Existem dois tipos de diabetes mellitus em cães: a dependente e a não dependente de insulina, ou seja, diabetes insipitus e diabetes mellitus.
A diabetes insipitus é uma desordem muito rara que resulta na incapacidade de regular o conteúdo de água corporal.
A diabetes mellitus é uma doença relativamente comum e aparece mais freqüentemente em cães de 5 ou mais anos. Existe, também, uma forma congênita que ocorre em cães, sendo muito rara (Spinosa, 2001).
Vamos tratar aqui da diabetes mellitus.
São conhecidos dois tipos desta diabetes mellitus: tipo I e tipo II.
A tipo I, ou diabetes mellitus dependente de insulina, com perda progressiva e eventualmente completa da secreção de insulina, pelo pâncreas. Portanto, o paciente com este tipo de diabetes é conhecido
como insulino dependente. A maior parte dos cães diabéticos apresenta-se com este tipo de diabetes (Nelson, 2001).
A tipo II, ou diabetes mellitus não dependente de insulina, caracteriza-se por uma resistência à insulina e/ou células β disfuncional. A secreção de insulina pode ser elevada, baixa ou normal, mas é insuficiente para superar a resistência à insulina nos tecidos. Esta, por sua vez, é de difícil diagnóstico em cães (Cunnighan, 2004).
O Diagnóstico
O diagnóstico de diabetes mellitus baseia-se em três critérios:
1 - 0s quatro sinais clínicos clássicos, os 4P's :
Poliúria--> aumento do volume urinário, o animal passa a urinar mais.
Polidpsia --> sede excessiva, o animal passa a ingerir mais água.
Polifagia --> aumneto do desejo de comer. Alguns animais começam a atacar até o lixo da casa.
Perda de Peso --> mesmo o animal se alimentando mais, a glicose não consegue penetrar na célula, então o organismo começa a metabolizar poteína e gordura. Na diabetes tipo II, está manifestação é mais lenta.
OBS: Se tivermos um cão que está emagrecendo, mas comendo muito, bebendo muita água e urinado muito, devemos em primeiro lugar pensar na diabetes.
2- O nível elevado de glicose na corrente sanguínea. O animal deve estar em jejum de 12h, para coleta de sangue. Os níveis normais de glicose em um cão normal varia de 80-120mg/dl. Qualquer valor acima desse, devemos pensar em diabetes.
3 - A glucosúria (presença de glicose na urina) é um grande indicativo, mas não fecha o diagnóstico pois podemos ter glicosúria renal primária, um defeito que compromete a reabsorção de glicose.
SINAIS CLÍNICOS + HIPERGLICEMIA + GLICOSÚRIA = DIABETES
Outro Sinais da Diabetes
- Catarata Diabética --> provocada por acúmulo de glicose e de outra substância chamada sorbitol no cristalino do globo ocular. Pode ser o primeiro sintoma que o proprietário percebe. O cristalino fica “azulado” e animal fica cego.
- Infecção urinária --> a urina rica em glicose é substrato de crescimento bacteriano.
Diabetes e Cadela:
Se o diagnóstico de diabetes ocorre numa cadela, esta deve ser castrada o mais rapidamente possível. Um dos hormonios femininas (a progesterona) interfere com o metabolismo da glicose, sendo difícil de controlar a diabetes em cadelas não castradas. Por vezes, em animais com diabetes há pouco tempo, a castração pode levar a uma recuperação completa. Após a cirurgia é necessário controlar bem os níveis de glicose no sangue pois, a terapia com insulina pode já não ser necessária.
Diabetes e Obesidade:
A relação obesidade e diabetes é uma relação perigosa. O aumento da massa gordurosa, principalmente abdominal (visceral) está ligada à resistência à insulina, ou seja, à maior dificuldade da insulina colocar a glicose para dentro das células. O problema se agrava se o paciente tiver predisposição genética para desenvolver diabetes, pois neste caso o pâncreas é mais suscetível à deficiência na produção de insulina.
Pouco se sabe sobre a patogênese da resistência à insulina causada pela obesidade em cães.
Conclusão:
Suspeitando de um cão diabético, devemos fazer um exame de sangue completo, um exame de glicose e um EAS.
Após fechar o diagnóstico, o tratamento é relativamente simples. O animal diabético, pode levar uma vida normal e uma sobrevida de qualidade. O tratamento se baseia na adiministração de insulina, exercício físicos e ração balanceada. No mercado temos vários tipos de insulina, devemos encontrar uma que apresente uma melhor resposta ao paciente.
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