sitio.


E qual seria o numero indicado de posts para fazer? sugestões alheias sugerem mínimo um por dia, outros máximo três  por semana e ainda um de dois em dois dias. Eu acho que me vou manter por agora a um por dia (máximo dos máximos), tirando aqueles dias por engano ou força de vontade tenham de ser mais xD , até porque estou a adorar procurar/ organizar a informação que vou encontrando e lendo.

As vezes perco-me nestes pensamentos e noutros, tudo por causa deste blog que começou por uma ideia, levou a uma acção quase arrancada pela minha pikena, a qual desta vez tenho de dar razão.. Conheces-me bem de mais para saber que ia gostar de fazer um blog, ainda por cima sobre este tema.

Continuação de uma boa noite e boas leituras para todos :)

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Diferentes métodos de treino



Moulding - Modelar um comportamento
Usar contacto físico para modelar o comportamento certo. Por exemplo, no caso do senta, empurrar o quadril do cão até que ele se sente e depois recompensar. Outra das opções comummente vistas associadas a este tipo de técnica é, para o mesmo exemplo, usar a estranguladora até que o cão deixe de oferecer resistência e se sente.
Pessoalmente considero este tipo de técnica absurda e que só apresenta desvantagens. Obrigamos o cão a fazer o que queremos para evitar um contacto físico (empurrar o quadril do cão é desconfortável, sim) e criamos também uma má associação às nossas mãos e ao contacto.



Luring (engodo)
Guiar o cão para a posição correcta com um "isco" e recompensar quando o cão apresenta a posição correcta. Apesar de ser um método que apoio incondicionalmente não deve ser utilizado frequentemente com o risco de ensinar o cão a obedecer ao comando dado apenas quando existe um 'lure' na mão. O "isco" deve ser retirado da mão após poucas repetições.



Capturing
Capturar o comportamento certo quando o cão o oferece voluntariamente. Voltando ao exemplo do senta, cada vez que o cão sentava (sem comando nem ajudas) clicávamos e recompensávamos. O cão passaria a oferecer o comando com cada vez mais frequência. É uma excelente forma de ensino e também uma grande técnica para fortalecer os laços com os nossos amigos cães.




Modelagem (shaping)
A modelagem é obter um determinado comportamento através de aproximações sucessivas até atingir o comportamento completo pretendido. Este método é a base do treino com clicker e é algo que com o passar do tempo pode induzir o cão a ser muito colaborativo, tentando adivinhar e fazendo novos movimentos que podem ser aproveitados para novos truques. A maneira de conseguir as várias etapas intermédias depende da imaginação do treinador.




Fontes:

http://cheshirecatwaslost.blogspot.pt
http://bomcaopanheiro.blogspot.pt

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Carregar o clicker

Para começar o treino por reforço positivo com  clicker terá de dar um significado ao clicker, ou seja tem de se  associar o som do clicker a uma recompensa irresistivel, e para isso deverá "carregar o clicker".
Aqui esta um video engraçado disso :P, que liga o som do windows ao receber um rebuçado.


Eu já comecei a fazer isto com o gatinho cá de casa, não sei se estou a fazer completamente bem, mas parece-me mais difícil com os gatos que com cães :P
Em baixo esta um video de como se pode fazer em animais.






quarta-feira, 20 de junho de 2012

O que é o Clicker ?


O Clicker “clássico” é um pequeno instrumento em plástico com uma patilha em metal que quando pressionado emite um som. Este som assemelha-se a um click que é emitido sempre na mesma intensidade.


Hoje em dia apesar de menos usados já existem clickers electrónicos que emitem diversos tipos de sons, clickers que permitem regular a intensidade do click, trelas com clickers na pega, target sticks com clicker e por ai fora, todos eles inspirados no clicker clássico e têm basicamente a mesma função.
Para que serve o Clicker ?

O Clicker serve para marcar-mos comportamentos com precisão, ou seja, ao clickar-mos estamos a dizer ao cão: é exactamente isso que eu quero que tu faças.

Em pratica vamos pressionar a patilha metálica do clicker sempre que o cão efectue um comportamento que nos agrade e que queiramos ver repetido. Este som vai marcar um comportamento específico e nós vamos reforçar esse comportamento com uma recompensa que pode ir desde um pedaço de comida, atirar uma bola, um jogo de “tug” até a um passeio no exterior.

Com o clicker conseguimos comunicar de forma clara e eficaz com o cão e determinar com uma grande precisão qual o comportamento que vai ser recompensado.

O Clicker é muitas vezes confundido como algo que substitui a recompensa ou algo que serve para motivar o cão.

O Clicker nunca substitui a recompensa, sempre que pressionamos a patilha do clicker temos que recompensar o cão, se não o fizermos estamos a retirar significado ao clicker, ou seja, o som do clicker vai deixar de significar “é exactamente isso que eu quero que tu faças e por isso vais ser recompensado” para nada, para o cão ouvir o clicker vai ser o mesmo que ouvir um som qualquer sem significado nenhum.

O Clicker não serve para motivar o cão, o que motiva o cão é o tipo de treino que o uso do clicker proporciona.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Não faz mudar de Ideias


É minha perspectiva pessoal que existe uma forte correlação entre as pessoas que procuram educação, aprendizagem extra e novas experiências e ter-se uma mente aberta e positiva, assim como existe uma correlação estreita entre aqueles que não procuram educar-se, não procuram novas experiências e terem uma mente fechada. Por educação eu quero também dizer experiências, conhecer novas pessoas, experimentar coisas novas, tentar formas diferentes de fazer as coisas e aprender mais. Não me refiro à educação puramente de um ponto de vista académico.


Porque é que é tão difícil dizer, eu mudei de ideias, aprendi algo novo hoje e baseado na nova informação que tenho mudei de ideias e vou fazer as coisas de forma diferente?

Isto é algo perfeitamente natural de se dizer e fazer. Interrogo-me porque é que algumas pessoas são tão “fechadas” e sentem que ir a Seminários, conferências, ou cursos ou buscar mais informação e aprendizagem é uma forma de admitir falta de conhecimento e um sinal de fraqueza, que de certa forma têm que saber já tudo e que ir a tais eventos significaria assumir que afinal não sabem tudo.


Honestamente posso dizer que pessoalmente nunca me arrependi de ir a um seminário, sessão de treino, grupo de discussão ou curso. É saudável sairmos da nossa zona de conforto mesmo que isso signifique assistir a algo que nos intimida um pouco. Por exemplo, eu sinto-me desconfortável com técnicas baseadas em castigo positivo mas já fui a eventos onde uma parte do treino era feito com castigos positivos mas isso não quer dizer que não tire algo importante da experiência. Claro que considero difícil manter a “boca fechada” e não tolero o abuso gratuito de nenhum animal, mas mesmo assim vou, porquê? Porque considero que me ajuda a tornar numa melhor treinadora e numa pessoa melhor. Eu não quero continuar ignorante principalmente nestes tópicos que me causam desconforto. Se eu permanecer ignorante então não tenho como condená-los ou comentar técnicas como as que usam castigo positivo. Se eu me informar então poderei dar uma opinião informada acerca do treino com castigo positivo e porque é que não é aceitável. Poderei depois demonstrar uma forma melhor de fazer as coisas.
Talvez alguém observe como o meu cão trabalha comigo e os resultados do treino, talvez se perguntem como fiz isto ou aquilo sem correções e talvez notem que uso um clicker e recompensas.

Eu não posso mudar o mundo e acreditem que farto-me de ver os encantadores de cães, punidores de cães e “segregadores” de cães na TV mas mesmo assim vejo e aprendo, sim, aprendo o que não fazer e os efeitos do que acontece quando o que fazemos está errado. Existem normalmente algumas demonstrações boas de timing e da eficácia das punições. Eu uso esses clips da TV para treinar staff, clientes e ou alunos como o stress, o “flooding” e as correções afectam um cão.
Podemos ver cães treinados com reforço positivo ganhar competições, felizes, livres de stress e a ouvirem os seus donos. Podemos ver claramente a diferença entre a linguagem corporal de uns cães e outros. Podemos de uma forma crítica avaliar que método resulta melhor e identificar cães treinados com reforço positivo e aqueles treinados com castigo positivo.

Veterinários, treinadores, comportamentalistas e voluntários em centros de ajuda a animais precisam de abrir as suas mentes. Não se deixarem levar com o que acontece na TV, não deixarem que a máquina de marketing e os relações públicas manipulem o que pensam; precisam de seguir mais os seus instintos. Se não parece correcto provavelmente não o é. Será que isso significa que treinadores positivos também precisam de abrir mais as suas mentes? Eu acho que sim, julgo que deveriamos tentar encontrar algo de bom seja em que tipo de treino fôr. Por vezes isto significa um treinador aversivo dar um beliscão a um cão e aperceber-se que uma correção nem sempre é eficaz.


Ciência é ciência, reforço positivo e castigo positivo irão produzir certos resultados e comportamentos e isso é um facto, mas podemos usar as nossas experiências para aprender e crescer. Eu acho que é isto que separa treinadores daqueles que estarão para sempre presos naqueles tempos de treinos antiquados e maus!

Escrito por tara Choule em Dog Star Daily adaptado por Claudia Estanislau (Its All About Dogs)




segunda-feira, 18 de junho de 2012

Stubby



O Sgt Stubby o cão mas condecorado da Primeira Guerra mundial.
Adoptado pelo Soldado J. Robert Conroy durante o treino do Exercito nos campos da Universidade de Yale em 1917, este chamou-lhe "Stubby", e logo o cão se tornou a mascote da 102ª de Inf. da 26ª Div. ( Yankee Division). Ele aprendeu as chamadas da corneta, os treinos, e até mesmo uma continencia canina (ele colocava a pata direita sobre a sua sobrancelha direita quando uma saudação era executada pelos seus companheiros soldados). Stubby teve um efeito positivo sobre o moral, e foi autorizado a permanecer no campo, mesmo quando os animais eram proibidos.
Quando a sua  divisão  foi enviado para a França a bordo do USS Minnesota, Conroy contrabandeou Stubby a bordo, escondido no depósito de carvão até que o navio estava em alto mar, ai Stubby foi trazido ate ao convés, onde os marinheiros foram imediatamente conquistados pelo soldado canino. Stubby foi mais uma vez contrabandeado para fora do navio e logo descoberto pelo Comandante de Conroy.  O comandante permitiu que Stubby  permanece-se depois de Stubby  lhe ter feito uma continência.

Quando a  26ª Div.  foi para a linha de frente na França, foram dadas ordens especiais a Stubby  que o permitissem acompanhar a Divisão para a linha de frente como mascote oficial. A Infantaria 102th alcançou a linha de frente em 05 de Fevereiro de 1918. Stubby logo se acostumou ao sons de tiros e fogo de artilharia pesada. O seu primeiro ferimento de batalha ocorreu na exposição ao gás, ele foi levado para um hospital de campo nas proximidades onde foi tratado. Quando ele se recuperou, voltou para as trincheiras a lesão deixou-o sensível ao mais ínfimo traço de gás. Numa manhã sua divisão foi atacada  com gás, a maioria dos soldados ainda dormiam Stubby reconheceu o gás e atravessou a trincheira  latindo e mordendo os soldados, incitando-os a soar o alarme de gás, havendo tempo para se preparar para o ataque e salvando muitos soldados.

Stubby também tinha um talento para a localização de feridos entre as trincheiras na "Terra de Ninguém",  ele ouvia o som em Inglês e, em seguida, ia até o local, latindo até que os paramédicos chegassem, ou guiava os soldados perdidos de volta para a segurança das trincheiras. Ele ainda capturou um espião alemão próximo das trincheiras aliadas, começou a latir quando o alemão fugiu,  Stubby atacou-o  fazendo com que o soldado tropeçasse e caísse. Ele continuou a atacar o homem até que os soldados americanos chegaram e capturassem o espião inimigo, Stubby foi promovido ao posto de sargento pelo comandante da 102th. Ele tornou-se o primeiro cão a receber um posto nas Forças Armadas dos Estados Unidos.

Stubby foi novamente ferido durante um ataque com granadas, recebendo uma grande quantidade de estilhaços no peito e na perna. Foi transportado à pressa para um hospital de campo e mais tarde transferido para um Hospital da Cruz Vermelha de recuperação para a cirurgia adicional. Stubby quando ficou bem o suficiente para se deslocar ao hospital, ele visitou soldados feridos aumentando a sua moral.

Até o final da guerra, Stubby tinha servido em 17 batalhas e 4 ofensivas. Ele liderou as tropas americanas num desfile, passou revista as tropas e estava com o presidente Woodrow Wilson . Ele visitou a Casa Branca mais duas vezes e conheceu presidentes Harding e Coolidge. Stubby recebeu muitas medalhas pelo seu heroísmo, incluindo uma medalha da Humane Society, que foi apresentado pelo General John Pershing, o Comandante Geral da Exércitos dos Estados Unidos. Ele foi premiado com um membro da Legião Americana e do YMCA.

Quando seu dono, J. Robert Conroy, começou a estudar Direito na Universidade de Georgetown , Stubby tornou-se a mascote da Hoyas Georgetown. Morreu em 1926, o seu obituário no New York Times teve três colunas de largura por meia página de comprimento, consideravelmente mais do que muitos notáveis de seu tempo.









domingo, 17 de junho de 2012

Strelka e Belka

Então cá estamos nós para mais um fim de semana em grande,e que boa maneira de acabar este sábado  conhecer mais uns amigos famosos? Sim acredito que haja mais umas mas de qualquer maneira cá vai a historia de Strelka e Belka :)


Strelka e Belka foram os dois primeiros seres vivos a ir ao espaço e voltar em segurança aTerra, a bordo do Sputnik 5 em 19 de Agosto de 1960. Além de Strelka e Belka a tripulação do Sputnik 5 incluia um coelho cinza, 40 camundongos, 2 ratos, algumas moscas, plantas e fungos, após um dia no espaço, todos retornaram em segurança. Após a viagem do Sputnik 5, muitos outros cães foram enviados ao espaço, pelo menos 57 no total, a grande maioria sobreviveu, alguns poucos morreram por problemas técnicos no módulo espacial.

Assim como Laika, Belka e Strelka eram cães de rua, que foram recolhidas por abrigos e selecionadas para o programa espacial soviético.


O nome “Belka“em russo significa “esquilo” e “Strelka” significa “pequena flecha”. Após voltarem do espaço elas continuaram sob os cuidados do governo e, quando Strelka teve uma ninhada de seis filhotes, um deles, chamado “Pushinka” que significa “fofinho” foi dado como presente a Caroline Kennedy, filha do presidente John Kennedy pelo premier Soviético Nikita Khrushchev. Os descendentes de Pushinka ainda vivem atualmente.


Após as mortes de Strelka e Belka, seus corpos foram  convervados e estão em exposição.

sábado, 16 de junho de 2012

Quem não tem cão caça com um gato

Já diz o ditado quem não tem cão caça com um gato.


Como ainda não tenho um cão, mas a vontade de treinar e experimentar o treino com clicker decidi treinar tudo o que me aparecer e o que me apareceu foi um gato :P

A gata é novinha, e é do primo mas acho que vai correr tudo bem, depois vou pondo mais noticias de como vai correndo





Aqui esta um video com alguns dos truques que gostaria de ensinar ao bichinhos aqui de casa :) e posso dizer que não sabia que se podia ensinar assim os gatos mas gostei.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

O dono de cão no mundo virtual


Hoje em dia, existem conselhos acerca de como treinar e educar o seu cão em quase todos os formatos. Em livros, em shows de rádio, na Internet, em revistas, em escolas de treino, etc…
Seja qual for a informação que procuramos através desta ferramenta fabulosa que é a Internet, cuidado e bom senso aplicassem na escolha daquilo que vamos considerar uma informação valiosa e aquilo que é simplesmente “lixo” virtual. Literalmente em todas as áreas conseguimos encontrar fóruns, artigos, blogs e websites que falam dos mesmos assuntos de formas diferentes.

A Sopa

Se colocar num motor de busca como o Google a receita para sopa de letras, aparecem 748.000 entradas e a maioria diferente umas das outras. Algumas usam legumes aos cubos, outras galinha, umas temperam com sal outras com cubos, etc… Todas estas sugestões acabarão numa belíssima e apetitosa sopa de letras. O que fazemos é procurar a receita que preferimos, a que mais nos chama a atenção, a que achamos mais simples de fazer, a que dá menos trabalho, ou a mais requintada e fazemos a nossa escolha.

Mas voltemos ao treino e educação dos nossos cães. Aqui o mesmo se passa. Alguém que tem um cão em casa com um problema (vamos dizer que o cão desenvolveu um problema de rosnar a estranhos que entram em casa), esse alguém procura imediatamente na Internet informação acerca do problema. Aqui começa realmente o problema. É muito mais fácil escolher uma receita de creme de legumes, do que discernir que informação é correcta e fiável quando toca à educação e treino do nosso cão, principalmente quando falamos de algo tão delicado como um problema comportamental manifestado através de agressão.

Fóruns

Os fóruns portugueses são pululados de pessoas que pedem todo o tipo de conselhos. Desde conselhos veterinários, a conselhos comportamentais, de treino, criação, educação, de raças, de alimentação, de tudo. Meros donos de cães dirigem-se a um fórum dedicado a cães e imediatamente assumem que aí obterão conselhos úteis. E muitas vezes assim é.
Mas a questão surge! Quem são as pessoas por trás das centenas de nicks estranhos, e que nos dizem o que fazer com os nossos cães? Deveremos mesmo confiar no que o “Macaco-à-Solta” diz acerca de quando será a melhor altura para começar a treinar um cão? Será eu o conselho da “Miminhos” em usar uma estranguladora para ensinar o cão a não puxar é o mais adequado? Será que o “Sebastião” que assina as suas intervenções com uma frase “Eu sei tudo e não gosto de ninguém” tem razão quando diz que o meu cão é dominante e quer mandar em mim?
Como saber ao certo? E principalmente como saber quem está certo quando somos assaltados por várias opiniões, sendo que todas elas são diferentes?

Não sabemos, apenas sabemos que qualquer pessoa pode ter um fórum acerca de um qualquer assunto e que isso não quer dizer que essa pessoa seja especialista, ou saiba do que está a falar. Mas se o que está a ler fôr escrito pela pessoa em questão, então pelo menos poderá ir averiguar quem essa pessoa é. O que faz na vida, que qualificações (se algumas) tem e por aí fora, dando-lhe uma plataforma de segurança.

Mas fóruns generalistas, dedicados a variados animais, com uma parte reservada aos cães, normalmente são criados por empresas para publicitarem e fazerem dinheiro. O intuito destes fóruns não é fornecer informação válida, nem serem responsáveis pelos conselhos que dão, mas apenas lucrarem com os patrocinadores que colocam anúncios variados dada o alto volume de aderência que o fórum tiver. Quantas mais pessoas inscritas e quanto mais movimento activo o fórum tiver, mais empresas irão colocar anúncios e mais eles lucram. Portanto, cuidado com esses fóruns, podem tornar-se autênticas armadilhas.

O que devem procurar num fórum?

1. Que o fórum seja específico só para cães – de preferência se o fórum for dedicado apenas a cães ou a cães e gatos as probabilidades de encontrar pessoas que apenas se dedicam a estes temas aumentam consideravelmente.

2. Que a moderação do fórum seja participativa e activa no fórum – é muito importante e crucial que a moderação (os que impõem as regras e certificam-se que estas são seguidas) sejam activos participando no fórum. Sejam alguém com quem podemos comunicar e não alguém que debita frases automáticas como “este tópico foi bloqueado, para mais informação consulte as regras do fórum”

3. Que exista uma identificação clara entre quem dá conselhos – Num fórum público todos podem falar e opinar. Mas para quem pede um conselho é importante saber quem diz o quê. Sendo assim, ter treinadores, especialistas em adopções, membros de associações, etc.. ajuda o utilizador a perceber com quem fala.

4. Artigos publicados de fontes fiáveis – Procure um fórum que não se limite a ser uma lista infindável de conversas sem nexo acerca dos mesmos assuntos. Um fórum deverá ter também artigos, estes deverão estar devidamente identificados por quem os escreveu para que o utilizador possa analisar e saber de onde provém. Estes artigos deverão albergar temas gerais evitando repetições de assuntos e deverão ser abrangidos por autores diferentes.

5. Que as regras sejam respeitadas por todos – Todos os fóruns têm regras que têm que seguir, estas devem ser claras e respeitadas. É importante que a moderação esteja atenta e modere activamente e faça com que essas regras sejam seguidas por todos sem excepção. Moderações ausentes ao fim-de-semana ou parciais, causam caos, desconforto e problemas entre os vários utilizadores que se sentem perdidos e sem apoio.

6. Que exista mais do que um treinador, veterinário (se fôr o caso), comportamentalista, criador, etc… - para que exista sempre alguém disponível para responder ás questões e para que o utilizador possa ter mais do que uma perspectiva e/ou opinião acerca da sua questão.

Que fóruns deverão evitar?

1. Fóruns generalistas que se especializam em tudo desde lagartos, a aranhas até cães – estes fóruns normalmente são constituídos por centenas de pessoas que se especializam em tudo e em nada especificamente.

2. Fóruns cuja moderação é inexistente e não participativa – Fóruns cujos moderadores nunca participam nas conversas são de evitar. Isso quer dizer que não estão atentos ao fórum, quer dizer que não interagem com os utilizadores do fórum que eles próprios criaram, quer dizer que não entendem do tema para o qual criaram o fórum e significa também que são outras pessoas que não os moderadores que vos darão conselhos.

3. Fóruns que dividem os seus membros baseando-se somente no número de mensagens que escreveram – Fuja de fóruns que dão mais valia aos membros chamados de veteranos cuja única façanha que conseguiram foram terem escrito mais mensagens do que qualquer outro membro. Essas mensagens podem ir desde discursos interessantes, artigos de qualidade, até “upas!” escritos na secção das adopções. Membros veteranos determinados como tal apenas pelo número de mensagens que escrevem não são necessariamente pessoas que sabem mais do que você, são maioritariamente pessoas que têm mais tempo para passar no computador a escrever. No entanto sentem-se no direito de tratar membros novos com uma apatia e displicência característica porque afinal de contas “são veteranos”.

4. Fóruns que aceitam artigos escritos por qualquer pessoa – Vários fóruns em Portugal publicam nas suas páginas principais artigos acerca de cães que são escritos por…. Qualquer pessoa! Aliás a maioria destes artigos nem vêm identificados por quem os escreveu, não são indicadas fontes ou nomes, apenas o texto que é colocado em locais visíveis como se tratasse de informação correcta. Cuidado com o que lêem nesses artigos!

Mas então deverei evitar os fóruns?

Não propriamente! Na realidade se tem um problema relacionado com agressão com um dos seus cães, deverá contactar um treinador profissional e sim deverá afastar-se dos fóruns. Agressão é um tema complexo cheio de nuances que têm que se consideradas caso a caso. Não existe uma receita que resulte para todos, portanto através da Internet ninguém o poderá ajudar convenientemente. Se procura dicas apenas para o ajudarem mesmo assim procure um fórum específico de uma escola ou contacte um treinador e evite conselhos populares.

Mas se está com dificuldades em treinar o seu cachorro a fazer as necessidades na rua, porque não ouvir o que os outros donos de cães fazem com os deles? No entanto lembre-se sempre que eles são apenas outros donos de cães. Compare os conselhos com artigos de interesse sobre o tema. Use o bom senso e acima de tudo faça escolhas informadas acerca da educação do seu cão, da mesma forma que faria com um filho seu.

O Fenómeno “Eu sempre vivi com cães!” e os conselhos

Algumas pessoas parecem pensar que porque sempre viveram com cães, ou porque têm vários cães em casa que isso lhes dá conhecimento suficiente para dar conselhos acerca de comportamento e treino canino. Mas assim não é. Aliás isso é um insulto a todos os profissionais espalhados pelo mundo fora que dedicam anos a estudar o comportamento canino e técnicas de treino e lidam com cães e clientes toda a sua vida (para além de viverem com cães a vida toda e terem vários cães em casa).

Na realidade, pouco interessa que tenham 50 cães em casa e que tenham tido cães a vida toda. A maioria das pessoas que frequenta fóruns de cães tem vários cães e lidam com cães toda a vida, mas isso não faz deles especialistas, nem “experts”. As suas experiências são diferentes das suas, a sua vida é diferentes das deles, o seu cão é diferente, na raça, no temperamento, na forma como lida com o ambiente que o rodeia e na forma como lida consigo. Lá porque a “Rosinha” tem cães há 45 anos e nunca teve que contratar um treinador, não quer dizer que você é inadequado porque sente dificuldade em treinar o seu e está a ponderar contratar ajuda profissional. Aliás a sorte destas pessoas é nunca terem tido um cão realmente difícil e passam a vida a gabar-se das suas qualidades de donos como se apenas eles soubessem o que é preciso para se ser um bom dono e todos os donos de cães com problemas fossem uns inadequados, na realidade, os cães que têm muitas vezes vivem em terrenos enormes, e brincam uns com os outros o dia todo, apenas alguns entram em casa, e os que têm licença para tal são muitas vezes os mais pacíficos. Estas pessoas pouco ou nada entendem o que é lidar com um cão verdadeiramente problemático e desdenham e culpabilizam os donos desses cães, baseando-se somente na sua breve e limitada experiência.

Pois não se sinta mal. Se procurar a ajuda de um profissional quer dizer que se preocupa com o seu cão, e deve orgulhar-se disso, o seu cão agradece que não desista dele e procure ajuda.

Portanto se se dirigir a um fórum e pedir conselhos acerca do seu cão, evite levar a sério aqueles que começam as suas doutas intervenções com “eu sempre tive cães a vida toda” ou “eu tenho 10 cães em casa”. Aquilo que cada um faz com o seu cão é um caso específico. E por exemplo dar uma palmada num cão que rosna pode ter resultado com o cão da “Rosinha” (pelo menos até à próxima) mas pode não resultar com o seu, e se fôr praticar o que a vizinha faz com os seus cães, o mais certo é acabar em desastre para si e para o seu cão, e acredite que no final acabará por ter que procurar a ajuda de um profissional e a “Rosinha” não o ajudará mais.

Outra questão é ter em atenção os conselhos cobertos de boas intenções mas que levam ao intensificar do problema em questão. E mais uma vez repito os cães são todos indivíduos diferentes e ninguém pode dizer que o que resultou no seu cão, pode resultar no dos outros.

Se o seu cão tem um problema de comportamento, especialmente de agressão note que um profissional deverá recolher informação primeiro, ver o cão, observar a vivência do mesmo com os donos e/ou outros cães, tirar notas e falar com todos os que lidam com o cão, observar o comportamento em questão, notar os hábitos e rotinas, etc…. Depois de analisar o caso, um profissional irá colocar em prática um protocolo de modificação comportamental que melhor se adapta a si e ao seu cão. Se entrar no fórum e ouvir “o seu cão é dominante, faça assim e assado” lembre-se que talvez não seja a sua habilidade em ser líder que determina o problema do seu cão, mas algo mais que escapa ao Zé que tem 10 rottweilers no quintal.

Valorize os profissionais eles existem e prepararam-se a vida toda para o ajudar da melhor forma possível. Acima de tudo, procure treinadores positivos, que para além de profissionais actualizados, são os que na realidade lhe dedicarão toda a sua atenção para resolver seja que questão fôr.


Escrito por:
Claudia Estanislau
Its All About Dogs


quinta-feira, 14 de junho de 2012

Receita Kong


Os Kongs são óptimas formas de estimulação mental. Aqui deixo uma receita de como se pode rechear um Kong. Existem centenas de receitas e formas de o fazer, esta é apenas uma. Congele-o e deixe-o para o seu cão quando este tiver que ficar só durante algumas horas dando-lhe algo com que se entreter. Uma receita infalível contra destruíção e aborrecimento.
Não se esqueça de incluir a ração e guloseimas na dose diária de comida do seu cão, de forma a evitar aumento de peso.







Videos Realizados por:
Claudia Estanislau
Its All About Dogs

Fonte: its all about dogs (youtube)

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Seja um bom líder do seu cão!



Artigo escrito por Pamela Johnson traduzido e retirado do  Blog Pam's Dog Academy

Para mim, “líder” é sinónimo de Guia e não de Ditador. Um bom líder deve comunicar através das consequências dos comportamentos, esforçando-se por ganhar a confiança e respeito, e criando objectivos de treino, guiando através da criação de contingências que façam o cão ser bem sucedido e não falhar e motivar o cão!


Bons líderes dão o exemplo através das suas acções, explicando e comunicando claramente aquilo que esperam e aquilo que é aceitável. Para todos os comportamentos devem existir consequências, mas nunca em nenhuma instância ser um bom líder implica o uso de punição física ou verbal, intimidação ou acções agressivas. Os cães NÃO SÃO LOBOS, nem os humanos precisam de tornar os cães submissos ou mostrar dominância sobre os mesmos. Como diz uma das referências mundiais de agility “positivo não é permissivo”. Isto quer dizer que, lá porque somos positivos com os nossos cães que deixamos que eles façam o que querem. Para assegurarmos as consequências apenas temos que reforçar comportamentos apropriados, interromper comportamento inapropriados e prevenir que o cão seja reforçado quando pratica comportamentos inapropriados. Você pode interromper um comportamento soando um som que chama a atenção do cão e que foi previamente treinado através de reforço positivo ou interromper usando chamamento. Não existe necessidade nenhuma de sermos ditadores para interrompermos comportamentos. Recentes dados científicos provam que agressão direccionada aos animais aumenta as hormonas que causam stress. Por isso o efeito reverso está no aumento da agressão e de comportamentos originados por stress nos cães que por sua vez originam no aparecimento de mais problemas comportamentais nos cães.

Num mundo onde a maioria das pessoas quer um cão para companhia um líder benevolente está a tornar-se a forma mais popular de treino. O cão adquire o papel de parceiro no treino, feliz, motivado e com vontade de aprender; enquanto o dono se esforça por ser o melhor líder para o seu cão. Eu adoro ter bons resultados e sinto-me orgulhosa quando os obtenho sabendo que nunca tive que berrar ou fisicamente punir o cão. Qual é o segredo? Bom, aprender a ser um bom líder, é na minha opinião, o que é preciso.

1.Comunicação Clara

Treino com clicker ou com um marcador, vai ajudar a fazer a ponte entre você e o seu cão e é uma forma fantástica de comunicar claramente. Ou o cão oferece o comportamento correcto e é recompensado ou oferece o comportamento errado e terá que tentar de novo. Todas as espécies animais, incluindo os seres humanos, podem ser treinadas com marcadores. É como se você estivesse a tirar uma fotografia dos comportamentos que gosta e segui-los com um reforço para garantir que esses comportamentos se repitam mais vezes. Após ter condicionado o cão a perceber o que o marcador, ou o clicker significa, você estabeleceu uma forma de comunicação clara e eficaz. Na minha opinião, é preciso que sejamos responsáveis pelo treino dos nossos cães. Parte do treino passa por ensinar o cão aquilo que quer que ele faça; na vez de puni-lo por fazer aquilo que lhe é natural. Através do treino de clicker você pode estabelecer uma forma clara e eficaz de comunicar com o seu amigo.
Um dono responsável ensina o seu cão como pode obter privilégios e recompensas.

Todos nós trabalhamos de modo a obtermos aquilo que queremos ou precisamos. Os nossos cães podem trabalhar para obter o jantar, a brincadeira, afecto, atenção, coisas do ambiente e tudo aquilo que ele sempre quis. Um líder estabelece as regras e aplica-as duma forma justa e respeitosa. Ninguém precisa submeter ou intimidar um cão para assegurar que ele ouve e segue as regras. Treinar um cão usando a força ou agressão física da forma que é demonstrada por muitos que se gostam de auto intitular “líderes da matilha” originará num cão que aprende que agressão, força e intimidação são comportamentos aceitáveis. Agressão gera agressão. Eu sou uma treinadora de reforço progressivo e uso um marcador. Eu tenho regras restritas para quase tudo, cumprimentar (pessoas e outros cães), caminhar na trela, vir quando chamados, saber onde pode fazer as necessidades, como brincar de forma apropriada e como “se comportar”, apenas para listar algumas.

Se você não consegue comunicar ao seu cão o que pretende dele, ele vai aprender na mesma, mas irá ele aprender os comportamentos aceitáveis? O mais provável é que não aprenda o que é aceitável, mas antes o que é divertido e o que lhe trás vantagens. Ladrar, puxar, perseguir gatos, saltar para cima de pessoas são comportamentos altamente reforçantes para os cães, algo que eles adoram fazer! Mas o que é que você quer que o seu cão aprenda? Quando você responder a essa pergunta, você estará preparado para comunicar e reforçar as escolhas adequadas que o seu cão faz, guiando-o na direcção certa e a ensiná-lo a aprender e a ganhar da vida o que precisa.

Quando alguém treina o seu cão usando este tipo de relacionamento os laços entre você e o seu cão vão se fortalecer e aquilo que você conseguirá fazer em conjunto com o seu cão é ilimitado.

“A arte de comunicar é a linguagem da liderança” – James Humes


2.Confiança e Respeito

Alinhe as suas palavras com as suas acções. Seja fiel aquilo que acredita e naquilo que você é. As suas crenças são a fundação de cada decisão e cada acção que você faz. É isso que o torna fiável e respeitável, quando lida com cães ou humanos.
É importante estabelecer confiança, respeito e que o cão saiba que aconteça o que acontecer o seu líder irá protegê-lo, tomar conta dele e mantê-lo longe de perigo. Dê ao seu cão 100% da sua atenção quando trabalha com ele, esteja onde estiver, esteja lá. Seja um líder dedicado porque o seu cão merece. Os relacionamentos humano-caninos são construídos na base da confiança e não da dominância. Por isso, seja consistente e justo. Treinar ou ensinar o cão não é muito diferente do que ensinar a criança. Na nossa sociedade não é aceitável maltratar, fisicamente punir ou berrar com as crianças, por isso porque é que tantas pessoas sentem a necessidade de fazer essas coisas aos cães? Punições físicas, intimidação e força apenas irão destruir a confiança e o respeito.

“Você não lidera batendo nas pessoas – isso é abuso não é liderança” – Eisenhower

3.Estabelecer Objectivos e um Plano

É importante saber e escrever aquilo que quer fazer e estabelecer objectivos realistas e que podem ser atingidos de forma a conseguir um plano de treino bem sucedido e eficaz. Estabelecer objectivos curtos e fáceis de atingir através de um plano de treino, fazendo mudanças onde é necessário e ser paciente de forma a permitir que a aprendizagem ocorra é o que grandes líderes fazem. Estabeleça objectivos que permitam que o cão seja bem sucedido e atinja com facilidade e o encorajam a brincar o jogo chamado “treinar”. Se você quer que o seu cão seja bem sucedido ajuda ter um plano muito bem pensado. Quando um cão é bem sucedido e recompensado pelo seu árduo trabalho, ajuda a construir a sua auto confiança e a construir um relacionamento forte entre o treinador e o cão. Quando o seu cão desenvolver um desejo de trabalhar, é uma situação em que todos ganham.
Um bom líder pode reconhcer quando as coisas correm mal durante o treino e podem tornar esses momentos em experiências de aprendizagem e formular um novo plano que irá tornar a próxima sessão de treino num bem sucedida. É importante apreciar as diferenças nos cães, retirar o melhor da força de cada um, e construir um plano de treino de acordo com cada cão.

Eu tenho um cão cruzado de Husky e dois Border Collies e não espero que o meu cão cruzado de Husky seja capaz de fazer alguns dos truques que os meus Border Collies fazem. Eu escolho truques que são aceitáveis para o seu tamanho e modifico-os assegurando-me que ele é capaz de fazer. Também não espero que ele aprenda ao mesmo ritmo que os meus Border Collies. Ele é no entanto, muito esperto e porque o ensinei a aprender, ela aprende os truques com muita rapidez. As pessoas podem pensar que ela é tão inteligente quanto um Border Collie. Eu estabeleço objectivos e planos de treino nos quais tenho a certeza que ela é bem sucedida em tudo o que lhe ensino.

“Um dos grandes testes de liderança é a capacidade de reconhecer o problema antes que este se torne uma urgência” – Glasow

4.Proporcionar oportunidades para aprender

Os grandes líderes dos cães proporcionam oportunidades para o cão aprender usando planos de treino bem pensados e guiando os cães na direcção certa. É importante dar ao cão a oportunidade de pensar por ele mesmo, perceber as coisas por si mesmo, e aprender sozinho. Assegure-se que o ambiente no qual o cão aprende é seguro e não causará regressão no treino, dano ou acabe por ser uma má experiência para o cão. Faça com os seus cães jogos que o fazem aprender e ajude-o a tornar confiante, seguro e bem ajustado.

“A educação é a mãe da liderança” – Wendell Willkie

5.Motivação e Diversão!

É importante ser capaz de motivar o aluno e criar valor por aquilo que o treinador quer porque isso é no melhor interesse do cão. O cão é recompensado através da brincadeira, comida, o ambiente e qualquer outra coisa que o seu cão considere valioso. Os bons líderes são creativos e sabem como criar diversão e serem imaginativos. Einstein escreveu: “imaginação é mais importante que o conhecimento”. A habilidade em pensar e ver as coisas de forma diferente permite aos líderes seguir novos caminhos na vez de seguir os outros. Procure novas formas de motivar e em retorno trilhe novos caminhos e novas possibilidades.

“A liderança é a arte de conseguir que alguém faça o que você quer porque ele o quer fazer” – Einsenhower

Concluindo, treine o seu cão a fazer o que você quer. Seja o seu guia ensinando-o comportamento apropriados e recompensando-o. O seu cão irá repetir tudo aquilo que é reforçado. Por isso, certifique-se que recompensa coisas que são aceitáveis ou ele irá encontrar por própria iniciativa coisas que o reforcem. Um exemplo disto são os cães que ladram às pessoas que passam por isso ser altamente reforçante, o seu trabalho será tornar o cão ficar quieto quando as pessoas passam ainda mais reforçante do que ladrar.

Você pode ser um bom líder Você pode fazer a diferença, promover mudanças, ser bem sucedido e ganhar o respeito dos seus colegas, amigos, vizinhos, crianças, maridos, esposas e sim até do seu cão sendo um excelente líder.

Por Pamela Johnson


Traduzido por:
Claudia Estanislau
Its All About Dogs


terça-feira, 12 de junho de 2012

Jesse e seus truques xD

Decidi partilhar este video pois acho fantástico o trabalho feito por esta dona e o seu cão!! e cada vez acho mais que com treino positivo se consegue tudo :)





mais um video =P


espero que gostem e que ate tirem ideias para ensinarem aos vossos amigos ;)

O que é preciso para treinar o seu cão



“O treino obediência já não é aquilo que era. Eu lembro-me à muito tempo atrás costumavamos caminhar horas à volta estrangulando os nossos cães com estranguladoras e sendo monitorados por um instructor ao estilo militar. Hoje em dia, os princípios de como os animais aprendem e um maior fluxo do número de pessoas que realmente sabem como ensinar outras, tornou a actividade muito mais agradável e eficaz.” – Jean Donaldson

Hoje em dia, o treino positivo permite que as oportunidades de treino se estendam às situações do dia a dia. Basta inserir o treino durante os anúncios da sua série favorita à noite, antes de colocar a tigela da comida do seu cão no chão, na esquina de uma rua durante o passeio, quando chega a casa do trabalho à porta de casa, etc. Para a maioria dos donos de cão se não todos, este tipo de treino é o mais realista.

O que você precisa

“A primeira coisa é estar alerta. Tempo seria melhor, mas uma vez que a maioria de nós tem o tempo contado, estar alerta éa primeira coisa do que precisa na sua lista. Precisa de estar alerta para perceber todas as oportunidades de treino fantásticas que se apresentam durante o dia. Os cães estão sempre a aprender, quer estejamos activamente a treiná-los ou não Eles são autênticas máquinas de aprendizagem. O que nos leva ao tema dos motivadores.

Você irá precisar uma lista dos maiores motivadores para o seu cão: os motivadores de ouro, prata e bronze. Este provavelmente serão coisas tais como conhecer e brincar com outros cães, algum tipo de comida apetitosa tal como queijo ou fígado cozido, ir dar um passeio, cheirar determinados locais como postes ou apanhar uma bola ou Frisbee.
Os cães viciados em bolas ou Frisbees são os chamados pelos treinadores de “high drive dogs”, o que quer dizer, especificamente, que têm um alto sentido predatório – a bola ou Frisbee para eles tal como um bicho a correr e isso despoleta algo dentro deles. Este tipo de cães são fáceis de motivar mas têm tendência a serem cães muito muito muito energéticos.
Cães como Border Collies, Malinois, Goldens e Labs de linhagem de trabalho, Pastores Alemães de linhagem de trabalho, Jack Russel Terriers e alguns Australianos de pastoreio veêm-me à cabeça. Cães que não têm um sentido elevado de drive, também podem ser treinados – também eles terão os seus motivadores de ouro, prata e bronze e em geral é muito mais fácil viver com este tipo de cães.”

O seu cão também pode adorar passear de carro, que lhe abram a porta para ganhar acesso ao jardim, ou que a abram para voltar a entrar em casa, por exemplo. Pode adorar festas, que lhe atirem a bola ou que o deixem ir dizer olá ao cão da vizinha. Estas situações também são usadas como motivadores.

Você tem que parar de dar todas estas “coisas” de graça. A partir de hoje peça sempre ao seu cão, que faça algo antes de lhe dar acesso às suas coisas favoritas. O treino positivo opera muito sob a permissa de que "eu dou-te o que tu queres, se tu me deres o que eu quero", portanto se a Safira quer subir para o sofá, tem que fazer um deita primeiro. Se quer ir á rua, tem que me oferecer um senta e espera primeiro, etc....
Se o seu cão estiver a saltar que nem um tolo em frente ao corredor antes de ir passear, por favor, não coloque a trela e leve-o a passear! Aquilo que o cão aprende é que comportamentos de histeria fazem com que tenha acesso ao que ele mais quer.
Peça que se sente e espere antes para ter acesso ao passeio. Se ele não se sentar, simplesmente vá embora e tente de novo dali a uns minutos. Talvez você tenha que se contentar apenas com um cão mais calmo no início, antes de pedir um senta e fica, mas assim que conseguir que ele esteja mais calmo, algumas vezes depois peça o tal senta e fica.
Dentro de poucas semanas o cão irá provavelmente estar imóvel, sentado enquanto você vai buscar a trela, veste o casaco , pega nas chaves e abre a porta. Ele não se atreve a mexer, com medo que você cancele o passeio nem que seja temporariamente.

Lembra-se quando falei das oportunidades que surgem no dia-a-dia? Você irá tê-las, portanto quando as tiver, não as ignore.

A seguir é uma lista de comportamentos que você quer do seu cão. Isto pode incluir sentar-se em frente às pessoas para dizer olá, na vez de saltar para cima delas, deitar-se na cama na vez de pedir comida à mesa, vir quando é chamado. A lista é sua, escolha!

Se o seu cão puxa na trela que corra à loja de animais mais próxima e compre um halti harness. Estas novas trelas não ensinam o seu cão a não puxar mas tornam os seus passeios bem mais fáceis, na medida em que é mais fácil segurar e manter o cão perto de si, sem que este lhe arranque o braço! Depois peça ajuda a um treinador positivo para lhe dar as técnicas de como pode ensinar o seu cão a andar sem puxar, na trela. Mas esta trela permite-o ter passeios mais relaxados e focar-se entretanto noutras coisas como brincar, treinar sentas ou simplesmente gozar dos passeios.

Outro objecto essencial é o clicker. Porquê? Porque o clicker irá permitir que comunique eficaz e rapidamente com o seu cão. Permite moldar comportamentos tão complexos como levantar a pata traseira ou tão simples como deita. Mas acima de tudo torna o processo de aprendizagem muito mais rápido. Para quem não quer usar o clicker, uma palavra que marque o momento certo também serve, embora esta pode deter uma carga emocional ou ser desfasada do comportamento em si. O clicker é um objecto barato, e fácil de se usar e deverá ser usado apenas no início para ensinar comportamentos novos. Quando o cão já souber esses comportamentos não há necessidade de usá-lo mais.

Outra vantagem do clicker é poder ser usado por qualquer pessoa. Facilmente uma pessoa de idade, uma criança ou até uma pessoa comdeficiência física e numa cadeira de rodas pode treinar o seu cão. Não há necessidade de usar força física e o treino torna-se parte da vida de todos os que têm um cão, e não só daqueles que têm força ou carácter autoritário.

Também precisa de brinquedos. Bolas, frisbees ou o tipo de brinquedos que ganham vida nas suas mãos. Cordas de puxar são óptimas e são óptimos jogos de cooperação. Deverão ser jogados com regras restritas e o cão deve ser ensinado a pegar e largar sob comando tal qual neste vídeo aqui. Mas depois do cão estar ciente do que as palavras pega e larga significam este jogo é óptimo para cansar o seu cão, criar um laço maior entre vocês e tornar-se-á um motivador de ouro para treinar outros comportamentos.

Uma coisa que necessitam q.b. é consistência e paciência. Lembrem-se que não existem treinos milagrosos. Nenhum cão aprende do dia para a noite, com método nenhum! Isso só mesmo na televisão e nos shows editados de 45 minutos. Os cães que vemos na vida real a ganharem medalhas de obediência, a correrem agility, a salvarem vidas de pessoas, a detectarem bombas ou a assistirem cegos ou pessoas com deficiências, são treinados durante muito tempo. Não espere que o seu cão seja diferente. Muna-se de paciência e divirta-se com o seu amigo, afinal de contas o treino é um jogo para ele, torne-o um jogo para si também!

O que não precisa


Não precisa de coleiras de choque, estranguladoras ou coleiras de bicos. Não precisa de berrar, usar força física ou assustar o seu cão para conseguir treiná-lo. Estas coisas são algo que fazem parte de um passado onde nada melhor havia. Hoje em dia temos sorte! Porque podemos obter resultados sem termos que aceder a esses instrumentos de treino antiquados.


Escrito por:
Claudia Estanislau
Its All About Dogs