Como forma de complemento de informação, e como não quero que falte nada na hora de decidir aconselho uma leitura neste artigo.
Antes de decidir ter um cão, existe várias considerações a fazer:
1. Lar: O lar onde o cão viverá é um componente fundamental na escolha de um cão. Esta consideração não deve ter apenas em conta o tamanho ou tipo de casa (apartamento, moradia, quinta, ...), mas também se estará ou não acessível ao cão.
Por exemplo, o dono pode ter uma moradia enorme, mas se o acesso a esta estiver vedado ao cão, então será um cão que terá como lar o quintal.
Tal como o dono pode ter um apartamento pequeno, mas se o cão tiver períodos curtos dentro deste mesmo, pois estará sempre na companhia do dono no exterior, então será um cão para companheiro de trabalho e lazer, que viverá dentro de casa.
2. Disponibilidade: Os cães são essencialmente animais sociais, que gostam de viver em grupo.
Existem raças que se adaptam melhor à vida exterior solitária e outras que necessitam da companhia de pessoas ou animais, não se dando bem sozinhos.
A disponibilidade do dono tem um grande peso nesta escolha, pois se tiver ausente longos períodos, então terá de optar por raças que melhor se adaptam a essa ausência ou optar por ter vários elementos caninos (por vezes cães e gatos também formam grupos familiares).
Também tem de se ter em conta que tem de haver disponibilidade para se passar período de tempo com o cão. Se este viver num apartamento ou estiver confinado a um espaço pequeno, terá de haver maior disponibilidade para passeios ou outras actividades físicas.
Mas o viver numa quinta, ou quintal, não implica que o dono não tenha de ter disponibilidade para o seu cão, pois é importante o tempo passado com o cão, para que este se sinta ligado ao dono e como fazendo parte do grupo familiar.
3.Cão de raça ou Cão Sem raça definido /SRD ( mais conhecidos como rafeiros)?
Quer os cães de raça quer os rafeiros têm as suas vantagens e desvantagens.
O rafeiro é um cão único, não há no Mundo outro igual a ele, e portanto é o cão ideal para pessoas que não gostam de ter o mesmo que as outras. Embora a grande maioria dos rafeiros sejam excelentes cães de companhia, é impossível saber, sobretudo se for adoptado em cachorro:
* qual o aspecto que terá em adulto (pêlo curto, comprido, sedoso, áspero; orelhas direitas, orelhas caidas, etc)
* qual o tamanho que terá em adulto (tanto mais que, normalmente, pelo menos o pai é desconhecido)
* qual o temperamento
* quais as aptidões para realizar determinadas tarefas (nomeadamente guarda, caça, etc.)
No cão de raça não há surpresas de maior relativamente ao tamanho e tipo de pêlo. Por isso, ao adoptar um cachorro de determinada raça já sabe à partida que terá que contar com um determinado tempo para tratar (ou não) da pelagem do cão, um determinado orçamento para a comida e dispor de determinado espaço e/ou local para passear e brincar com o cão. A maioria dos indivíduos da raça tem também um comportamento e aptidões "próprias" da raça, pelo que, querendo-se um cão para determinada função (pastoreio, guarda, caça ou apenas companhia) só um cão de raça poderá assegurar o cumprimento desse requisito. Além disso, dado que se conhece a mãe, o pai e muitos dos ascendentes, poderá ficar-se com uma ideia mais precisa de como será o seu temperamento e a sua saúde. Se pretender o seu cão com fins desportivos/competição (agility, obedience, mondioring, etc), e embora essas actividades estejam abertas a cães sem raça definida nos Clubes de Treino ou em provas sem carácter oficial, saiba que só os cães registados em livros de origens podem disputar campeonatos ou obter títulos oficiais. Por outro lado, convém não esquecer que as despesas correntes de manutenção do cão (alimentação, desparasitações, vacinações e outras idas ao veterinário, seguros, hotéis, etc) são iguais quer se trate de um rafeiro ou de um cão de raça.
4.Macho ou fêmea?
Os machos costumam ser mais independentes em relação ao dono e senhores do seu nariz no que toca ao território que julgam ser o seu. Tendencialmente com um porte maior, no entanto atingem a maturidade mais tarde do que as fêmeas.
Um cão não entra na fase do cio como uma cadela; na verdade está sempre pronto a acasalar. Não perde sangue, como as fêmeas, mas, por outro lado, urina com mais abundância em diversos locais para marcar território.
As fêmeas são mais submissas aos donos, mais sociáveis e apegadas às pessoas. Costumam ter um porte menor e entram na fase do cio duas vezes por ano, durante cerca de 25 dias.
5.Cachorro ou adulto?
Feita a lista de diferenças entre os vários tipos de cães e entre os seus sexos, o passo seguinte é perceber se gostava de ter um cachorro ou um cão adulto. Neste processo de escolha é essencial saber, pelo menos as informações básicas sobre a raça, tipo de cão e idade.
Os cachorros precisam de muita dedicação, sobretudo no primeiro ano de vida. E estão perfeitamente adequados a donos enérgicos e com tempo livre para educar o pequeno aprendiz.
Tal como acontece como o que com um bebé, também com um cachorro é preciso ter paciência e muita atenção para que se desenvolva dentro dos parâmetros normais. O dono deve investir parte do seu tempo na educação do cachorro para que ele se desenvolva com um carácter equilibrado, seja sociável e não constitua qualquer tipo de perigo para a sociedade no futuro.
E, mais uma vez como se de um filho de tratasse, assistir ao crescimento de um cão é uma experiência formidável. Desde as brincadeiras às peripécias mais caricatas, aos períodos de doença ou de algum sufoco, o nosso cão mostra-nos como a vida é feita de coisas boas e más, mas que o que de bom acontece claramente sai a ganhar.
Por outro lado os cães adultos já são mais educados, compreendem mais rápido e agem em conformidade quando os donos lhes pedem alguma coisa. São por isso, mais obedientes e sabem que devem aceitar as regras da casa.
Também no que toca às suas necessidades fisiológicas os cães adultos já são, espera-se, bem comportados. E, pela idade que têm são, à partida, mais equilibrados, pelo que aquela fase de andar pela casa a roer sapatos já fará parte do passado.
Já não são tão enérgicos, nem precisam de atenção permanente como os cães mais novos, pelo que podem passar mais horas sozinhos sem que se sintam tão deprimidos.
Se vamos de férias, até nas mais improvisadas, com passeios selvagens pelo meio, eles acompanham-nos para todo o lado porque já têm uma forma física mais consolidada.
E, muito importante, não chateiam os donos durante a noite, porque já não precisam de tantos cuidados como os cachorros e adaptam-se facilmente aos horários da família.
6. Função : Os cães ao longo dos anos que formaram parcerias com as pessoas, foram criados e treinados com finalidade de determinadas funções.
Portanto, temos raças de cães que surgiram mais viradas para o pastoreio, guarda, caça, companhia, ...
Alguns cães destas raças não vivem bem confinados sem terem algum trabalho ou função. Por exemplo, um Perdigueiro Português não seria feliz vivendo fechado num apartamento.
Com isto não se quer dizer que não se possa ter um cão de uma linhagem de trabalho, como caça, para companhia ou agility.
Apenas deve-se ter em atenção que todos os cães necessitam de atenção, e determinadas raças, à partida têm necessidades mais próprias, sendo portanto necessário o estudo e análise da raça antes da aquisição de um cão dessa mesma raça.
7. Manutenção: A manutenção de um cão saudável acarreta despesas que devem se ter em conta.
a) Alimentação: Os cães devem ser alimentados com a sua própria comida e os restos da comida das pessoas não são próprias para a sua alimentação.
O criador ou veterinário são as melhores pessoas para informar o futuro dono da alimentação que deve ser administrada ao longo da vida do cão.
b) Veterinário: Todos os cães têm ser vacinados e desparizatados anualmente.
As doenças e problemas de saúde, tal como nas pessoas, também podem surgir no cão e deve se ter em conta que é uma despesa considerável quando tal acontece.
c) Higiene: Os cães de apartamento acarretam mais despesas neste campo, pois é necessário a compra de sacos próprios para apanhar os dejectos na rua ou o treino do cão para fazer num sitio próprio, como uma caixa de areia.
Mas os cães que têm acesso a um quintal ou quinta também precisam de limpeza do local onde dejectam, o que implica a apanha para sacos do lixo e a limpeza dos locais com detergentes.
8. Treino: Certas raças de cães implicam o empenho do dono no seu treino e boa socialização com pessoas e animais. Todos os cães devem ter o treino de obediência básica, que pode ser ou não administrado pelo próprio dono.
9. Reprodução: A reprodução de um cão não deve ser considerada de animo leve, pois implica despesas com testes saúde dos progenitores (Ex. Displasia, doenças genéticas dos olhos, coxo femoral, cotovelos,...); com a alimentação correcta da mãe e visitas regulares ao veterinário para vigiar a gravidez e pós parto; alimentação e vacinação das crias ; e por fim com a possibilidade de as crias não encontrarem donos e ou não se darem bem no novo lar. Depois destas considerações feitas, a escolha de bons progenitores deve ser feita com cuidado e análise, para que a nova criação mantenha os standards da raça e traga cães com boas características físicas e psicológicas.